Nesse caso, a contração de um universo anterior por meio de um colapso gravitacional teria colocado um fim na existência das coisas. A partir daí, durante uma nova fase de expansão, o universo em que vivemos atualmente teria passado a surgir. Ao invés do princípio de tudo, estaríamos apenas vivendo uma espécie de “reboot” universal.
A ciência sabe que o processo de expansão do universo, atualmente, é real. As teorias mais comuns apontam que essa expansão é um efeito gerado pelo Big Bang. Uma concentração densa e quente teria explodido e se expandido, gerando o tempo, matéria e universo que conhecemos. Mas e se, na verdade, não tivesse sido bem assim?
Assim como teorias apontam associações da expansão com o Big Bang, diversas outras teorias tentam refutar tudo isso. A ideia do Big Bounce (Grande Rebote, ou Grande Salto) foi sugerida pela primeira vez em 1922, mas na época não havia como explicar por meio de cálculos como poderiam ter ocorrido as transições de contração e expansão do universo.
Um estudo mais recente, porém, conseguiu explicar como tudo teria acontecido. O estudo foi publicado na Physical Review Letters por um time de pesquisadores da China e do Canadá e assinado por Steffen Gielen e Neil Turok. O trabalho das equipes foi fortemente influenciado pelas pesquisas de outros cientistas, como Martin Bojowald da Universidade da Pennsylvania, em 2007.
Atualmente, a física é guiada por duas grandes vertentes: a Teoria da Relatividade e a Teoria Quântica. Com a primeira, é possível explicar o comportamento dos corpos e matérias do universo, já com a segunda podemos compreender o comportamento de partículas subatômicas. Segundo a teoria sobre a nova origem do universo, no início ele era regido pelas mesmas leis.
O que esse novo estudo propõe é que, no início, a lei vigente era a física quântica. Nesse contexto, existia uma espécie de simetria dos corpos e o universo era igual, mas toda matéria era encontrada na forma de partículas, e não em grandes estruturas como vemos atualmente.
Os cientistas fizeram algumas simulações em computador utilizando as equações propostas pelas teorias de gravidade quântica. Com os cálculos foi possível perceber que o universo se tornava cada vez mais denso, o que foi constatado no momento do Big Bang. Após se contrair, no entanto, o universo não se concentra em formas cada vez mais densas, rumo ao infinito, mas começa a se expandir novamente, o que seria o Big Bang que conhecemos.
Se a teoria estiver correta, o Big Bang pode até ter existido, mas não foi o começo de tudo, e sim a marcação de uma nova fase.