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A Meditação e o espaço negativo da Mente

 

 

Esse é um tópico importante dentro dos assuntos relacionados ao Mentalismo prático.

A mente, e a própria estrutura bilateral do cérebro (dois hemisférios cerebrais conectados) e do sistema nervoso (simetria bilateral funcional de todo o organismo) demonstram que o fluxo da energia mental é polarizado, e só funciona dessa maneira, e como se fosse uma respiração da alma (o pensamento é a respiração da alma) ela precisa estabelecer o mesmo padrão ou ritmo de uma respiração, ou seja, inspiração-expiração.

Se só inspirássemos o ar, sem parar, certamente nossos pulmões estourariam, e por isso, seguem tempos de expiração, esvaziando os pulmões e permitindo a reciclagem do oxigênio no sangue.

O cérebro precisa do mesmo esvaziamento ou espaço negativo para reciclar as energias mentais que circulam por ele todo o tempo. Se ficássemos acordados todo o tempo, pensando todo o tempo, sem uma pausa, isso poderia nos enlouquecer, e trazer sérios danos ao sistema nervoso em um curto período.

O sono, por meio de comandos do subconsciente, coloca a mente em pausa (a mente funcional do cérebro físico, porque a mente segue operando em outros veículos da alma) e esse estado de repouso cíclico é o “espaço negativo” que o cérebro físico precisa para reciclar suas energias, e liberar toda a enorme quantidade de informação diária acumulada nos bancos de memória. Muitos sonhos, especialmente aqueles do tipo caótico, sem sentido, com cenas confusas e embaralhadas, são o resultado de todo o lixo de informação inútil que, acumuladas durante o dia, o cérebro precisa descarregar enquanto dorme – como a lixeira do seu computador, ou o histórico, que você esvazia diariamente, para liberar os espaços de memória e melhorar o desempenho do PC.

Com exceção daqueles sonhos lúcidos, ou sonhos positivos, bem construídos e lúcidos, com características de mensagens reais do Subconsciente, todos os outros sonhos podem ser considerados como detritos expelidos pelo cérebro enquanto você dorme.

A geração de luz exige um espaço vazio por cenário e uma cavidade escura por berço, e tal lei da Física já é anunciada em Gênesis 1, quando o Espírito se movia por sobre as águas, e tudo o que havia era um espaço vazio, escuro e sem forma, e sobre esse espaço negativo, o Espírito atirou a primeira palavra:

Faça-se a Luz! (E a luz foi feita).

Transporte-se essa alegoria para a criação mental, e se a luz representa as ideias e a criatividade da inteligência de um modo geral, ela só brotará de espaços mentais vazios, profundamente escuros, e quanto mais profundamente esse vácuo mental se produzir, mais brilhante será a luz que ele germinará, quando a palavra dos pensamentos fecundarem outra vez o útero da mente.

A própria mecânica do Universo relativístico desvendada por Albert Einstein funciona em uma estrutura geométrica complexa, composta de espaços positivos e espaços negativos, e tal estrutura específica de distorção espacial é que permite a dinâmica do movimento das grandes massas via gravidade universal. Se você considerar o espaço-tempo como um tecido distorcido e contorcido pela energia gravitacional, terá que considerar nesse espaço o lado de dentro e o lado de fora do mesmo, digamos assim. Terá que imaginar uma topografia repleta de altos e baixos, de vales e picos, ou espaços positivos e espaços negativos, em teoria.

Transportando todas estas analogias para o Mentalismo, que é o que nos interessa, é importante saber que a energia mental só realiza movimento dinâmico (como a energia gravitacional) em uma mente que comporta os dois espaços, positivo e negativo, ou seja, ação do pensamento e inação do pensamento. Se a gravidade é a energia mental, e se o movimento das grandes massas, a realização da energia mental, ela precisa fluir através de espaços positivos e espaços negativos dentro do Universo-Mente.

Não podemos passar o tempo todo nos concentrando nas coisas, mentalizando tudo o que queremos, pensando em tudo o que pretendemos realizar… isso esgotaria nossa mente em pouco tempo. Mas a natureza é sábia e o próprio corpo aciona o sinal de alerta vermelho para evitar que toda estafa mental se prolongue, trazendo a reciclagem do sono.

Porém, podemos otimizar esse fenômeno incluindo aí a Meditação, o mais nobre e poderoso exercício de espaço negativo da mente que podemos realizar para fazer com que a reciclagem da energia mental opere em níveis máximos, tornando essa energia ainda mais poderosa e realizadora.

Ainda que nossos pensamentos e ideias sejam movidos pelas mais justas intenções, precisamos sempre dar pausa nesses pensamentos. Precisamos saber praticar o espaço mental negativo até para dar um salto de poder na energia mental reciclada, que se tornaria estagnada e improdutiva caso isso não acontecesse.

Conhecemos a história de muitos gênios da humanidade, como Leonardo da Vinci, Einstein, Mozart, os quais, mesmo sem conhecer estas regras do Mentalismo, sabiam dar esse tempo de vazio da mente em seus momentos de isolamento, quando apenas procuravam se desligar de suas obras, ofícios e pensamentos num lugar de abstração. O próprio Einstein disse:

“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – e eis que a verdade se me revela!”

 

Aqui, mesmo sem saber, Einstein anunciava a lei do espaço negativo da mente criadora.

Ou seja, a cada esvaziamento da mente, ela se torna mais poderosa.
Num exemplo bastante comum, todos nós sentimos ao acordar um vigor mental incrível, e as primeiras horas da manhã são as melhores para os trabalhos intelectuais, sendo que, já pela noite, o cansaço começa a chegar e a energia mental fica mais lenta, pedindo descanso.

Porque, da mesma forma como o corpo físico reconstrói suas células no descanso reparador, o cérebro e o sistema nervoso renova todas as suas conexões neurais nesse tempo de inatividade pensante do cérebro (a mente continua funcionando em outro plano/dimensão).

Agora, se realizamos a Meditação de forma consciente e voluntária, estaremos tornando essa pausa ou vazio mental não apenas um ponto de fuga para o cansaço do pensamento (como o sono), e sim, um ponto de apoio para que a energia mental vá se tornando cada vez mais poderosa, penetrante, criadora, genial, inspirada, inteligente e aberta para as percepções do Universo!

Se as técnicas de visualização e concentração nos permitem esculpir nossas realidades físicas (a lei da atração mental) a Meditação e outras técnicas do espaço mental negativo é que fazem da nossa mente uma taça que, a cada esvaziamento, vai se tornando cada vez mais larga e profunda, recolhendo mais e mais quantidades de energia divina (da Fonte do Espírito), sendo este o segredo desta técnica como fator de expansão da própria Mente e as suas habilidades como um todo.

Como uma terra, um campo que, após a colheita, precisa descansar um tempo antes de ser semeado novamente, porque não produziria adequadamente, considere que a mente é esta terra, este campo, e você precisa deixá-lo descansar por alguns períodos, caso contrário, perderá suas sementes de ideias e pensamentos por esgotamento da mente que não recicla devidamente suas energias.

 

 

Em tudo, essa polarização existe, conforme os argumentos do Mentalismo e dos princípios herméticos, baseados nas fórmulas do Caduceu de Mercúrio, do Yang Yin e todos os símbolos binários existentes, Sol e Lua, positivo e negativo, próton e elétron, enfim, criando um mesmo tecido cósmico de ação e inação capaz de compreender a resultante final de todas as coisas, a transformação que gera movimento.

E você só caminha sobre suas pernas porque, enquanto uma avança para frente, a outra recua para trás…
Sem a Meditação, sem o esvaziamento, a energia mental não caminha na direção da realização de todo o seu potencial.

 

 

E como sempre, quando compreendemos que a fonte de tudo é o Espírito, e que o nosso papel, como fração consciente desse Espírito em corpo físico pensante, é permitir cada vez mais que Ele assuma o controle e o comando, faremos do exercício de esvaziamento mental – meditação – uma atividade tão constante e vital quanto respirar, sempre esvaziando a mente do EGO para que o TODO que Ele, o Espírito, representa, cumpra a nobre função da energia mental em seus níveis mais surpreendentes para o pensamento comum limitado à existência comum.

Porque, para os padrões de existência comum, o pensamento costuma estar limitado ao cumprimento das necessidades instintivas básicas da vida, encerrando-se com a morte. Mas para os padrões da existência espiritual realizada, o pensamento transcende instinto e a pequena esfera material para se tornar o verdadeiro elo de conexão com a Mente Infinita e, com Ela, unido a Ela, passar a realizar tudo aquilo que a mente ordinária julga ser impossível… como viver para sempre na mesma frequência das estrelas.

JP em 06.09.2019

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