Evidentemente, não há um SANTO GRAAL ao estilo “taça” pintado na mesa da Última Ceia de Da Vinci, e sim, doze copos com vinho, cheios só pela metade, o que soma seis copos completos de vinho, reforçando o código SEIS na pintura (o quadrado mágico solar 6×6 no teto, o número 6 formado pelos dedos da mão esquerda do apóstolo Simão Cananeu, na extremidade direita do quadro, e o Sexto apóstolo, Tomé, que ergue seu dedo indicador ao céu, centralizando grande parte do código inserido nesta pintura, como vimos nas partes anteriores).
Na Bíblia, o código 6 diz respeito diretamente a Criação do Homem, gerado por Elohim (o Verbo) no sexto dia da Criação, e trazido ao Julgamento no pólo oposto, livro do Apocalipse, capítulo 6, abertura do Sexto Selo.
No quadro, Judas e Jesus repartem o mesmo copo, uma referência direta ao capítulo 13 do evangelho de São João (13: 23-27) o que se relaciona aos escritos inspirados do manuscrito O Vôo da Serpente Emplumada, que o próprio Judas Iscariotes, viajando no espaço e no tempo, entregou a um jornalista na Argentina, no final da II Guerra Mundial, declarando, de próprio punho, que ele nunca foi um traidor de Jesus Cristo, e muito pelo contrário, ele foi um segundo mártir, que morreu antes mesmo de Jesus na Cruz (se enforcando), completando o início da obra do mestre, que seria finalizada depois pelos apóstolos restantes e todos os outros mártires da nova fé cristã trazida ao mundo: a Verdade de Deus revelado, encarnado entre os homens, na pessoa do FILHO, verdade essa que até hoje o Judaísmo não assimilou.
Assim sendo, o Santo Graal é um ideal implícito à própria pintura, e além dos doze copos, pães se espalham sobre a mesa de toalha branca, além de pratos e outros utensílios.
Mas, aqui, o Santo Graal é mais um ideal de conhecimento oculto e sagrado, Hermético, a fonte que se abre para todo buscador sincero da luz, tudo isso conforme as referências indiretas de Leonardo da Vinci à sabedoria grega e platônica, aliás, dela tendo bebido o próprio João Evangelista, sabedoria claramente manifestada em seus cinco livros do Novo Testamento, preciso e perfeito contraponto ao Pentateuco de Moisés no Antigo Testamento, como duas metades que se completam no tempo e no conteúdo.
O Santo Graal, muito além de Maria Madalena e da suposta linhagem real de Cristo (Sangreal), é um ideal da alma em busca pelo conhecimento transformador, pela ciência hermética dos gregos, compilada dos egípcios por Platão, por Pitágoras e os sábios da legítima escola gnóstica, assinaladas em suas ordens secretas pelo signo do Pentagrama e do silêncio.
E a prova disso está nestas duas personagens centrais do Novo Testamento que funcionaram como instrutores e preparadores de Jesus Cristo em sua missão: a Virgem Maria (e não Madalena) e João Batista.
A referência milenar ao Eterno Feminino como doador da luz e vaso de sabedoria (Sofia) é fartamente encontrada nas doutrinas herméticas dos gregos, que tinham em Sofia a encarnação da sabedoria no símbolo do Eterno Feminino, paralelo à muitas tradições de outras culturas e civilizações distantes no espaço e no tempo da Grécia de Platão.
Não somente o apóstolo João Evangelista, que Leonardo da Vinci “afeminou” na Última Ceia, que Eliphas Levi chamou de “Recipiente da Doutrina crística oculta”, o único entre os doze apóstolos que, ao lado das “Marias”, ficou diante de Jesus aos pés da Cruz (todos os outros apóstolos fugiram com exceção de Judas Iscariotes, que já tinha se enforcado aquela altura), e a passagem mais significativa foi quando Jesus, ainda na cruz, entregou sua mãe Maria aos cuidados de João.
Lucas, no seu evangelho, celebra importantes passagens sobre a Virgem Maria, que nos indicam que ela era mesmo uma instrutora a altura do Filho que concebeu. E, mais tarde, João Batista. Isso é o que consta no código Da Vinci, e não uma exaltação mística a Maria Madalena (Da Vinci não pintou sequer um quadro dela, mas pintou vários temas com a Virgem Maria e com João Batista, o que demonstra a minha citação).
Não só Leonardo, mas na época do Renascimento, muitos pintores ilustraram em seus temas a Virgem Maria estranhamente “loira” e com olhos azuis, numa concepção muito diferente do que poderíamos esperar de uma mulher judia, cabelos escuros, olhos escuros e pele morena do Sol. Claramente entendemos que se trata da personificação de Sofia, de Afrodite-Vênus, o luminoso ideal de beleza e sabedoria, a própria encarnação do Eterno Feminino em seus maiores dons.
A Deusa representava o ideal de beleza, de sabedoria e de perfeição nas artes e nas ciências encontrados nos trabalhos dos renascentistas.
E a outra personagem bíblica que se relaciona ao doador das águas do conhecimento para erguer um novo Sol entre os homens, capaz de preparar um ser da altura de Jesus Cristo para a sua missão, é sem dúvida João Batista, indicado pelo dedo de Tomé, e pela resposta de Simão cananeu (Platão personificado) da Última Ceia e em diversas outras obras do mestre, como vimos nas partes anteriores e veremos mais nas partes seguintes deste tratado.
A Busca pelo Santo graal não envolve nenhum tipo de sexologia mística, puro engano. O próprio Leonardo da Vinci repudiava o ato sexual, e nunca o exaltou ao nível de uma sexologia mística ou Tantrismo, como julgam alguns. Pelo contrário, em seus cadernos, estudou o sexo como anatomista que era, falando dele como função biológica da reprodução, e nada além disso.
A Busca pelo Santo Graal envolve sim a busca pelo conhecimento transcendental que pode transformar uma alma em Filho de Deus no Útero espiritual do Eterno Feminino, o Doador da Luz.
Leonardo da Vinci, como ninguém, encarnou a busca pela ciência do Santo Graal em seu tempo, expondo-o em suas obras de variadas maneiras, todas elas, em código. E a explosão de temas com a deusa, a mãe Maria, a Monalisa e outras expressões veladas desse Graal da Deusa revelam com que paixão e intensidade o mestre buscou pelos segredos de Ísis em toda a sua vida.
O verdadeiro código da Vinci, portanto, nos leva ao Eterno Feminino como ideal de sabedoria hermética, e a João Batista como porta-voz dessa sabedoria no tempo de Jesus, e não Maria Madalena, transformada pelos falsos intérpretes modernos numa espécie de sacerdotisa de Jesus.
Uma mulher venerável, sem dúvida, que mereceu ser a primeira testemunha da ressurreição de Cristo, e recebeu a missão de espalhar esse testemunho após a partida dele… mas a mulher que encarna na vida de Jesus a Grã Sacerdotisa do Alto Conhecimento é sua Mãe, a Virgem Maria, pura na essência da alma para ilustrar que, sem pureza, a doutrina da mentira do desejo é a que mata.
Eis as águas puras do Graal que ilumina, as águas da sabedoria casta que flui na Alma destas representantes sagradas do Eterno Feminino em Terra.
As partes seguintes deste tratado encontrarão as provas irrefutáveis disto.
JP em 29.07.2019
Veja também as partes anteriores:
Parte 1:
O Verdadeiro Código da Vinci… muito além de Madalena – parte 1 – prólogo
Parte 2:
Parte 3:
Parte 4:
O Verdadeiro Código da Vinci muito além de Maria Madalena – parte 4 – O Hermafrodita de Leonardo
Parte 5:
O Verdadeiro código Da Vinci muito além de Maria Madalena – parte 5 – as visões de Leonardo
Parte 6:
Parte 7:
Parte 8: