BUDA repeliu esse mecanismo da vida comum.
Hoje em dia, é comum nos depararmos com filosofias do tipo: a noite longa nunca dura para sempre… em breve vai brilhar o novo dia… toda dor vai passar, a vida voltará a brindar o prazer… e coisas assim.
Mas Buda percebeu o sutil mecanismo da natureza recorrente das coisas, e o grau da ilusão presente mesmo nas coisas alegres e prazerosas.
Principalmente nelas…
Enquanto existirem dias, existirão noites.
Enquanto houver prazer, a dor virá.
O prazer não é o alvo da vida. Colocar o prazer como alvo da vida é semear dor amanhã.
Porque dor e prazer são como faces de uma mesma moeda, um não vive e nem existe sem o outro.
BUDA repeliu esse sistema de coisas e criou uma nova escola com sua busca pelo Nirvana.
O comum é que as pessoas queiram o prazer, evitando a dor a todo custo.
Mas o prazer hoje, por si só, gera dor amanhã.
Viver a vida em busca de prazer é semear a dor de amanhã.
Muitos tomam as religiões de forma equivocada, como supostos canais espirituais por onde energias de prazer devem ancorar para trazer felicidade aos homens. Mas o alvo das religiões é nos ensinar e nos preparar para o Amor Universal, ainda que a Mão de Deus por vezes traga a dor para nos libertar do prazer viciante e do ego isolante.
Buda contemplou esse mistério e repeliu o prazer, fazendo assim cessar toda a recorrência da dor.
Buda desvendou o segredo da RODA. Contemplou um estado de espírito acima e além de toda dor e de todo prazer.
Buda repeliu aquela filosofia comum que prega: suporte a dor hoje e amanhã a alegria te virá.
Repelindo essa forma mecânica de alegria, por efeito, anulou a motivação de todas as dores.
BUDA alcançou assim a raiz da ilusão, e a extirpou de seu coração ao não desejar mais nada, nem prazer e nem dor. Nem noites longas e nem manhãs claras.
BUDA saiu da Roda chamada EXISTÊNCIA.
Buda alcançou o CENTRO CHAMADO NIRVANA.
Buda rejeitou a própria alegria para possuir a real FELICIDADE.
Buda fechou todos os seus canais ao prazer para encarnar o AMOR em seu coração.
Buda e todos os outros mestres que hoje, na eternidade, se movem na Luz Incriada, Luz essa que não projeta trevas, porque não é luz que abriga trevas.
Não é entidade dualista. É entidade unitária, absoluta.
Seremos fortes para fugir até das claras e agradáveis manhãs de prazer, que nos distraem, engendrando já nas malhas do tempo que corre as sementes de novas dores amanhã?
Seremos águias o bastante para assumir a mesma visão de BUDA sem temer que a força do Sol queimasse as retinas da nossa razão?
A alegria dos dias displicentes sob o Sol das coisas no seu lugar, da normalidade em curso por nós desejada, pode ser e sempre é mais uma armadilha do destino colocando momentos de dor e problemas sob nossos pés.
Buscar o centro da Roda, que é Mergulhar de corpo e alma na união com Aquele que vive dentro de nós, eis o Nirvana que Buda procurou e encontrou, porque Aquele que vive dentro de nós não sente prazer, e portanto, não pode sentir dor.
O que ele sente é apenas o Gozo do Amor Eterno vibrando a Iluminação contínua em todas as fibras de sua essência imortal e infinita.
Lembrar sempre de uma coisa: são nas manhãs alegres e despreocupadas, quando as taças do prazer estão cheias, que mais nos esquecemos de Deus… quando estamos dentro de uma noite, nesse momento costumamos nos lembrar Dele.
Por isso, Buda repeliu as manhãs alegres… porque elas são armadilhas que tendem a nos apagar a lembrança do Criador e nos levar ao entorpecimento do prazer e da alegria.
Porque momentos de alegria vividos com Deus em esquecimento são exatamente os semeadores daquelas dores do amanhã.
No final de tudo, Buda viu MAYA (ilusão) EM AÇÃO tanto nas noites de dor como nas manhãs alegres.
E Buda desejou ir além da própria alegria.
E encontrou a FELICIDADE.
Buda assim o descobriu e assim nos ensinou!
Buda desejou a libertação da ilusão, esta ilusão que os PROJETORES DO EGO CHAMADOS DESEJOS atiram na mente e a tornam sistemática na capacidade não só de errar, mas de repetir os erros e nem diante dos efeitos negativos igualmente repetidos, mudar a sua conduta, iluminada pela lição da eterna Roda chamada CAUSA-EFEITO do Universo.
Este é um direito legítimo de todos os seres, o direito de lutar pela libertação da Roda automática criada pela ilusão dos desejos do Ego.
Buda ensinou uma verdade fundamental:
A raiz de todo mal é a ignorância, porque ela não nos faz perceber que os desejos são os reais fabricantes das correntes de nossa existência material e finita atada a toda dor.
Buda ensinou o caminho da libertação da dor. Ele disse:
A Batalha não é do bem contra o mal, e sim, da sabedoria contra a ignorância.
Buda lutou contra si mesmo, venceu a mais difícil das batalhas, e conquistou a libertação quando cessou a RODA das reencarnações, mergulhando na eternidade pacífica e iluminada do NIRVANA.
Buda conquistou a felicidade dentro do grau dos seres despertos e livres… mas os graus ainda maiores de felicidade, Buda (ainda) não alcançou.
Buda ainda se moveu no interesse do EU, porque preocupou-se com a sua dor, e a sua liberdade.
Evidentemente, esse trabalho só se completa, dentro da Avaliação do Criador, quando a alma, além de preocupar-se com a própria liberdade, passa a se preocupar com a liberdade alheia, e quando faz da dor dos semelhantes a sua própria dor, mesmo sem ter necessidade ou obrigação disso.
Buda não foi CRISTO.
Mas CRISTO foi Buda, e foi muito mais do que BUDA.
Porque Cristo ensinou não somente a via da libertação pessoal.
Cristo ensinou a Via da Fraternidade Universal pela força da COMPAIXÃO.
Há uma classe superior de BUDAS, os Budas da Compaixão, que não se contentam em gozar da alegria do Nirvana. Eles precisam descer outra vez a Terra, não por eles mesmos, mas pelos que sofrem.
E é nesse paradoxo de assumir novas dores e sacrifícios para si que a alma de um BUDA encontra o caminho para uma felicidade ainda maior que a do Nirvana.
A felicidade de ser UM com o Pai.
Disse Cristo: Eu e o Pai somos UM.
E disse: Está consumado.
A Cruz consumou esta nobre aspiração. SER UM COM DEUS.
Mas para ser UM COM DEUS, é preciso ser UM com o TODO, com todos os Seres.
Porque Deus é o TODO. Todos os seres são Deus.
E a menos que voce sofra e possa se sacrificar pela felicidade do mundo, mesmo estando livre de dores e problemas, não poderá alcançar a comunhão com Deus neste aspecto TODOS OS SERES.
Porque o Amor se mede no Sacrifício.
E o Sacrifício é a porta final para aquela felicidade que BUDA (Gautama) ainda não alcançou.
Se quiser alcançá-la, terá que descer outra vez e passar do Status de Buda da Luz para o de Buda da Compaixão.
E se tornar como Cristo.
O mais alto Filho de Deus é aquele que dá sua vida pelo próximo.
Não há ato de maior sacrifício do que este.
E justamente neste ato é que o Pai das Perfeições colocou a última porta a ser aberta pela alma.
O Nirvana é apenas uma porta intermediária entre a infelicidade dos seres mortais e a glória suprema dos imortais.
Na verdade, o Nirvana prepara a alma para a Cruz.
Ninguém vai ao Pai a não ser por mim.
E a Cruz é a chave do céu.
Ninguém subirá a Felicidade Suprema sem passar pelo sacrifício dos Budas da Compaixão.
É a exaltação do Amor Supremo coroado definitivamente em teu coração!
Porque uma coisa é mais do que certa: a forma mais plena e perfeita de se alcançar a felicidade é trabalhando e se sacrificando pela felicidade alheia.
Não há e nunca haverá forma mais eficaz de dissolver o egoísmo para todo sempre, essa doença persistente da alma que, por sua causa, se isola da Fonte.
MAITREYA É UM BUDA-CRISTO DA COMPAIXÃO QUE CHEGA..