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FBI diz que vírus da covid provavelmente escapou de laboratório chinês

Declarações da autoridade americana em entrevista para TV aumentam tensão entre Pequim e Washington.

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O diretor da agência de investigações americana FBI, Christopher Wray, disse na terça-feira (28/2) que a agência acredita que o covid-19 “provavelmente” teve origem em um “laboratório controlado pelo governo chinês”.

“O FBI há algum tempo avalia que as origens da pandemia são provavelmente um possível incidente de laboratório”, disse ele à rede americana Fox News.

Essa é a primeira vez que o governo americano fala publicamente sobre essa suposta origem do vírus.

A China sempre negou que houve qualquer tipo de vazamento no laboratório em Wuhan. Pequim diz que essa tese é uma difamação.

Nesta semana, o embaixador dos EUA na China pediu que o país “seja mais honesto” sobre as origens da covid.

A origem do coronavírus foi central nas tensões diplomáticas entre os EUA e a China no início da pandemia, em 2020.

Em diversas ocasiões, o então presidente americano, Donald Trump, chamou o coronavírus de “vírus chinês”, que, segundo ele, teria sua origem no laboratório de Wuhan.

Essa visão foi repetida por outros governos, gerando tensões diplomáticas entre diversos países e a China.

Foi o caso do Brasil, onde o então presidente Jair Bolsonaro também insinuou que o vírus teria sido originado em laboratório.

Guerra de versões

Na terça-feira, Wray disse que a China “tem feito o possível para tentar impedir e obscurecer” os esforços para identificar a origem da pandemia global.

“E isso é lamentável para todos”, disse ele.

Alguns estudos sugerem que o vírus passou de animais para humanos em Wuhan, na China, possivelmente no mercado de frutos do mar e animais da cidade.

O mercado fica a 40 minutos de carro de um laboratório de vírus com reputação internacional, o Instituto de Virologia de Wuhan, que realizou pesquisas sobre coronavírus.

Outras agências do governo dos EUA chegaram a conclusões diferentes das do FBI, mas há diferentes graus de confiabilidade em cada uma das descobertas.

O governo chinês ainda não respondeu diretamente aos comentários feitos por Wray na entrevista.

Mas na segunda-feira a China negou notícias da imprensa americana de que o departamento de energia dos EUA teria concluído — com “baixo nível de confiabilidade” — que o coronavírus pode ter vazado de um laboratório. A agência havia dito anteriormente que não sabia como o vírus se originou.

A China também fez referência a uma investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021 que disse que a teoria do vazamento de laboratório era “extremamente improvável”.

“Algumas partes devem parar de repetir a narrativa do ‘vazamento de laboratório’, parar de difamar a China e parar de politizar o rastreamento das origens”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.

A investigação da OMS foi muito criticada e seu diretor-geral pediu uma nova investigação. Segundo ele, “todas as hipóteses permanecem em aberto e requerem mais estudos”.

Na segunda-feira, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que o presidente dos EUA, Joe Biden, apoia “um esforço de todo o governo” para descobrir como a covid começou.

Mas ele acrescentou que os EUA ainda carecem de um consenso claro sobre o que aconteceu.

“Ainda não chegamos lá”, disse ele. “Se tivermos algo pronto para dizer ao povo americano e ao Congresso, faremos isso.”

Um relatório não sigiloso divulgado pela principal autoridade em inteligência dos EUA em outubro de 2021 também afirmou que quatro agências americanas avaliaram que o vírus teria se originado de um animal infectado ou de um vírus semelhante — as quatro avaliações também tinha “baixa confiabilidade”.

Ativistas pró-China, por sua vez, acusam justamente os EUA de ter criado o coronavírus. Uma teoria espalhada na internet sugere que o coronavírus foi produzido em Fort Detrick em Frederick, Maryland, cerca de 80 km ao norte de Washington, e que teria vazado do laboratório.

Fort Detrick já foi o centro do programa de armas biológicas dos EUA e atualmente abriga laboratórios biomédicos que pesquisam vírus, incluindo Ebola e varíola.

As tensões entre os EUA e a China aumentaram após o recente episódio do balão de espionagem.

Na terça-feira, um painel bipartidário de parlamentares americanos deu início a uma série de audiências sobre a ameaça que o governante Partido Comunista Chinês representa aos EUA.

A primeira sessão do Comitê Seleto da Câmara sobre Competição Estratégica entre os Estados Unidos e o Partido Comunista Chinês concentrou-se em questões como direitos humanos e a dependência da economia dos EUA da indústria de manufaturação chinesa.

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Mais uma “teoria da conspiração” que se confirma, pelo menos, oficialmente falando.

Esperando pela próxima. E são muitas…

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