Ciência

IoL – Conheça a Internet da Luz que veio para revolucionar

A transmissão de dados via luz, mais conhecida como Li-Fi, já existe há algum tempo, mas ganhou novo fôlego com a difusão do uso de lâmpadas de LED na iluminação geral.

Uma equipe de pesquisadores chineses acredita que, depois de construir sua própria rede de luzes interconectadas, eles provaram que a tecnologia está madura o suficiente para que a qualidade e a funcionalidade tenham melhorado aos trancos e barrancos.

A proposta é simples e direta: uma Internet de Luz, uma rede distribuída de dispositivos inteiramente conectados pelos sistemas de iluminação artificial usados em residências, escritórios e fábricas.

Trabalhando em conjunto com a Internet das Coisas e com a internet tradicional, o conceito promete um novo patamar de integração e novos tipos de serviços.

IoL - Internet da Luz
As lâmpadas de LED são transformadas em nós da rede, integrando diversos sensores ao sistema normal de iluminação.

“Conforme as pessoas passam cada vez mais tempo dentro de casa, é absolutamente necessário fornecer uma rede de iluminação que ofereça iluminação inteligente junto com serviços de informação, combinando tecnologias de informação com tecnologias de comunicação,” defende o professor Jian Song, da Universidade Tsinghua, conforme conta o portal Inovação Tecnologia.

Sistemas de teste usados pela equipe para desenvolver os primeiros algoritmos da Internet da Luz.
[Imagem: Jian Song et al. – 10.23919/ICN.2022.0018]

IoL, a internet da luz

O grande elemento viabilizar da Internet da Luz (IdL, ou IoL na sigla em inglês para Internet of Light) está no fato de que, sendo baseados em silício, os LEDs facilitam a integração de redes de iluminação com diferentes mecanismos de controle eletrônico e inteligente a um custo muito baixo.

Sistemas de teste usados pela equipe para desenvolver os primeiros algoritmos da Internet da Luz.

Além do controle de iluminação para oferecer novas funcionalidades, os pesquisadores confirmaram a viabilidade da comunicação por luz visível, que transmite informações modulando a intensidade da luz do LED de um modo que não é perceptível ao olho humano. Essa forma de comunicação pode suportar simultaneamente serviços de informação como localização, transmissão de dados e até mesmo terapia óptica, sem causar fadiga ocular ou danos à saúde.

Para integrar a IoL com sistemas comuns de iluminação, os pesquisadores combinaram sensores, módulos de comunicação e unidades de processamento inteligentes dentro de lâmpadas LED individuais, cada uma passando a funcionar como um nó da rede. Como meio da rede, foram usadas tecnologias de telecomunicações já implantadas, como comunicações sem fio 5G e comunicação via rede elétrica, ou PLC (Power Line Communication).

Para os primeiros testes práticos, cada “lâmpada-nó” recebeu sensores para coletar informações como intensidade de luz, cor, níveis de gases perigosos, temperatura e sensores de movimento. Um aplicativo experimental foi projetado para personalizar o ambiente, tornando-o confortável de acordo com a preferência do usuário. Isto, claro, incluiu fazer o alinhamento do feixe de transmissão da comunicação por luz visível em tempo real para ajustar rapidamente a direção da fonte de luz emissora de acordo com a posição do usuário – o foco do Li-Fi acompanha o usuário pelo ambiente.

Para oferecer suporte a aplicações como transmissão de vídeo e sistema de posicionamento em tempo real, os pesquisadores estão desenvolvendo algoritmos de agendamento, que podem acomodar os rigorosos requisitos de tempo de uma estação base e minimizar a latência.

Aplicações em saúde

Como toda a tecnologia envolve a luz, e o uso da luz como terapia de saúde e bem-estar está crescendo rapidamente, a equipe pretende que sua Internet da Luz estreie justamente nessa área.

“Os resultados preliminares da nossa investigação confirmaram a relação entre a estimulação luminosa e a reação humana por sinal de atividade eletrodérmica e outros métodos,” disse Xiaofei Wang, da Universidade de Tsinghua. “Isso demonstra que uma plataforma IoL possivelmente pode regular as emoções humanas e a atividade cerebral controlando a frequência de cintilação da fonte de luz de forma inteligente e automática.”

A equipe agora planeja integrar tecnologias individuais em uma instalação de enfermagem, que poderia se beneficiar de sensores inteligentes, comunicações e otimização sob restrições de recursos.

“A combinação de iluminação e ambiente cria um sistema altamente interativo, complexo e dinâmico, com enorme discrepância e grande diversidade para pessoas individuais,” disse Luoxi Hao, da Universidade de Tongji. “As vantagens da percepção em tempo real, resposta instantânea e interconexão contínua de informações suportadas pela IoL pode certamente desempenhar um papel importante em trazer um conceito de iluminação centrado no ser humano em realidade.”

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