Os antigos egípcios conheciam o processo alquímico da ressurreição física, que se perdeu nas eras posteriores, no tempo das múmias mortas e dos sacerdotes que se esqueceram das chaves de Hermes-Ibis, o deus da ciência oculta, e dos métodos de Anúbis, o deus dos mortos.
Porque as múmias de Anúbis, tratadas segundo a ciência de Hermes, o grande patrono da Alquimia, eram múmias vivas!
E enquanto os corpos dos destinados a ressurreição eram conservados na Terra, em templos secretos, a alma pertencente a estes corpos era levada, segundo a mitologia egípcia, às regiões celestiais do Amenti, diante do Tribunal dos 42 deuses menores, para ser julgada por Osíris, o pai dos deuses, e se uma alma ganhasse voto favorável do Tribunal, então sua alma era reconectada ao corpo físico conservado pelos Anjos da Vida.
Sem o decreto do Juiz dos espíritos, os Anjos da Vida não poderiam reatar a alma ao corpo físico conservado e mantido preparado (intacto) pelos métodos de Anúbis, também relatados na antiga Suméria pelo sábio Enki.
Este corpo estava morto mas com o processo de decomposição detido (exemplo, o corpo de Bernadette Soubirous, na França, em Nevers). E quando é reconectado a alma, ele passa para o estado de múmia viva, fase 2 da Alquimia.
Enquanto a fase 1 precisa do choque da morte (chamada Putrefação, na Alquimia), a fase 2 já é um status embrionário do corpo, tal como um embrião em desenvolvimento no ventre materno. Quando chega o momento do renascimento, a fase 3 simboliza o final do processo alquímico, quando a alma penetra outra vez no corpo e ele renasce, como um bebê vindo ao mundo na primeira inalação!
Analogia com a semente
A alquimia vegetal
As sementes normalmente precisam do frio do inverno para amadurecer antes de germinarem na Primavera, num processo conhecido como “estratificação”.
No último mês de Inverno, especialmente nas regiões mais frias (onde neva) o cenário começa a se transformar radicalmente, e o aumento gradual da temperatura faz a neve derreter e umedecer o solo onde as sementes foram depositadas, e a umidade ajuda a romper a casca dura da semente, o que, associado ao calor, faz ela germinar.
Para muitas sementes hibernantes, a presença de luz é facultativa, mas após a maturação no frio, o calor é necessário, bem como a umidade. Sem estes dois elementos, a luz e calor (solar) e a umidade (lunar), a semente não rompe a casca e o seu embrião interno não é estimulado a germinar. A natureza é sábia em cada uma das etapas da alquimia da planta, da morte do fruto ao renascimento da semente.
Sabendo que Jesus morreu numa Sexta Feira e ressuscitou no domingo, no terceiro dia, e ele mesmo teria declarado que, se a semente não morrer, a nova planta não germinará. Terceiro dia, terceiro mês, último mês de inverno às vésperas do Sol da Primavera e as águas da Graça que umedecem o corpo a ser visitado pelo Sol dos Espíritos e chamado a nova vida.
A semente preservada hiberna no fundo da terra e se prepara para receber o estímulo daquele Sol.
A vida que morreu e foi marcada para a ressurreição, mesmo dentro das linhas do Cristianismo, passa pelo mesmo processo alquímico descrito pelos antigos egípcios. Aliás, muitas passagens da Bíblia são releituras de mistérios dos antigos egípcios e outros povos. Culto ao pão e ao vinho, por exemplo, de modo algum apareceram pela primeira vez na Bíblia.
Jesus certamente atualizou todos os mistérios do passado e dos deuses mortos e crenças extintas para a nossa realidade presente. A linguagem bíblica do Espírito Santo é pura alquimia hermética traduzida aos valores cristãos.
Bem como a imagem do Ser setenário contida em uma das visões do profeta Zacarias (capítulo 4) que viu um Grande Castiçal de sete braços nutrido pelo azeite extraído de duas oliveiras, lado a lado do Castiçal: o arcano 72, as chaves do Pentagrama e as analogias com a Alquimia mental aplicada sobre toda matéria., inclusive matéria viva (corpos).
Sem a morte não há renascimento.
Mas essa morte é um tipo de morte especial onde o corpo precisa ser conservado, como o corpo do próprio Jesus foi embalsamado (untado com bálsamos e óleos) no dia de sua morte, de forma semelhante aos mistérios do Antigo Egito e a preparação das múmias.
Corpos mortos que entram em estado de decomposição se perderam, não foram chamados para a nova vida. Ou voltarão para a Roda das reencarnações ou descerão ás regiões inferiores (Duat), conforme os mesmos mistérios egípcios, maias, sumérios, budistas, etc.
Trata-se de um tipo de morte especial, morte de eleição.
Muitos corpos já existem em estado de conservação e em locais secretos da Terra, esperando pelo toque da trombeta do Anjo da ressurreição.
E sem o choque da morte, o corpo físico, ainda que conservado, não renasceria, faz parte dos estágios da Alquimia que são necessários para a conquista da Pedra Filosofal simbólica. As pessoas que morreram fora da Graça da Redenção não poderão reviver, e o Inferno nada mais é do que um estado de Inverno permanente, não visitado pelo Divino Sol da renovação.
Aliás, falando em inverno permanente, essa imagem combina perfeitamente com as visões do Inferno de Dante Alighieri, na sua Divina Comédia, e segundo estas visões, na fossa mais profunda do Inferno, o Nono círculo, não havia fogo algum atormentando os condenados, e sim, muito gelo, petrificando os egos involuidos.
Esse gelo significava a indiferença destas almas condenadas para com o Amor Divino, jamais o contrário.
Corpos marcados para a ressurreição precisam passar pelo mesmo processo de dormência, como o das sementes, numa hibernação controlada.
O choque da morte é verificado em ressurreições marcantes da Bíblia, em um número mínimo de 3 dias (mas a dormência física pode durar anos!). Lázaro 4 dias, as duas testemunhas do Apocalipse 3.5 dias, e Jesus, 3 dias.
No período da hibernação, os corpos físicos dos eleitos são conservados em câmaras especiais, tal como os invólucros resistentes das sementes, e mantidos “úmidos” e vivos, embora inativos (hibernando).
São três fases:
1. Corpo conservado (morto)
2. Corpo hibernando (vivo)
3. Corpo desperta (renascimento)
Cada uma delas tem um tempo específico dentro do processo secreto que visa reedificar o Templo do Espírito.
Na primeira fase, não existe nenhuma mudança no corpo conservado, apenas o choque da morte ou pausa mais ou menos prolongada das funções vitais: uma dormência necessária. Como o inverno e a dormência das plantas antes da Primavera.
Na segunda fase é que as poderosas transformações acontecem, porque a alma é reconectada ao corpo mas não entra nele propriamente dizendo, apenas nutre seu veículo com energia vital da fonte. E nessa situação, o corpo começa a se restaurar sozinho, e lentamente, amparado por essas energias da sua alma, mas também por processos tecnológicos e mágicos de conhecimento dos sábios antigos e alquimistas. Uma espécie de período embrionário é simulada aqui. Pode haver inclusive cura de doenças e até rejuvenescimento físico para aquela nova vida que irá despertar ao calor do Sol dos espíritos.
A ressurreição física, portanto, precisa do choque da morte, como um novo fôlego que a vida precisa tomar antes de despertar o corpo inerte na hibernação. Esse é o grande segredo da Alquimia da Vida. Porém, de nada valeria essa preciosa ciência e conhecimento sem a fonte do Espírito. Porque é a partir de um julgamento favorável que a alma desencarnada recebe no Tribunal dos Deuses, que ela será conduzida em Terra a todas as etapas do seu renascimento, sem precisar passar pela prisão das reencarnações, e com uma grande vantagem: assumindo imortalidade.
Porque esta ressurreição ligada ao poder de Cristo é um chamado não só a ressurreição, como também a imortalidade.
Portanto, se nos domínios dos minerais, a pedra filosofal transformava qualquer elemento em ouro, nos domínios biológicos, a mesma pedra filosofal significa a posse da Imortalidade física… coisa que os cientistas modernos tentam recriar em vão, pensando que vida é apenas uma questão de eletricidade ou bioquímica.
No seu ateísmo militante, no máximo, o que poderão criar são monstros sem alma, porque vida eles não criam.
Apenas pegam a vida que já existe e a modificam.
Bilhões de dólares em pesquisas inúteis.
Porque não se pode subornar o espírito e nem a fonte da vida que ele comporta!
PS:
A ressurreição e a Iniciação
A ressurreição ocorre sim, de cima para baixo, até alinhar os sete veículos em uma unidade vital permanentemente ligada. O corpo físico é o último elo da cadeia da imortalidade do espírito setenário. O corpo físico ressuscita sim, e assume imortalidade sim, embora o espiritismo ignore este e outros muitos segredos da Alquimia legítima.
A vida vem de cima, vem do espírito, o princípio superior a todos. O corpo físico é apenas um dos sete vasos do Espírito Santo.
A ressurreição física é o culminar de uma série de processos internos verificados pela Iniciação setenária, ou na linguagem da Bíblia, os sete dons e sete chamas do Espírito Santo. Se a Palavra, a Palavra do Alto, não cobre o corpo, não se eleva.
Nunca é de baixo para cima.
Certamente a base (corpo) deve ser preparada, mas a Ordem vem de cima, da Palavra Cristo.
JP em 27.10.2019