Os sarcófagos egípcios tinham níveis, camadas, cobrindo o corpo embalsamado da Múmia, a qual, conforme os ritos dos sacerdotes, tinha a aspiração de ressuscitar no outro mundo.
Egípcios, budistas e hindus já tinham esse conhecimento, o de que a alma tem vários invólucros que permitem a sua existência nas dimensões superiores do universo, e chamamos atualmente estes invólucros de veículos, e da mesma forma como existem sete dimensões fundamentais no Cosmos, a alma criada por Deus precisa de sete invólucros para “existir” e manifestar poderes, virtudes e dons nas sete dimensões.
Atualmente, o nível de consciência da humanidade só reconhece o invólucro mais básico de todos, o corpo de carne e osso, e mesmo assim, possui um relacionamento muito precário com este veículo, cada vez mais exposto a doenças e contaminações ambientais. Este invólucro físico da alma é o primeiro vaso de poder, o primeiro dos sete véus a serem levantados para que possamos contemplar a nudez do espírito íntimo em toda a sua beleza…
A base da disciplina de práticas e trabalhos físicos serve para fortalecer este invólucro fundamental, o corpo físico, o primeiro e mais importante vaso de energia da vida, porque a vida é como um rio repartido em sete afluentes, é como um elixir depositado em sete vasos, e este vaso físico é o primeiro, e se relacionarmos cada vaso com as sete cores do espectro (arco-íris) certamente o corpo físico assume a mais energética das cores, o vermelho, enquanto seu pólo oposto, o corpo espiritual, chamado de Átmico, assume a cor violeta, a mais espiritual das cores, e a de vibração mais elevada, em oposição ao vermelho,a frequência mais baixa das sete cores fundamentais.
Essa sabedoria antiga, muito fragmentada, diluída e mesmo perdida na era moderna por tantas pseudo-doutrinas, é necessária, porque a verdade não é moderna, ela é eterna, e seus preceitos não ficam desatualizados com o tempo. Eles permanecem, e se o discípulo quer realmente subir até o Pai, ele precisará construir os sete degraus da escada do Templo interno em cujo altar arde a Chama Sagrada do Ser, além dos sete véus mencionados.
Começa-se com o corpo físico, cuja energia se liga fortemente com o chakra-raiz, assento do Kundalini, e essa regra vale para os demais invólucros, cada um deles especialmente e energeticamente relacionado ao chakra da série.
Assim, fica fácil estabelecer a relação:
1. Chakra básico (Kundalini, núcleo do instinto vital) – vermelho – corpo físico
2. Chakra esplênico – laranja – corpo vital
3. Chakra umbilical – amarelo – corpo astral
4. Chakra cardíaco – verde – corpo mental
5. Chakra laríngeo – azul – corpo causal ou corpo da vontade
6. Chakra frontal – anil, azul real – corpo búdico ou corpo da consciência
7. Chakra coronário – violeta, roxo – corpo espiritual, átmico
Estes são os sete degraus do templo interno que precisamos construir para alcançar o Trono de Deus em nosso templo interno, e quando uma vida é dedicada a vícios e prazeres desregrados, excessos e tudo mais, totalmente escrava da armadilha dos sentidos, realmente temos aí uma oportunidade perdida no sentido da urgente reedificação do Templo do Espírito Santo.
O desenvolvimento do Kundalini funciona como a raiz de uma árvore que vai crescendo cada vez mais sob a superfície da terra, o que impulsiona seu tronco, galho e folhas para cima, com mais força. O controle dos instintos é a pedra fundamental deste templo interno do Ser, e a pessoa que se submete ao controle dos desejos, ou seja, quando é o instinto que está no controle, e ela já não pode mais controlar sua gula, sua ira, sua preguiça e, principalmente, a sua luxúria, o Kundalini será como uma raiz que é atacada por elementos contaminados, os quatro elementos relacionados aos instintos, um fogo pervertido, uma água poluída, ventos contaminados e terra estéril e pedregosa… simbologias a parte, é exatamente assim que os instintos se comportarão quando se tornam descontrolados, e eles passam a controlar a mente, sempre ocupada em satisfazê-los.
Por isso, a primeira virtude dos monges era a sobriedade, a moderação, a castidade!
Elas funcionam como a pedra fundamental do templo de sete paredes a ser erguido a partir das energias de base, os instintos, e o Kundalini nada mais é do que o núcleo destas energias, e a medida que o discípulo siga controlando, refinando e transmutando as mesmas, elas se tornam mais potentes e, gradualmente, irão abrindo os chakras, cujas energias irão direcionamento o levante daqueles corpos ou veículos relacionados a eles, como vimos anteriormente.
Não basta viver uma vida correta, se queremos realmente progredir nos mundos espirituais, temos que iniciar essa reedificação agora, no corpo físico, porque ele não é ainda o templo completo, é apenas a primeira parede, a pedra fundamental, a raiz viva de uma árvore que ainda precisa crescer muito e dar muitos frutos antes de que seus galhos comecem a tocar o céu.
Muitas falsas doutrinas modernas nunca consideram nenhuma destas questões, e pregam uma falsa crença de que toda pessoa “boazinha” vai para o céu depois da morte… mas não é bem assim não.
Na verdade, não é nada assim!
Pessoas que desencarnam sem estes trabalhos, não possuirão os invólucros ativos do outro lado, e como todos os demais, após a morte, irão dormir profundamente no Limbo ou Astral inferior até a chamada do Julgamento de sua vida pregressa, que determina, segundo o Karma, as condições da próxima reencarnação, ou seja, ainda estão atadas a Roda do Samsara, ou Roda dos renascimentos, e mais uma vez, receberão um corpo físico como dádiva para tentarem reedificar o templo do Ser em suas sete paredes.
Aplicando transformações de energia sobre a base física (Kundalini e toda energia instintiva controlada, acumulada e refinada) e usando para isso toda uma metodologia especial que envolve mantras, orações, controle da respiração e da mente, além da chave dos harmônicos (cordas, sons) e todo um cuidado com o corpo físico, com as energias que ingerimos, qualidade de ar, água, alimentos, ambientes e pessoas de convívio… sim, ao longo do tempo, a energia física vermelha se transformará em onda de energia alaranjada, e se conecta com o invólucro seguinte, o corpo vital. E da mesma forma, num ritmo sequencial, essa onda de energia que começa na base, vai se transformando até abrir todos os chakras e liberar a energia necessária para a reedificação de cada invólucro relacionado, quando então a alma, a mesma alma ou essência consciente, vai manifestando consciência e atributos nas dimensões relacionadas a cada veículo.
Uma consciência completamente desperta sugere ou mesmo exige sete invólucros totalmente ativos em cada uma das sete dimensões fundamentais do Universo, porque somente com o invólucro correspondente, a alma tem condições de “viver” ativamente em cada uma destas dimensões, recolhendo informações, interagindo com outros seres, aprendendo, compreendendo, partilhando, crescendo, evoluindo… retomando gradualmente sua conexão com o Todo, ao permitir que sua individualidade consciente vá se integrando à Consciência do Todo…
Agora, quem chegar a este ponto e cometer o erro de morder o fruto proibido, e ceder às tentações carnais após tanto trabalho para chegar em tais alturas, despencará lá do alto e cairá ainda mais profundamente do que antes… o auto-controle, portanto, é a base rígida dessa disciplina de toda alma que deseja reedificar seu templo interno para que nele habite, com plenos poderes, o Espirito Santo.
Foi assim que os mais elevados Anjos caíram das alturas de sua Hierarquia, experimentando desejos carnais que eram completamente incompatíveis com sua natureza e vibração espiritual elevada…
Corpo físico imortal?
Certamente, porque todos os sete invólucros, assim costurados num mesmo tecido de cores diferentes, trocam entre si suas vitalidades, cruzam entre si seus atributos, entrelaçam-se numa mesma ligação mais forte que o aço, e em todas as suas fibras, tramas, dobras e texturas circulará a mesma energia chamada VIDA, e que não é produzida pelo corpo físico em funcionamento, como pensam muitos, mas sim, do alento do Espírito, e que, agora, servido pelos sete invólucros, tem condições de soprar vida e consciência em sua potência original, já que a vida que assumimos no corpo físico, a parte dessa visão completa da obra, será apenas 1/7 da vida total, e 1/7 não é o bastante para segurar a integridade do corpo físico por muito tempo, que, então, começará a definhar, a adoecer e envelhecer até a morte chegar… porque o poder do Espírito flui em 1/7 de sua estrutura.
A Alma é imortal, o Espírito é imortal, e o corpo físico e os demais invólucros só serão imortais se o alento imortal do Espírito fluir e circular sem obstáculos ou bloqueios em todos os sete recintos do templo, e se as águas da fonte da Vida regarem por igual aos sete vasos sagrados…
A entidade chamada VIDA é uma só. Mas os vasos que a recebem na existência imortal da alma são sete.
A entidade chamada CONSCIÊNCIA é uma só. Mas os olhos desta consciência a sondarem o Universo são sete.
Vida e Consciência são, digamos, as almas gêmeas do Espírito Uno. E precisam de sete veículos para se manifestarem nas sete dimensões fundamentais (e as muitas subdimensões entre elas).
No final, uma questão de alegoria matemática aqui presente.
Enquanto a última e sétima parede não seja edificada, nenhuma alma verá o Pai…como poderia esta alma subir até a mais elevada dimensão, onde o Espírito se move sem ocultação, se não possui o invólucro adequado para estar em sua presença?
Parábolas e ensinamentos bíblicos sobre este mistério Setenário do Espírito Santo não faltam.
A Bíblia menciona os sete dons do Espírito Santo, e podemos interpretar cada dom como relacionado a cada invólucro, entre outras coisas. O Sete representa a identidade de todas as coisas criadas.
Todas as coisas criadas em Sete Dias simbólicos apresentam sete naturezas intrínsecas, as sete cores, os sete sons, etc.
A Alma e seus sete invólucros, sete níveis de consciência etc.
A parábola dos trajes do casamento
“E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.
Mateus 22:11-14
O grande rei, que dá uma festa de casamento e convida a todos da cidade, é Deus.
Mas só poderão entrar na celebração os que estiverem devidamente trajados.
A Alma precisa vestir seus sete invólucros para estar na presença do Grande Rei no dia da grande celebração.
E a parábola fala em casamento, o que nos leva também ao mistério das almas gêmeas, que só se encontram quando alcançam a sexta dimensão, que é a exata dimensão onde as polaridades do Espírito Uno da sétima dimensão se manifestam… mas isso é um tema para outra exposição.
Claro que nenhum teólogo formado na Igreja Católica ou Protestante concorda com estas visões.
Para eles, o caminho para o céu segue os atalhos mais confortáveis e cômodos possíveis, onde o mínimo esforço e menor sacrifício são exigidos, já que Cristo fez e continua fazendo tudo (…) por nós (!!!).
Porém, para os discípulos não de crenças, mas da Verdade, aqueles que não se guiam pela letra morta, mas pelo Espírito da Vida na Palavra, subir ao céu é como escalar uma montanha: Deus nos dá as pernas, o resto é com a gente…
Porque a força que move as pernas e a fé que move o coração na subida, ambos, são Deus (também) dentro!
JP em 03.10.2019
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