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A parábola do filho pródigo – um ensaio espiritual sobre a experiência da vida

A famosa parábola cristã do filho pródigo nos convida a uma reflexão profunda, isso porque nossa alma é polarizada em duas naturezas distintas e que devem sempre buscar por união:

A consciência e a experiência.

Um certo pai tem dois filhos.

A experiência é o filho pródigo, que deseja sair pelo mundo e gastar toda a sua fortuna com novas experiências de vida, enquanto a consciência é o filho obediente, que nunca abandona a casa do pai, cuidando do que é seu (sua terra, propriedades, rebanhos).

A experiência gasta tudo o que tem, e retorna de mãos vazias, porém, seu copo de vivências está cheio. A consciência de bom grado partilha seus tesouros com o irmão, a experiência, em nome da unidade familiar.
Porque o irmão também traz um tesouro consigo, o tesouro da experiência.

O pai festeja o retorno da experiência, e explica ao irmão consciência que o retorno deste seu filho perdido equivale a um renascimento, e que isso merece uma celebração.

O pai diz que a consciência sempre esteve com ele, mas a experiência, por vezes, precisa encontrar novos caminhos, e isso significa a possibilidade de tentar e errar, para poder aprender a acertar!

A consciência sabe o que é o certo, e cuida do que tem.

Mas a experiência sabe que existe um mundo maior lá fora, e que ela precisa explorar.
Pagar para ver, literalmente falando, usando a parte do tesouro que lhe cabe.

A consciência é a base do espírito (o Pai) enquanto a experiência é a força que expande seus domínios. São dois irmãos com funções próprias.

Aquele que cuida do que é seu e aquele que procura por novos horizontes. Assim é a alma polarizada nas estações do tempo, em parte cuidando do que é seu (consciência de si mesmo) e em parte garantindo o novo em sua jornada (a busca do que ainda não conhece).

Ambos são importantes.
Imagine o valor do filho obediente que ajuda a cuidar das coisas do Pai: o que seria do filho pródigo se não tivesse para onde voltar depois que dissipasse sua riqueza?

Por outro lado, imagine que as terras daquele pai sofrem um dano, um prejuízo, onde as colheitas se perdem, onde a chuva não cai ou os recursos naturais se esgotam… então, aparece o filho pródigo com novas terras que ele descobriu em suas experiências de mundo, salvando assim a sua família da fome.

O Pai ama igualmente os seus dois filhos, e se agrada de que ambos partilhem seus dons em harmonia, e enquanto um mantém firme os alicerces da casa (consciência) o outro investe na aquisição de novas propriedades espirituais (experiência).

Marchar em harmonia, sem que a experiência entre em conflito com os fundamentos da consciência, é a garantia de uma vida produtiva, tanto material quanto espiritual.

JP em 24.04.2021

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