“Na verdade na verdade eu vos digo, que se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia”.
João 6: 53
Vale muito a pena refletir nos poderosos escritos de João!
Agora, se a gente tomar tudo ao pé da letra, como os que costumam interpretar que uma serpente falante deu uma fruta gostosa para Adão e Eva comerem… essa coisa de comer a carne e beber o sangue de outro ser humano soará como prática de canibalismo e vampirismo!
E é isso mesmo o que os patéticos detratores da fé cristã procuram fazer, conduzindo interpretações literais de símbolos sagrados para destituí-los de valor.
Mas o corpo e o sangue de Cristo são espírito, isto é, seu espírito ofertado ao mundo em ato sacrifício de amor.
Outra passagem do mesmo livro de João, precisamente no capítulo 15, nos fala da parábola da videira, e ela soluciona o segredo todo.
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.”
João 15:1,2
Aqui o significado de tudo isso é desvendado.
Aquele que renasce espiritualmente em Cristo se torna como um galho da Grande Videira, ou Árvore da Vida, partilhando a mesma seiva com todos os outros galhos.
Essa é uma maravilhosa demonstração de que a Vida é uma entidade coletiva.
A mesma partilha de uma mesma vida espiritual consciente é proposta na edificação da Sua Igreja na qualidade de EGRÉGORA.
Cristo lançou esse antigo ritual (muito anterior a ele mesmo) na ocasião da Última Ceia, partilhando pão e vinho com os doze apóstolos: vida compartilhada, e o termo COM-PANHEIRO significa “o que come o pão conosco”.
Viver em vida coletiva, isso significa a Vida de Cristo fluindo em nós pelos misteriosos fios de ligação do espírito do amor universal.
Olhe para uma célula individual no seu corpo, que simplesmente não existiria se não partilhasse com todas as outras células os mesmos elementos de vida que circulam nesse organismo. Em toda a Natureza, temos amostras de que VIDA SÃO VIDAS INTEGRADAS.
Comer o pão e beber o vinho procedem do símbolo da semente desde a terra plantada que se levanta transformada em fruto pela ação do Sol, simbolismo esse igualmente carregado de conteúdo espiritual.
O Sol da luz e do verbo divino transformando sementes de consciência humana plantadas na Terra material em frutos de espiritualidade a serem colhidos pelo Pai, o Grande Jardineiro desde o Éden na Terra.
A Igreja de Cristo é muito mais do que um empilhado de pedras ou mesmo instituições em luta pelo monopólio da Verdade cristã. A Igreja é uma família de espíritos ligados por laços não de sangue, mas de consciência e fé, que se fazem ligados à fonte da Vida (o Pai) pela intercessão do mediador ou pontífice, o Filho (Jesus Cristo).
Os ressurrectos partilham essa vida eterna na forma de uma Egrégora edificada e celebrada no pacto de amor e sacrifício.
Por isso, a Igreja é chamada CORPO DE CRISTO, e Ele próprio, a sua Cabeça.
Um corpo que foi desmembrado pelo fanatismo religioso de séculos, e agora o próprio Cristo considera reunir estes pedaços desde os quatro cantos do mundo e lhes insuflar vida nova, da parte do Pai.
Estar na Igreja de Cristo nunca foi uma condição espacial ou temporal, e sim, “vibracional”, ou presencial no sentido de ser parte ativa de um corpo espiritual complexo e coletivo, corpo esse já representado em todos os símbolos e ritos da antiga Igreja e esboçados por muitas doutrinas até anteriores a Cristo.
O rei Melquisedeque foi a primeira personagem bíblica a cumprir o ritual de oferta de pão e vinho em ato de bênção espiritual.
“Melquisedeque, rei de Salém, e sacerdote do Deus Altíssimo, trouxe pão e vinho e abençoou Abrão, dizendo: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador dos céus e da terra. E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os seus inimigos em suas mãos”.
(Gênesis 14:18-20).
Outras passagens da Bíblia citam a Ordem de Melquisedeque como sendo o modelo mais antigo dessa “Igreja” na qualidade descrita de Ordem espiritual de seres irmanados através de um Pontífice sagrado e por ele conectados ao Pai Celestial.
“Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a Ordem de Melquisedeque.
(Salmos 110:4)
Mas este com juramento por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote eternamente, Segundo a Ordem de Melquisedeque”
(Hebreus 7:21)
O Livro do Apocalipse finaliza a questão com outros símbolos, quando o número dos 144.000 identifica esse corpo em sua mínima Egrégora de edificação espiritual com poder para atrair o restante da Igreja “até que o número dos nossos esteja completo”.
Portanto, o assunto merece uma compreensão mais profunda antes de cair na boca deturpadora dos fanáticos ou na língua infame dos inimigos da fé cristã, porque ambos se movem em profunda ignorância.
A menos que você esteja ligado permanentemente ao Pai por um voto de amor e sacrifício celebrado na causa eterna de Cristo e sua Verdade, você nunca abandonará a condição de mortal ignorante dos maiores mistérios do Universo espiritual, atado a uma roda mecânica de sofrimentos repetitivos e julgando estupidamente que isso é evolução e progresso.
Se a fonte da Vida é DEUS, o espírito, em vão busca a ciência por fórmulas e soluções de longevidade que excluam o espírito de suas equações e testes laboratoriais.
Na verdade, todas as buscas da ciência sem Deus são vãs na qualidade de passageiras.
Porque matéria e energia já foram previamente criadas para não durarem muito.
Só o espírito permanece.
E aquele que investe no espírito, este demonstrou ser o mais sábio em seu tempo.
E será ainda mais sábio se souber usar toda ciência e consciência para aprimorar o seu rico investimento.
JP em 15.11.2021