Definições:
Modismos são imprevisíveis. Uma tendência de curta duração, mas sem um significado cultural relevante. Algumas empresas podem ganhar algum dinheiro com modismos, mas por um curto período de tempo.
Modismo é caracterizado por grande intensidade em um curto período de tempo, por exemplo os Fidget Spinners ou Pokemon Go. Já na moda o período é mais longo com uma intensidade mais constante, Orkut ou Facebook agora por exemplo. E na tendência ela pode ser o precursor de uma moda, Instagram em sua crescente atual.
Outras definições colocam o termo modismo como sinônimo de Idiotismo…
Eu nasci com aversão a moda.
Nunca suportei ver aquela turma toda padronizada, vestindo as roupas da moda, usando o corte de cabelo do momento, e pior, ridicularizando quem estava fora desse padrão.
Por tal razão, eu sempre fui um excluído, desde a tenra juventude.
E se essa exclusão me causava dor na época, hoje me fornece êxtase.
Graças a Deus nunca fui um cultuador de moda!
Nenhum tipo de moda, desde o dia em que descobri que o modismo é a forma mais rápida que o Sistema tem para nivelar o pensamento das pessoas.
Se a moda é a barba, eu raspo a barba, e quando a moda for raspar a barba, então eu a deixo no lugar.
Uma tendência em bater de frente contra as direções preferenciais do cardume sempre me caracterizou como pessoa, e o tempo passou, o cardume ganhou uma nova ferramenta para propagar modismos, a Internet, e eu continuo batendo de frente contra as tendências de cardume.
Nestes tempos atuais, onde se torna cada vez mais raro ver e ouvir alguém manifestar formas originais e inteligentes de pensamento sem ter coletado de várias janelas, links e sites as formas alheias, e construído um modo de pensar que, na verdade, é um amontoado de blocos empilhados de ideias alheias, sem muita originalidade ou identidade pessoal… nestes tempos, precisamos aprender a nadar sempre contra a corrente do pensamento globalizado, se quisermos ter alguma identidade autêntica a ser resgatada nesse turbilhão de estilos plastificados.
Todas as modas foram engolidas por uma única moda: a Internet, ou vida digital.
E essa cultura digital é que está nivelando as pessoas … para baixo, que costumam confundir qualidade de informação com quantidade.
Muitos dizem: Hoje temos acesso rápido à informação.
Sim, e daí?
Quem garante que toda essa informação vem com selo de qualidade?
O lado pior de tudo isso é que o Sistema aproveita de forma intensa essa tendência de modismo digital em uma série de mecanismos publicitários que lucram cada vez mais a custa da estupidificação de muitos…
A coisa toda começa quando alguém lança um novo estilo na rede (rede que apanha cardumes), e um curte e copia, e logo serão dois, e logo serão quatro, e logo dezesseis, e milhares de milhões… viralizando o novo estilo, seja imagem, pensamento ou objeto de consumo.
A velocidade de copiar e colar os quadros da realidade digital é estrondosa, e os muitos olheiros que ficam empoleirados na rede, o tempo todo, vigiando esses movimentos sociais e seus principais fluxos e direções, também ficam bolando modelos publicitários e objetos de consumo onde as empresas envolvidas faturam cada vez mais a custa da quantidade de likes, e não pela qualidade do produto em si.
O produto em si pode ser um LIXO, mas se ele viralizar e virar MODA, então isso e só isso é o que importa.
Na agenda do Capitalismo, o que importa é o número.
Já começa pelo fato de que todos nós somos um número nos registros do Sistema.
E tudo o que fazemos, escrevemos e publicamos na Internet, se torna números diante daqueles olheiros, interessados sempre em lucros máximos e rendimentos otimizados.
Diante de tudo isso, o objetivo do Sistema se torna cada vez mais claro.
Ou seja, construir modelos de pensamento massificado que ele possa manipular com facilidade através dos comandos digitais. A própria definição de Moda e Modismo têm um apelo comercial forte nela incluída, e apelos comerciais são sempre manipuladores, e nos tempos das ferramentas digitais, essas manipulações envolvem mensagens subliminares e todo tipo de engenharia da construção do pensamento, de tal forma que nem em sonho a gente imaginou que existiriam antes do advento da Era digital.
A Internet, de um modo geral. está destruindo não só a capacidade do pensamento livre em muita gente.
Está destruindo a própria individualidade das pessoas.
E elas nem percebem, porque, quando forem perceber, elas já se tornaram um ser híbrido artificial nascido não das próprias reflexões conscientes e criatividade livre, mas sim, do somatório das tendências circulando na rede que incorporam à sua maneira de pensar e agir …
O mundo não precisa só de informação.
Ele precisa de transformação, e para melhor.
Mas para que essa transformação aconteça, ela tem que ser acionada por informação de qualidade, e não por informação manipulada e direcionada para a idiotização da humanidade, que se torna melhor manipulada dessa maneira.
Então, cuidado principalmente com tudo o que se torna moda e viraliza, e passa a fazer a cabeça dos bilhões de pessoas no planeta. Porque esses bilhões de cabeças não estão mais pensando com discernimento ao ponto de perceber que uma Cabeça Maior é que pensa por elas e direciona sutilmente suas opiniões, gostos e atitudes.
O Modismo é sempre uma fábrica de mediocridades lucrativas, não pela qualidade do produto, mas pela quantidade de gente que o consome, numa espécie de contágio social irrefreável…
Então, seja um na multidão.
E se a multidão não gostar ou concordar, aprenda a se tornar invisível.
Porque, em muitas situações de escravidão mental, você só escapará se aprender a se tornar invisível.
“Caminha ao lado da multidão, mas não no centro dela e muito menos na frente”.
Pitágoras
JP em 13.10.2020