Eis que a vida em nosso corpo e mente apresenta três níveis distintos de ação:
a) o nível mais básico de todos, o nível instintivo, fonte da vida e da energia orgânica.
b) o nível intermediário, que é o emocional, o aspecto sentimental do ser.
c) o nível mais alto, que é o intelectual, a racionalidade da mente consciente.
Consciente porém, nem tanto assim.
Porque é justamente quando a consciência assume o nível intelectual, ela se torna mais arrogante, cética e debochada em relação àquela presença que está no altar acima dos três degraus, o Espírito que dá vida aos instintos, amor às emoções e iluminação à mente.
Mas como a consciência tem liberdade de escolha, ela geralmente escolhe mal, julgando que se basta a si mesma e não existe coisa alguma além dos três degraus que separam a consciência individual da presença real que nos habita.
Na verdade, tais seres intelectuais se tornam os mais presunçosos, arrogantes e céticos em relação ao espírito do que os seres mais instintivos e os emocionais, muitas vezes, guiados mais pela crença do que pela razão, e com sua crença, vão muito além do que os seres racionais do intelecto estéril.
Esses seres perderam toda a simplicidade, e com suas túnicas de arrogância, se tornaram como os fariseus, saduceus e escribas (os intelectuais do tempo de Cristo), demonstrando que, quanto mais informado, mais deformado o intelecto pode ficar diante da Verdade na sua frente.
Porque preferem negá-la do que mudar seus valores para compreendê-la, se tornando os mais cegos entre todos.
Por isso, temos visto os meios culturais e midiáticos repletos de “pensadores” que zombam, debocham e desprezam os valores sagrados da fé e da espiritualidade de gerações e gerações, preferindo a esterilidade de seus discursos vazios do que a luminosidade dos corações simples.
Quem mata a sua simplicidade, mata a sua criança interior.
E quem mata a sua criança interior, morre todos os dias um pouco à sombra da Presença a quem deu as costas.
Quando os instintos se tornam paixões, eles se fazem Judas Iscariotes, o primeiro traidor.
Quando as emoções se tornam inveja, elas se fazem Caifás, o segundo traidor.
Quando a razão se torna arrogância, ela se faz Pilatos, o
terceiro traidor.
JP em 08.08.2023