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Verdade Interior

A minha verdade interior me assegura que é inútil o debate, a discussão e a polêmica sobre os tempos que temos vivido.

São estratégias dos inimigos da Concórdia, para dividir o homem e tudo o que foi criado em união desde sua origem, fazendo assim com que ele perca o sinal da própria verdade interior que deixa de habitar em casas divididas e corações partidos…

A minha verdade interior não está interessada em sinais no céu e na Terra para promover batalhas ideológicas ou tentar convencer a si mesmo de que Deus existe e Seu Dia chegou, nem para determinar se o que eu acho redondo deve ser redondo para o outro que o vê quadrado… se a luz que brilha é do Sol, é de farol ou de aves de metal… se as estranhas presenças que circulam no ar são do bem ou são do mal, são de Deus ou do Diabo, ou se vêm em nome de Cristo ou contra o seu nome, e se o que pousa sobre o alto da montanha, fumegando como um dragão, é o decreto do fim de toda uma raça…

A minha verdade interior não está sequer preocupada com os alarmes dos meus ouvidos ou com as visões dos meus olhos, posto que estas sentinelas da minha mente estão debruçados na varanda do lado de fora da casa onde eu convivo com a minha verdade interior, essa companheira segura das horas solitárias e muito úteis de reflexão e meditação…

Não são espelhos e nem conselhos os meus professores nesta vida…
o nome do meu mestre da verdade interior é “auto-conhecimento”.


Ela me deu maiores asas, e por isso, preciso de maiores céus.
Ela me deu novos olhos, e assim, melhores luzes estou a procurar no meio das miragens… ela me deu braços fortes não para carregar fardos, mas para nadar em águas mais profundas de oceanos mais vastos…

Ela me deu o primeiro motor dos meus pensamentos e sonhos…

A minha verdade interior não saiu jamais das visões dos meus olhos e nem dos alarmes que chegam aos meus ouvidos de um mundo em convulsão…


A minha verdade interior brotou no meu coração nascida de um momento de paz eterna, quando Deus olhou para a minha criança e desejou abençoá-la, enchendo-a da beleza da vida.
É isso, a minha verdade interior fala das coisas essenciais a vida, e não se ocupa de procurar entender o universo exterior cheio de pessoas que vêm e vão, com seus sentimentos, lembranças e infortúnios, ou das coisas e luzes que tumultuam o céu dos inquietos, com seus Ufos, seus eclipses, elipses e apocalipses, e todas as suas diretrizes,com seus desastres anunciados, profecias e presságios, profetas e anjos, Cristos e demônios, nações em crise e turbas alucinadas, circulando na História do nosso momento como nunca houvera sido antes, sem saber que tudo está por um fio, por um cair da última gota da taça…

Pois deveriam todos saber que a verdade interior não é filha do tempo e nem condição de uma roda que sempre girou alucinada, fora dos eixos e com a rotação desfigurada pelas paixões que açoitam a alma dos fracos e dos medíocres… arrastados ainda com mais força nestes tempos em que dita roda acelera e deixa de seguir qualquer regra de movimento, desejando apenas atirar nas beiradas seus ocupantes, beirada além da qual existe um abismo sem cor, sem fundo e sem nome para tragá-los no mais profundo esquecimento…

A minha verdade interior assumiu o poder amplo e total para destruir essa roda ao redor, porque deixou de girar dentro de mim, desde o dia em que assumi o compromisso de arrancar esse agudo eixo do meu coração, que mais parece uma raiz de erva má, um espinho cravado no peito da minha paz profunda…

A minha verdade interior é simples como um sorriso que me convence de que, ao lado de Deus, na força serena de uma fé habitante de um coração em paz consigo mesmo, tudo está bem e tudo estará bem, ainda que hajam dores a serem suportadas, ainda que hajam decepções a serem enfrentadas, ainda que hajam coisas e causas a serem perdidas.

Porque a minha verdade interior é a minha estrada. E ela tem o sabor de uma eterna despedida das coisas que deixam de ser quando há renovação no coração, porque a cada curva da trilha, vou deixando meus velhos olhos e velhos ouvidos às margens, para que apodreçam com meus antigos corpos que já não me servirão mais nas paisagens adiantes, para além das estrelas que eu contei nos dias de ontem…

Essa estrada não é feita de pessoas ou conceitos, nem de assuntos que me preenchem o dia do lado de fora, com suas máquinas e maquinações, tecnologias e progressos, embora tentem deixar uma casa vazia do lado de dentro. A minha verdade interior me faz liberto por mim mesmo.

E ao assumir essa liberdade real é que estou livre para abraçar o mundo que eu quero do lado de fora, não o mundo que outros querem que eu abrace por sua própria condição… a condição de quem não é livre porque simplesmente busca tal coisa exteriormente… a minha verdade não é feita de risos e sonhos, de prazeres e desejos, nem de esperanças quando direcionadas para esses falsos ídolos do mundo dos sem-esperança porque se assim fosse, minha verdade interior se tornaria minha mentira pessoal… e minha própria maldição.

A esperança só tem algum valor quando espera nas coisas ditadas pela verdade interior do coração… mas o que acontece é que o mundo dos mortos inventou falsas esperanças para que as multidões sigam para sempre apartadas da Mãe de toda verdade interior, aquela Luz da qual falaram todos os santos que antes seguiram pela mesma estrada…

Se eu pudesse resumir a minha verdade interior diante do mundo, tal qual ele se apresenta hoje, eu apenas diria: ela não tem o peso de uma lágrima, embora tenha o tamanho de um mar suave dentro da minha alma… ela não tem a sombra de nenhum medo, embora se retire na noite de um mistério indizível… ela não arde e nem dói por dentro da solidão assumida, porque seu dom maior é o de me fazer conectado ao Amor Infinito todo o tempo. E aqui nada mais precisa ser dito… já que não sou eu quem navego no mar da minha verdade interior, mas ele é que navega em mim…

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JP em 06.07.2019
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