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Rio de Janeiro e Santos terão partes cobertas pelo mar até 2050, diz ONU

ONU alerta que centenas de cidades costeiras densamente populosas do mundo serão cobertas pelo mar até o fim do século, como Rio e Santos

No Rio de Janeiro, é esperada uma elevação do mar em 20 cm até metade do século e 48 cm até 2100. Crédito: Stanley Kalvan – Shutterstock

Nesta terça-feira (28), a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um estudo feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e agências especializadas. Segundo o documento, diversas cidades ao redor do mundo terão partes cobertas pelo mar até 2050. Entre elas, algumas no Brasil, como Santos e Rio de Janeiro, o que vai impactar a vida de milhares de pessoas. 

Divulgada às vésperas da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28), a pesquisa diz que o impacto da elevação de temperaturas nas inundações costeiras aumentará cinco vezes ao longo deste século, colocando mais de 70 milhões de pessoas em todo o globo no caminho da expansão das planícies aluviais.

No Rio de Janeiro, é esperada uma elevação do mar em 20 cm até metade do século e 48 cm até 2100. São Luís (MA) e Fortaleza (CE) devem ter 50 cm cobertos pelo aumento do nível do mar dentro de menos de 80 anos.

Marcos do levantamento da ONU:

  • Até 2050, centenas de cidades costeiras altamente populosas estarão expostas a um maior risco de inundação, incluindo terras que abrigam cerca de 5% da população desses municípios, como Santos, no Brasil, e Calcutá, na Índia;
  • Até 2100, a projeção dobra para terras ocupadas por 10% da população dessas áreas costeiras muito populosas.

Nos últimos 20 anos, em consequência da elevação do nível do mar, a extensão das inundações costeiras aumentou de tal forma que mais de 14 milhões de pessoas em todo o mundo agora vivem em comunidades costeiras com uma chance anual de 1 em 20 de inundação.

Até 2050, centenas de cidades costeiras altamente populosas do mundo estarão expostas a um maior risco de inundação, incluindo regiões que abrigam cerca de 5% da população desses municípios, como Santos, no Brasil. Crédito: Luísa Barrionuevo – Shutterstock

Muitas regiões mais baixas ao longo das costas da América Latina, da África e do Sudeste Asiático podem enfrentar uma grave ameaça de inundação permanente, parte de uma tendência alarmante com potencial para desencadear uma reversão no desenvolvimento humano em comunidades costeiras em todo o planeta.

Nos níveis mais altos de aquecimento global, aproximadamente 160 mil km quadrados de terra costeira seriam inundados até 2100, o que inclui vastas extensões de cidades litorâneas no Equador, na Índia, na Arábia Saudita, no Vietnã e nos Emirados Árabes Unidos.

Os efeitos da elevação do nível do mar colocarão em risco décadas de progresso do desenvolvimento humano em zonas costeiras densamente povoadas, onde vive uma em cada sete pessoas no mundo.Pedro Conceição, Diretor do Escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD, ao Uol.

Segundo ele, o levantamento “é mais um lembrete para os tomadores de decisão que irão à COP28 de que o momento de agir é agora”.

Sem as defesas da linha costeira, no pior cenário de aquecimento até 2100, 5% ou mais das cidades abaixo devem ficar permanentemente abaixo do nível do mar:

  • Guayaquil, Equador;
  • Barranquilla, Colômbia;
  • Santos, Brasil;
  • Rio de Janeiro, Brasil;
  • Kingston, Jamaica;
  • Cotonou, Benin;
  • Calcutá, Índia;
  • Perth, Austrália;
  • Newcastle, Austrália;
  • Sydney, Austrália.

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