Eu sinto que é mais difícil suportar a perda do que se tem do que a ausência de algo que nunca se teve.
Jesus, por exemplo, era pobre somente de posses materiais.. porque sendo o Primogênito do céu, tinha o Universo por posse real.
E a pior das piores provas para ele nunca foi a pobreza material… e sim a cruz.
E sabe por que?
Ele poderia renunciar a cruz, na hora que quisesse.
Ele não foi obrigado a isso pelo Pai, mas solicitado.
Uma coisa é voce ter que sofrer na marra, sem remédio ou opção.
A outra é ter que sofrer uma enorme dor podendo cessá-la a qualquer momento.
Já pensou nisso?
Aí é que está a grandeza do ato: você, sabendo que pode cair fora de uma situação que vai te trazer dor fisica e moral imensa, ficaria dentro dela… por um ato de amor incondicional?
Você poder evitar uma dor enorme e um bocado de sofrimento mas segurá-lo até o fim, com o povo que ele desejou salvar cuspindo em sua cara e esbofeteando a sua face?
É por essas que, mestres e mestres. me desculpem.
Ele é o Mestre com M Maior.
Cristo é um modelo existente em todas as doutrinas antigas.
Zoroastro, Mitra, Hórus, Buda, são modelos de Cristo a partir da definição do termo UNGIDO, que é MESSIAS em hebraico e KRISTOS em grego.
Se as pessoas pudessem, por um pequeno momento, se desarmarem de suas crenças pessoais e familiares para tentar compreender que CRISTO é toda alma ungida em uma Fraternidade de Espíritos e designada para missão, de tempos em tempos, destinada a iluminar e resgatar da ignorância tal ou qual mundo e humanidade caída, ficaria mais simples compreender a origem comum de todas as religiões e juntar tudo isso numa concepção mais grandiosa, menos antropomórfica e revanchista.
Ainda que Jesus de Nazaré tenha sido o maior dos maiores, a doutrina Cristo ainda permanece obscura para quem vive nos domínios da crença e desconhece que, quando Cristo se referia a si mesmo como Salvador, queria dizer que cada um deveria salvar a si mesmo encarnando a energia Cristo do Universo, que é a energia do Amor Impessoal.
E que, para encarnar tal energia, era necessário reedificar o templo interior, era necessário reacender as sete luzes do candelabro, era necessário tornar a comer do fruto da ciência mas sem a serpente como guia e instrutora. E que tudo isso nos levaria a reencontrar o caminho para os frutos da Árvore da Vida.
O problema reside no apego que as pessoas têm às suas crenças pessoais e à resistência a conceitos novos e revolucionários que implodam as bases do seu pequeno edifício conceitual.
Encarnar o CRISTO e fazê-lo nascer na manjedoura do coração, é todo o caminho, verdade e vida real que existe para ser trilhada.
O verdadeiro buscador da verdade procura desvendar todos os símbolos e culturas antigas na busca da preciosa raiz original de toda luz, de toda instrução espiritual que existiu nesse mundo da parte dos muitos Cristos, ungidos na Estrela da Casa do Pão (Belém) e direcionados aos mundos em trevas e aflição.
Falar, contudo, nestes termos, é provocar reações certas nos mais apegados ás suas crenças.
No fundo, por puro medo.
Mas quem busca a verdade não deve ter medo.
Se há um medo permitido, é o medo de ficar congelado em crenças.
E andar em círculos que nunca saem do lugar comum do pensamento…
Afinal, quem liga pra dinheiro e prazeres terrenos quando os portais da Eternidade se abrem diante dos olhos destes ditosos e valentes filhos de Deus?
Enquanto eles ascendem na Luz Pura a cada passo na direção do desapego material e emocional (este, ainda mais difícil) caímos nós, os humanos, com passos retrógrados na direção contrária.
Buda, Francisco, Cristo… há uma coisa comum em todos eles. … a pura e simples prática da Verdade.
Mas com certeza, chegará o ponto em que você também vai abandonar a última escola da lista, para seguir apenas uma escola, que é a própria vida consciente e livre, sem mestre, sem guru e sem templo, e essa vida terá a aparência de uma estrada, e o teu viver, o sentido de um caminhar, e o teu templo será a tua liberdade no seio da natureza e do universo infinito, e o teu guru e mestre, a tua própria consciência desperta.
Como foi com todos aqueles outros que, como nós também, buscando, buscando e buscando, abandonaram todas as formas indiretas de se ver a Luz porque ainda não tinham olhos para suportá-la. E nesse dia, abrindo os olhos prontos, puderam finalmente descartar as crenças e as letras dos antigos mestres para, finalmente, e grandiosamente, serem mestres de si mesmos.
E dos muitos outros que chegaram para aprender com ele!
O grande problema e perigo de se tornar seguidor é se apoiar em um mestre falso e uma doutrina equivocada.
Certamente precisamos da ajuda do poder externo.
Porém temos que nos certificar de que estamos confiando numa fonte legítima, sob o risco de retrocesso.
Esta é uma experiência pessoal. Cada um deve fazer o seu caminho.
Mas caminhante algum julga que chegou ao fim da estrada ou que o trem alcançou a última estação.
Todo caminhante sabe que estrada ainda falta, e muita estrada, pela frente, e que ele ainda vai ver muita coisa nova… e que para ver coisas novas e conhecer lugares novos, terá que abandonar os lugares antigos.
Nesse sentido de crescimento é que usei a referência da caminhada.
Ela não cessa jamais.
“Quem olha para fora. sonha.
Quem olha para dentro, desperta”
Jung
Esta não é somente uma visão minha. Mas uma visão de quem realmente desperta. A de que tudo está e sempre esteve dentro. A luz brilha dentro, mas os espelhos da vida tentam, do lado de fora, nos guiar para ela.
Buda disse:
“Se um homem, pelo caminho que seja que tiver escolhido, encontrou a Iluminação, ele é um sábio”.
Não importa o caminho que você vai seguir.
Importa o resultado final, e se ele for a Iluminação, você está no caminho certo.
Avancemos então!
Porque disse Cristo:
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”
E se Cristo encarnou o Caminho, a Verdade e a Vida, de que mais precisamos nós, além de encarná-lo também?
Seguir um Mestre não significa andar atrás dele,
mas sim praticar seus ensinamentos e conquistar os resultados prometidos.
JP em 26.03.2022