Assim como a Austrália ou a Amazônia e o Pantanal, no Brasil, o estado americano da Califórnia sempre sofreu com os incêndios florestais. Durante o pico do verão no Hemisfério Norte, quando a umidade fica muito baixa, a vegetação seca e os ventos estão mais fortes, o fogo se prolifera sem controle.
A foto acima foi compartilhada ontem (22/08) pelo governador do estado, Gavin Newson, em suas redes sociais, acompanhada do título desta reportagem: “Se você não acredita em mudança climática, venha para a Califórnia”, escreveu. “A imagem é de hoje. É apenas uma pequena parte dos quase 600 focos de incêndio que estamos combatendo esta semana”.
Nas últimas horas, o fogo está pior na região de Santa Clara e Santa Cruz, ao norte, no chamado SCU Lightning Complex. Há ordem para que a população abandone suas casas. O incêndio já é considerado um dos maiores da história da Califórnia.
Uma área de 500 mil hectares foi destruída pelas chamas. Quase 120 mil pessoas deixaram suas residências. Nesta semana que passou, foi registrada uma temperatura recorde de mais de 50o graus, pela primeira vez na história local.
A preocupação agora é que há previsão para o estado de tempestades “secas”, com raios e trovões, o que pode agravar ainda mais a situação. Mais de 13 mil bombeiros estão trabalhando continuamente para apagar os incêndios. Foi enviado reforço de outros estados, como Oregon, Novo México e Texas.
Newsom declarou estado de emergência na Califórnia e pediu ajuda também para a Austrália. “Não vemos algo assim em muitos, muitos anos”, afirmou. “Esses incêndios estão sobrecarregando nossos recursos e nosso pessoal”.
Além dos incêndios, a Califórnia enfrenta uma segunda onda de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. São 650 mil contaminados.
No final do ano passado, os incêndios no estado já tinham deixado quase 200 mil pessoas sem casa e mais de 2 milhões sem eletricidade.
Efeito das mudanças climáticas
Ano a ano a tragédia se repete. E a dimensão dos prejuízos, ambientais e humanos, só aumenta. Um estudo com dados do Federal Emergency Management Agency (FEMA), agência federal que administra desastres naturais nos Estados Unidos, revela que a extensão dos incêndios mais que triplicou entre 1970 e 2010.
E as previsões de especialistas revelam que, até 2050, a duração da estação dos incêndios deve ganhar 24 dias a mais.
Assim como Gavin Newsom, cientistas do clima não têm medo de afirmar que a tragédia que só se agrava na Califórnia é mais um dos efeitos do aquecimento global, que torna os extremos climáticos (secas, incêndios, furacões e tempestades) mais fortes e frequentes.
Esta semana, o governador deu um depoimento durante a Convenção do Partido Democrata e falou sobre a crise climática. “Não podemos perder mais um momento. Outro ciclo. Mais um ano negando as mudanças climáticas. Refutando a ciência”, alertou. “O quente está ficando mais quente. O seco está ficando mais seco. A mudança climática é real”.
Suzana Camargo
(Conexão Planeta)
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O Inferno na Terra da vez… é a Califórnia!
Triste constatar que só agora os líderes mundiais estão constatando uma realidade alertada há décadas.Um pouco tarde demais, na minha opinião.Extraíram o quanto quiseram da Natureza, desmataram, poluíram, destruíram… e agora, não tem para onde correr.
A fatura está chegando.
JP