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Mudança na História? Arqueologia mostra que os Sumérios estiveram na América do Sul antes dos portugueses

Sumérios

Em 1950, um artefato excepcional foi descoberto na propriedade da família Majon, próximo a La Paz, Tiwanaku e do lago Titicaca, na cidade de Chua, Bolívia. O objeto era um vaso de cerâmica de barro cozido com inscrições sumérias, proto-sumérias, proto-semíticas ou proto-hebraicas e caracteres de culturas locais.

(Esse relato podemos linkar com o Padre Crespi – clique aqui para ler – e a sua biblioteca de ouro relacionada aos Sumérios na América do Sul.)

O arqueólogo boliviano Max Portugal-Zamorra ficou sabendo da existência do vaso em 1959 e foi até o sítio arqueológico. Através da mediação do general Armando Escobar Uria, a família Manjon aceitou trocar a sua propriedade por um pedaço de terra em outro bairro e Zamorra pode trabalhar livremente no local. Provavelmente, na época, o arqueólogo achou que se tratava de algo importante, mas como não conseguiu identificar as inscrições, o artefato foi desprezado.

O vaso foi levado até La Paz, Bolívia e por lá ficou esquecido durante décadas até a descoberta da estátua Monólito de Pokotia, achada em 4 de Janeiro de 2002, a 2 km de Tiwanaku, Bolívia, por Bernardo Biadós, Freddy Arce, Javier Escalente, Cesar Calisaya, Leocadio Ticlla, Alberto Vasquez, Alvaro Fernholz, Omar Sadud, Batuani Paulo e Rodrigo Velasco.

Este extraordinário objeto reascendeu o interesse na Fuente Magna, porque, como no vaso, na estátua existiam inscrições esquisitas para a região.

Sumérios na América do Sul?

Para saber mais sobre a área onde foi encontrada a Fuente Magna, Biadós e Arce foram até Chua e lá encontraram Maximiliano, um nativo de 98 anos. O indígena confirmou o local onde fora encontrado o artefato arqueológico e relatou que lá tinham mais centenas de vasos.

Maximiliano nomeou o objeto como Plato del Chancho, porque os nativos utilizavam os vasos para dar comida aos porcos, e, dessa forma, eles foram destruídos e descartados.

Não há qualquer contestação sobre a autenticidade das peças e como argumenta Childress (2015):

Parece extremamente improvável que alguém tenha planejado um esquema para plantar artefatos sumérios falsos ao redor de Tiahuanaco por diversão ou lucro. O fato de que o vaso Fuente Magna se encontrava em algum porão de museu, largamente esquecido por décadas, atesta para o fato de que nenhum mercado estava sendo desenvolvido para antiguidades pseudo-sumerianas.


Sumério Old Babylonian. Tábua OECT 02, pl. 5-6 Ashm 1923-373, da coleção Ashmolean Museum, Oxford, Reino Unido.

Sim, obviamente não existe um mercado mundial de artefatos sumérios, e, ao que parece, não há muitas pessoas preocupadas e ninguém ganhando “boladas” com isso, ninguém sendo promovido ou homenageado pelas multidões.

Ao contrário da contestação, o que existiu até o momento foi a tradução do Dr. Clyde Winters, que identificou a escrita como proto-suméria. Uniformemente, o Dr. Alberto Marini concluiu que se tratava de escrita suméria. Em verdade, basta ter visto o cuneiforme uma única vez na vida para definir sua autenticidade, pois, felizmente, a inscrição é muito clara e não deixa margens para dúvidas.

O especialista, Dr. Winters, fez a seguinte tradução:

(1) As meninas fazem um juramento de agir justamente (nesse) lugar. (2) (Esse é) um oráculo favorável do povo. (3) Aplica um decreto divino justo. (4) O talismã (o Fuente Magna) (é) cheio de Bem. (5) A (deusa) Nia é pura. (6) Faça um juramento (para ela). (7) A Adivinha. (8) O decreto divino de Nia (é), (9) cercar as pessoas com Bondade/Alegria. (10) Valorize o oráculo do povo. (11) A alma (para), (12) aparecer como uma testemunha do (Bem que vem da fé na Deusa Nia diante de ) toda a humanidade.

Fuente Magna no Museo de Metales Preciosos. Foto: André de Pierre.

Em março de 2019 estive em La Paz, no Museo de Metales Preciosos, para ver a espetacular peça pessoalmente e percebi alguns equívocos no trabalho de Winters. É notório que a tradução está errada em alguns pontos. Conforme imagem abaixo, é possível verificar que o tradutor não considerou o termo sumério Anu, que significa céu.

Também há presença de vários numerais, ignorados por Winters. Outro possível erro cometido foi em relação a definição do período da escrita, que não se parece de forma alguma com proto-sumério, mas sim com o sumério do período Old Babylonian (1900 a 1600 a.C.)Também é possível ver no artefato inscrições proto-semíticas e do 1º período de Tiwanaku (1500 a.C.), ao lado do cuneiforme.

Cuneiforme Anu.

De qualquer forma, minhas divergências com Winters param por ai, porque ele está absolutamente correto sobre a escrita ser originária do Oriente Próximo, o que comprova, de uma vez por todas, contatos transoceânicos no mundo antigo. Fuente Magna é a prova definitiva e irrefutável da presença dos sumérios na América, e, no presente, devemos apenas nos atentar a melhor tradução possível dos caracteres do artefato.

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