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A Verdade do Amor

 

 

 

Muito se fala do Amor, ele tem sido usado para justificar muita coisa nestes tempos de inversão de valores.
Matar em nome do Amor, controlar em nome do Amor, se submeter em nome do Amor, viver as mais loucas paixões em nome do Amor, fanatismos e terrorismos em nome do Amor? por Deus? Eu pergunto: que amor é este que tanto o mundo moderno prega e invoca para todas as suas ações e discursos sem o seu consentimento?

O amor-próprio, amor ao dinheiro, narcisismo, egoísmo e egocentrismo, auto-piedade, paixões sem controle, ganância e desejo, enfim, uma grande lista de ídolos fabricados em nome do Amor mas que nunca foram amor… e nunca saíram do amor… de verdade! Até um Deus que nunca existiu têm sido fabricado pelas religiões cegas e falsas doutrinas, um deus não da Verdade, mas de conveniência com os desejos do ego.

E não existe amor sem verdade, e nem verdade sem amor…

O Amor, para começar, nada tem a ver com sexo, porque enquanto sexo é instinto, Amor é doação.
E instinto e doação caminham em polaridades opostas, porque não existe impulso mais egoísta e interessado nas próprias necessidades do que os impulsos do instinto. O Amor é um impulso irresistível de doar o que se tem para um bem maior e externo a si mesmo. Essa seria uma definição simples para o amor. Mas na contra-mão dessa cena está o ego, que vive sim, dentro de um impulso irresistível de ter, e ter cada vez mais… explorando todas as pessoas e situações em nome da sua ganância. Como podemos ver, o ego pode tudo, menos amar.

A sociedade moderna, escrava dos seus instintos degenerados e desregrados, acaba rotulando seu comportamento como “formas de amor”… mas de onde saiu a ideia que instinto é amor?
Instinto é uma função biológica de sobrevivência, todas as criaturas nascem com ele, são impulsos controlados por glândulas e hormônios.
Mas o Amor não tem nada a ver com instintos, glândulas ou bioquímica.

O Amor é justamente a primeira emanação da alma, de Deus dentro do homem.
E ele segue no caminho da doação, o oposto do caminho dos impulsos instintivos, sempre buscando satisfação dos seus interesses, fomes, taras e desejos.

Amor é dar, instinto é um eterno desejo, um constante querer.
Amor é justamente a energia, a única energia capaz de sublimar os instintos humanos e espiritualizar a razão.
Uma razão escrava dos instintos pode construir muitos discursos e teorias para justificar a sua conduta.
Mais sabe uma mãe sobre o Amor verdadeiro do que todos estes discursos vazios que a razão distorcida do Ego tem criado sobre ele.

Porque a única justificativa do Amor é o bem alheio, é o bem maior que sempre olha para além de si mesmo.
E o ego olha sempre na direção oposta: na direção do eu mesmo.

O Amor é a sentença de morte do Ego.
O Amor é a transcendência do instinto.
O Amor não precisa do sexo para criar, porque sua semente vem do coração, e não dos órgãos sexuais.
Seu útero está na garganta, e sua força de vida, nas palavras cheias de Verdade que o coração profere.

O Amor é, ao mesmo tempo, o ponto de partida e o ponto de chegada.
Dele saímos e para ele retornaremos.
O Amor é, ao mesmo tempo, o fundamento e o propósito de toda a Criação.
O Amor é, ao mesmo tempo, o professor e o aluno, a mãe e o filho, Deus e o homem.
Não se pode separar o começo e o fim do Amor, cujo mistério é exatamente este, atrair todas as coisas para sua Unidade original antes da fragmentação cósmica dentro dos propósitos da evolução da consciência.
O Amor é consciência, o mestre da ciência.
Porque a ciência diz apenas o que vê, mas o Amor prega tudo o que sabe.
O Amor é Sabedoria, porque Verdade é a sua essência.
A Verdade criou o Amor… ou o Amor criou a Verdade?
Este é o círculo sem começo e fim.
Amor e Verdade, Verdade e Amor…
O Amor criou a Verdade porque sempre anda nos seus caminhos, mas a Verdade desejou o Amor porque só ele lhe dá propósito de existir.

O Verdadeiro Amor está desaparecendo no mundo.
Jesus Cristo anunciou que a Caridade (ou o Amor) esfriaria nos últimos dias.
Isso porque o ego está assumindo o controle dos corpos e mentes da humanidade.

O corpo não sabe o que é Amor. Tudo o que o corpo sabe é o que orbita na esfera dos instintos.
Só existe uma forma do corpo conhecer o que é o Amor: quando ele se sacrifica.
Antes disso, o corpo será apenas uma máquina controlada pelo ego e manipulada pelos comandos biológicos do instinto, totalmente centrado na própria satisfação.

Só a alma iluminada conhece o Amor porque este é o seu ofício em tempo integral.
Somos espíritos que tem corpos, mas na era da inversão, as pessoas julgam que são corpos que tem, talvez, um espírito.
O corpo e seus desejos se tornaram o centro de gravidade da existência moderna.
O corpo se tornou o altar de adoração do ego.
Tudo é feito para satisfazer esse corpo, a ilusão que carregamos desde o nascimento.
Porque o mundo passou a dar valor mais para a casca do que para a essência.

O dinheiro se tornou o deus do mundo porque somente ele pode comprar todos os objetos de desejo do Ego no controle do corpo. E toda uma cultura se criou em torno desse deus para condicionar a humanidade em sua adoração contínua.
E no final das contas, a ilusão assumiu o trono da Verdade, e o prazer subiu no altar onde, antes, o Amor era adorado pelos seres despertos e felizes.

Mas, repetindo o que Jesus disse:
“De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro se vier perder a sua alma?”

O que nos faz perder a alma?
A perda do Amor.

Uma alma que esquece o Amor se torna prisioneira das ilusões.
Porque não há Bem nem Mal lá na realidade final das coisas.
Só existe o Amor e o que está fora do Amor.
O que está fora do Amor é justamente aquilo que a Evolução do Universo descarta, destituindo de propósito.

E nessa escala de valores do Universo em evolução, existem aqueles que amam, e aqueles que não amam.
E em decorrência disso, aquelas almas que brilham para sempre, e aquelas almas que se apagam na eternidade…

Verdade e Amor se encontram nas estradas paralelas do infinito, seguindo juntos… em Deus é que as estradas paralelas da Verdade e do Amor se encontram… só as almas que seguem nestas estradas paralelas é que alcançam a Deus.

Porque o Amor e Verdade são como o Infinito e a Eternidade, que também são duas estradas paralelas que se encontram em Deus. Não existe Amor sem Verdade, e nem Verdade sem Amor. Tudo o que o Amor faz, é debaixo dos Olhos da Verdade. E tudo o que a Verdade declara, foi antes desejado pelo coração do Amor.

A Grande Verdade do Amor é somente uma:
nós estamos aqui para aprender a Amar.
Porque somente amando, conheceremos a Verdade.

 

JP em 10.10.2019

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