A irreversível morte da consciência
A doce e persuasiva voz de Deus respeita a santidade do teu querer. Ele te dá luz, entretanto, tu tens a escolha para andares em luz ou em trevas.
Uma luz mais terna que a luz do Sol ou da Lua pode brilhar e soar continuamente, e ainda assim, tu poderás permanecer cego e surdo sem compreender.
Rodeiam para sempre o Trono da Misericórdia as luzes geradoras do amor que brilharão, mas o que será se as ligaduras do hábito impedirem teus pés e teu querer de voltar?
Que será se os teus olhos se recusarem a ver e se teus ouvidos se recusarem a ouvir as boas vindas do céu, e tu vieres a se tornar um cativo voluntário em teu próprio cárcere escuro?
Nenhuma alma é finalmente abandonada por Deus e entregue aos seus próprios caminhos, mas o homem se desvia de Deus, não o contrário.
Nosso Pai Celestial nos segue com inúmeros apelos, advertências e afirmações de compaixão, até que se tornem inúteis as posteriores oportunidades e privilégios.
A responsabilidade fica com o pecador, resistindo ao Espírito de Deus, sempre preparando um caminho alternativo para a segunda resistência à luz, quando ela vier com maior poder que da vez anterior.
Assim, a alma passa de um grau de resistência a outro, até que finalmente a luz deixará de acusar impressão, passando ela a cessar de corresponder, por qualquer maneira que seja, ao Espírito de Deus.
Então, mesmo a pouca luz que lhe habita se tornará trevas, e a pouca verdade conhecida se faz tão pervertida a ponto de aumentar a cegueira da alma.
Um abismo chamando outro abismo, até que a própria Misericórdia se torne inútil diante de tal cancelamento construído pela própria recusa do coração ao amor que sempre lhe chamou mas nunca lhe interessou.
A Misericórdia pode até ser infinita. Mas ela jamais obrigará uma alma a ser boa e um coração a amar a sua Verdade e desejar a sua Presença.
Deus é Infinito, mas muitos corações são limitados diante do seu Amor.
JP em 06.08.2024