A aparência não conta?
Temos que investigar a fundo essa questão.
A aparência das coisas.
No entendimento mais básico de todos, o que está do lado de fora é igual ao que está do lado de dentro, e vice-versa.
Essa é uma definição fundamental do Hermetismo.
O Todo é mente.
E o corpo humano, bem como o corpo e a forma de qualquer entidade, viva ou inanimada, é o resultado da materialização dessa mente invisivel na forma visível.
Esse é o pilar fundamental da criação do ser humano a partir do espírito:
E o espírito invisivel soprou ao corpo visível o fôlego de sua vida, e o corpo assumiu a vida do espírito, se tornando seu santuário sagrado desde então.
É lícito ao homem violentar o seu santuário?
Do ponto de vista do Criador do santuário, NÃO.
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”
1 Coríntios 6:19,20
Infelizmente, na era moderna, onde o culto ao corpo e às aparências, investindo-se na extravagância ilimitada apenas para se chamar a atenção pelo lado de fora (e não mais pelo lado de dentro, dos valores da alma), essas sentenças da sabedoria bíblica não valem mais nada.
Detectamos que as almas cada vez mais vazias precisam investir no culto do corpo e da aparência para poder encontrar algum sentido, de modo que a aparência exagerada do lado de fora exprime um conteúdo interior pobre. Isso é fato inquestionável.
Conflitos, o vazio interior devorando os pensamentos, e a tentativa de usar o corpo como vitrine social…compensando aquele devorador vazio interior.
Quando Jesus declarou que a árvore é julgada pelos frutos, ele incluiu aqui todas as ações humanas, incluindo aquelas que ferem ou violentam a morada sagrada do espírito (o corpo Templo).
Na verdade, a aparência de todas as coisas é a expressão interna destas mesmas coisas, segundo o princípio do Mentalismo: a forma externa é o espelho da mente interna, ou invisível.
Essa é a própria Lei da Criação da forma a partir de moldes mentais.
Um exemplo simples reside na Química: estruturas geométricas cristalinas de vários minerais na parte externa refletem estruturas geométricas na componente de suas moléculas e átomos, em padrões geométricos, hexagonais, pentagonais, piramidais, etc.
Quer dizer, a mesma simetria geométrica perfeita das ligações químicas se expressa na forma macroscópica destas substâncias em suas composições cristalinas naturais.
Ou seja, a aparência externa é o reflexo da alma interna no espelho da forma.
A perfeição do espírito criador dentro de nós se reflete em cada parte do nosso corpo!
Por mais que o politicamente correto da sociedade de consumo dissocie aparência de conteúdo interior, isso não é a verdade dos fatos, à luz da ciência do espírito.
Não estou questionando aqui padrões de beleza, mas sim, das relações da alma com sua casa, sua morada, seu templo-corpo.
Da mesma forma como a alma coletiva da humanidade está aniquilando sua segunda morada, a Natureza, deformando-a e destruindo-a de todas as formas possíveis, colhendo com isso os amargos frutos dos disturbios climáticos, todo aquele que fere ou violenta sua primeira morada, o corpo templo do Espírito, segundo os desejos extravagantes do ego, colhera juízo sobre si com o tempo.
A relação é a mesma:
Homem e seu corpo, a primeira morada.
Homem e a natureza, a segunda morada.
Ambas sagradas para o Espírito que as criou.
E nenhuma das duas sendo nossa propriedade, mas do Criador.
(Mas o politicamente correto desaprendeu tudo isso)…
Na linguagem dos arquétipos, o Anjo e o Demônio são as duas expressões de relações com o Divino e o Sagrado. O Anjo é Filho do aperfeiçoamento espiritual, enquanto o demônio significa a ruptura do humano com o Divino, caindo nas involuções da fera dos instintos no controle do seu corpo, sua mente e sua existência escrava dos desejos, que transformou seu santuário físico numa válvula de escape dos desejos do EGO ao invés de usá-lo como templo de comunhão com o Espírito que nele habita – porque para isso lhe fora dado, e não para nenhuma outra coisa!
Muitos erros têm sido cometidos por uma humanidade inconsciente, projetada apenas do lado de fora da vida, o lado das aparências, e completamente ignorante sobre o lado de dentro da vida e suas relações com a forma externa.
Quem fere a forma sagrada do espírito, fere o espírito.
Quem fere a forma, modifica seu DNA, porque o DNA é a ponte entre o corpo e o espírito.
Não só a poluição química altera o DNA. Poluição mental, pensamentos desajustados, violência contra o santuário, desejos desordenados, instintos desenfreados, e toda forma impura e desregrada de uso do corpo afetarão o espírito ao ferir (degenerar) o DNA.
É como destruir a casa onde alguém vive…submetendo-o a mendicância.
Eu disse que a coisa era mais profunda do que parece.
JP em 15.07.2021