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O Caminho do Zodíaco – Gêmeos

GÊMEOS
(Johfra)

A Respiração do Binário

Seguindo a Jornada, aquela chispa pura de fogo, vomitada pela boca do Criador no estágio inicial, Áries, foi precipitada na matéria de Touro, e lançou-lhe raiz, iniciando o ciclo vital na natureza. Essa raiz projetou, acima da superfície, o delicado broto da planta, com duas pequenas folhinhas que servem para nutri-la em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Aqui começa a respiração do binário, porque o espírito unitário da chispa, encarcerado na matéria viva, precisou respirar, e aqui, a alma manifesta sua dualidade, e é precisamente a dualidade que passa a girar o Roda Cósmica.

Ou seja, o edifício criado em Touro passa a respirar e a fluir em Gêmeos. Por isso, tudo nesse signo é leve, móvel e mutável, é veloz e passageiro como o pensamento.

Tudo na imagem é ar, é nuvem, é fumaça de pensamentos oscilantes… o elemento ar rege este signo, e da densidade taurina anterior, suporte da raiz, passamos para a volubilidade geminiana, nas asas do pensamento viajante, aquele que aprendeu a se libertar (ainda que de forma limitada) das correntes da densidade corporal. Contudo, esse grau de liberdade pode e deve aumentar com a aplicação da ciência do Caduceu.

O PENSAMENTO É A RESPIRAÇÃO DA ALMA CONSCIENTE!
A matéria pensou, e no ato de pensar, ela criou a dualidade, porque a mente é a reação da alma diante da natureza contrastante de tudo. Luz e trevas, matéria e energia, frio e calor, grande e pequeno, alto e baixo, sol e lua, ouro e prata, homem e mulher… este é o Império da Dualidade fazendo da conciliação a sua busca, conciliação essa chamada ciência da Alquimia ou transmutação, que explode na rica simbologia da imagem, a mais rica entre todas as doze pintadas por Johfra.

Duas colunas do Templo, azul e vermelha, as cores da natureza dos sexos que está sendo temperada pelas mãos do Anjo artífice do Arcano 14, o Querubim do Éden, da primogenitura andrógina.
Do outro lado, o Louco do Taro (21) se extravia em seu caminho que negou a ciência do equilíbrio ao se entregar às paixões e aos excessos da vida, estes que realmente matam por perverter todas as medidas da Balança, todas as escalas das réguas e todos os fundamentos da sagrada doutrina do espírito ao homem entregue em sua jornada pela roda do tempo e estações temporárias da matéria.

O Leão (fogo) e o Unicórnio (água) são duas potências que se miram, inicialmente antagônicas mas que, se combinadas, entregam a chave de poder ao homem, representando pelo Cinocéfalo (macaco) que traz o globo sobre as mãos e o compasso, o símbolo da mente que desvendou os segredos e assume controle, porque está escrito: aquele que controla a si mesmo, controlará o mundo.

“SOLVE ET COAGULA” ou “Descer para Subir”, ou ainda, morrer para assumir imortalidade, perder para ganhar, etc… são axiomas da ciência secreta que não podem ser compreendidos pelos caminhos deste mundo e ilusões perenes…

Gêmeos se faz o signo da inteligência porque dota o nativo de uma mente hábil e curiosa, inquiridora e inquieta, que não se conforma com o pouco em termos de informação, embora isso possa levá-la aos caminhos da dispersão.

No alto, homem e mulher partilham outra dualidade, o espírito (águia) e o animal (dragão), e esta é a dualidade mais difícil de ser conciliada pela ciência do Caduceu de Mercúrio, que é a Alquimia secreta ou a arte de conciliar os opostos para se obter o terceiro elemento, a pedra filosofal.

Na base, o octógono conciliando dois quadrados, o azul e o vermelho, é a própria pedra filosofal sobre a qual o Cinocéfalo se assenta, conquistando o trono da razão que governa o mundo, porque, antes, governa a si mesmo.

Se Gêmeos aprender a controlar toda a sua energia mental com ciência, disciplina e propósito, com certeza terá as chaves do mundo em suas mãos. A matéria é o laboratório, a mente é o guia da obra, e a doutrina é a régua, a balança, a chave.
Transformar o animal em anjo, e converter o chumbo em ouro, eis a meta da ciência sagrada e secreta dos deuses… para se tornar igual a eles!

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