O Universo é feito de padrões, e toda ciência depende deles.
O próton abraça o elétron e a matéria se estabiliza.
O dia tem 24 horas, o ano tem quatro estações e os ciclos seguem o seu curso dentro da normalidade.
As espécies se multiplicam e a Natureza transborda em vida.
Um padrão natural que está sendo quebrado e trazendo grande caos planetário é o padrão climático, com secas prolongadas, ondas de calor, chuvas excessivas em alguns lugares e intensas estiagens em outros, isso só para citar um exemplo.
E ninguém concorda que tal quebra de padrões seja positiva ou boa, muito pelo contrário.
O problema é que a nova onda progressista quer quebrar padrões de comportamento humano sem entender que isso também haverá de gerar caos.
Estamos vivendo um tempo em que ser normal está sendo qualificado como coisa ultrapassada, que a cultura midiática desaprova e a moda despreza, colocando ainda um sutil sentimento de desencorajamento e até de culpa em quem pretende algum tipo de conservadorismo, seja ele moral, espiritual ou político.
Mas se a normalidade é a coluna mestra da ordem cósmica, como imaginar uma sociedade onde a anormalidade passe a ser a regra vigente?
Alguns padrões sociais, especialmente aqueles relacionados com a família (a célula mater da sociedade), moral, dever, direito, respeito e espiritualidade, jamais poderiam ser quebrados porque tudo isso certamente vai trazer (e já está trazendo) grande caos social e desentendimento.
A velha confusão das línguas à sombra da inacabada Torre de Babel renasce… inacabada porque a Justiça Divina tem limites, e sua tolerância com a maldade humana não é infinita.
Na verdade, está por uma gota para transbordar a taça.
Mas não é esta justamente a intenção do Mal organizado?
Trazer o caos?
A liberdade no sentido negativo é amplamente praticada no Inferno, aquela dimensão que, na teoria, abomina leis, padrões, regras e limites, se baseando apenas numa única lei:
“Se isso for da tua vontade, isso será a tua lei”.
Mas será que o Universo pensa dessa maneira?
Para onde foram as leis, as regras, os padrões diante desse pensamento narcisista, egocêntrico e altamente ignorante, que prega uma falsa liberdade para justificar desejos impuros e insaciáveis de uma alma acorrentada aos seus próprios demônios?
O direito de ser livre implica no dever de ser obediente às regras do Universo. Até para voar, você precisa seguir regras, as regras que cumprem todas as leis do voo e da aerodinâmica.
Ser livre implica em cumprir os caminhos do próprio Universo, mas a loucura dos tempos modernos prega que você pode criar suas próprias leis à margem da ordem cósmica.
Seguir os caminhos do próprio ego significa cair no abismo da loucura.
Isso tudo é um eco moderno da rebelião de Lúcifer contra o Criador e seus princípios reguladores renascendo em nosso tempo, o tempo da grande apostasia.
Ser livre e ter o pensamento livre é muito bom, porque isso motiva a mudança. Mas mudar não é tudo.
É preciso saber mudar para melhor.
Porque o mundo está, definitivamente, mudando para pior.
E a prova disso virá com o tempo e as consequências funestas dessas mudanças para pior.
De forma pontual e precisa, o Gênesis usa uma imagem para sugerir a ordem universal das coisas:
quando Deus cria o Sol, a Lua e as estrelas e estabelece ciclos regulares para toda a vida na Terra, estabelece a Ordem cósmica.
O contraponto a esse preceito se encontra no Apocalipse, na ocasião da abertura do Sexto Selo, quando o caos entra em cena com a queda das estrelas, o Sol negro e a Lua ferida de sangue, a imagem daquela ordem regular do Cosmos ferida de morte pelo avanço do caos.
E quem traz toda essa desordem?
Aquele dragão vermelho, que derruba 1/3 das potências do céu com sua cauda.
Se do ponto de vista astronômico, ele é o astro invasor, do ponto de vista político e social, é a grande Besta que controla a mente humana na direção do negacionismo espiritual mais profundo, ao mesmo nível que reina no Inferno (outro nome para CAOS).
E no final, todos saberão que Deus nunca atirou ninguém no Inferno. Apenas nada fez quando as pessoas deixaram de obedecê-lo para criarem elas mesmas seus próprios infernos de conveniência.
É por isso que as Escrituras pregam que somente um Reino na Terra que seja espelho da Ordem Divina que governa o Universo poderá dar certo, com uma humanidade resgatada da própria loucura gerada em estado de ignorância rebelde, vivendo finalmente irmanada em um permanente estado de felicidade e paz.
A exclusão disso se chama Inferno.
A mudança é o eixo que impele a roda do tempo.
Escolher mudar para melhor significa escolher o caminho da evolução, no mesmo ritmo do Universo, que nunca vai lhe proibir de escolher a mudança para pior.
Mas também não lhe isentará de todas as consequências dessa péssima escolha…
JP em 06.08.2023