Pode a ciência atual provar o Espírito?
Poderá a ciência de qualquer tempo que seja, antigo ou futuro, provar DEUS?
O COMO das coisas é o alvo do trabalho da ciência, mas e o PORQUE e o PARA QUE das coisas?
A que ramo do conhecimento caberá esse ônus?
Ciência… ou FÉ?
Não será este, precisamente, o limite que existe para toda ciência que traz no bojo a pretensão da onisciência?
Poderemos um dia formular, por exemplo, a equação do Amor?
Ou levantar as coordenadas dentro das quais se move… e vive… DEUS?
Não estarão exagerando um pouco as pessoas nesse fanatismo científico, massacrando sob a letra morta a inegável existência de tudo aquilo que não pode ser provado por metodologia científica?
Peguemos exemplos da vida prática. Porque amamos algumas pessoas e por elas fazemos tudo?
Há equações que regulem essa atividade cotidiana em nossa vida, a atividade do amor?
Há somas, há radicais, há números constantes, há forças envolvidas, há partículas de troca, enfim, há fenômenos mensuráveis em laboratório capazes de provar o amor?
Se não houverem, então deixa o amor de existir por causa disso?
E se DEUS É O superlativo do AMOR em tudo, de novo eu pergunto:
Poderá a ciência provar, algum dia, DEUS?
Nem a Arte, nem a Filosofia, e nem mesmo a Religião, seja ela qual for, se levantaram com a bandeira de querer PROVAR DEUS. O que estes três mensageiros da Verdade a se unirem com a ciência em breve, pretendem fazer é demonstrar que Deus está dentro do homem, reforçando a força do chamado dentro dele. Da mesma forma que a gota só vai saber o que é mar o dia que cair dentro dele. Uma vez fora, tudo o que pode fazer é estimar o que seja o Mar.
Eu acredito firmemente que os próprios extraterrestres ou seres de consciência mais avançada disponham de uma ciência profundamente entrelaçada com o conhecimento espiritual. Neste tipo de ciência não há separação entre objeto e observador, como acontece com a nossa. Nessa ciência, o referencial de análise é único e universal: a partir da consciência divina é que todas as coisas são avaliadas, do centro para a periferia. Mas ainda somos, humanos, seres de consciência periférica. E por isso queremos tantas provas.
Para mim, o ato de exigir tantas provas materiais de substâncias e realidades imateriais só prova o quão limitados ainda somos.
Consciência periférica, tridimensionalista, racional.
Não é a toa que muitos precisam tanto de provas, e fazem do ceticismo crônico a sua religião, e da metodologia dos laboratórios, o seu altar de orações. Ainda que a prova esteja bem diante do nosso nariz e nossa percepção periférica não a perceba, porque está fora do alcance dos oráculos desse altar negro.
Aí começam a pedir provas das provas.
E provas das provas das provas… porque o ceticismo se tornou crônico, há um impulso viciante na mente atrás de tudo isso.
E então, é só começar a cair no abismo sem fim, fazendo que a síndrome de São Tomé se converta na loucura de Pilatos, que pediu provas a Cristo da Verdade Divina.
Muitos pensam assim, que tudo o que a ciência não puder provar simplesmente não existe.
Aí o fanatismo sai da religião e cai do lado da racionalidade.
E o pêndulo da instabilidade nunca pára de oscilar.
Quero dizer que também não acredito em todos os contos místicos da modernidade. Mas não é por causa dos místicos delirantes que iremos explodir todo o edifício da fé, construído pelos homens de ciência e consciência lúcidos que já pisaram neste mundo.
Uma coisa é ciência de laboratório. Outra é ciência no exercício da consciência. É nesta em que eu acredito. Porque, quando a consciência emite sua ciência, então a razão logo logo encontra os números, formula as teses e as equações que definam suas intuições acertadas.
Experiência: esta é a palavra-chave do crescimento da consciência.
E ao meu entendimento, ela não se limita à racionalidade.
Na verdade, o raciocínio é tão somente a sua primeira porta.
Depois que a gente cruza essa porta, entraremos numa espécie de loucura sadia, aquela loucura de pensar diferente da maioria que ainda não abriu a referida porta.
A mesma loucura de um Einstein, que viu o espaço retorcido e o tempo desregulado.
E como foi taxado de louco na época.
A experiência de viajar num raio de luz foi o seu primeiro argumento.
Foi com essa imagem que ele conseguiu abrir aquela porta.
Temos que encontrar a nossa imaginação e nela viajar, deixando no leme não a razão, mas a intuição.
Depois, quando a intuição voltar da viagem, então ela conta tudo para a razão, e esta que se preocupe com os números…
A ciência é como a lança, penetrante, deseja ir na raiz dos fenômenos e ter a explicação “racional” de tudo, sendo este o seu limite.
Mas a fé é como o Graal, a taça de divino êxtase, que a alma humana apenas bebe e é preenchida de todas as respostas, e mesmo que não as tenha, não importa… aquele que bebe deste Cálice fica cheio de Deus, pleno de espírito, e sacia a sua sede de conhecimentos racionais por outro pasto, outro manjar, outro alimento… aquele que, saciando totalmente o ser por inteiro, pode ser dado, e apenas ser dado, pela fé…