Todos conhecem a história de Sansão, o mais forte hebreu já nascido, cuja força era comparável a dos deuses, o que o transforma em um possível semi-deus (híbrido) entre os homens.
Aquele que destruía sem armas, só com sua força, de leões selvagens a exércitos de filisteus.
Porém, aquele que foi destruído justamente pela sedução feminina, ilustrando a queda sexual dos anjos no Éden, pelo poder tentador da serpente veiculado por Eva.
No caso de Sansão, a serpente tentadora usou Dalila, nome que significa “frágil”, numa aparente ironia do destino.
O homem que venceu exércitos, foi derrotado pelos encantos de uma mulher! O forte caiu aos pés da frágil!
O próprio Sansão, antes deste triste episódio que marcou sua carreira como o Hércules defensor de seu povo, anunciou um enigma que ele mesmo experimentou em sua fraqueza (porque força sem auto-controle não é força):
No meio de uma festa, ele propôs o enigma:
“”Do comedor saiu algo para comer; e do forte, saiu algo doce” (Juízes 14:14).
Esse enigma ele propõs em função de um evento que lhe ocorrera antes, quando matou um jovem leão pelo caminho e, voltando mais tarde, deparou-se com uma colméia de abelhas que se formou na carcaça do leão morto, e ele mesmo, Sansão, apanhou do mel e comeu.
“O que é mais doce que o mel?
O que é mais forte do que o leão?”
(Juízes 14:18)
Essa foi a resolução do seu enigma.
O que é mais doce que o mel e mais forte que o leão?
A sedução feminina de Dalilah, que o derrubou, ele, Sansão, comparado ao leão forte.
Nesse momento de fraqueza, é que Sansão revela o segredo de sua força para Dalilah, os seus cabelos em sete tranças, que nunca poderiam ser cortados. E Dalilah, trabalhando secretamente par aos filisteus, inimigos de Sansão e de Israel (da mesma forma que Eva foi manipulada pela serpente tentadora), adormeceu o forte e cortou seus cabelos enquanto ele dormia (a consciência adormecida nos torna alvos de manipulação dos espíritos tenebrosos).
A força do leão derrubada pela doçura do mel, ou seja, a força de Sansão rendida aos pés da frágil mas persuasiva Dalilah, que não descansou enquanto não lhe extraiu o segredo de força, qual Eva tentando Adão, para que comesse o fruto proibido, mais doce que o mel, aquele fruto da Árvore do Bem e do Mal que, no entanto, é fatal para humanos da classe Anjo: o fruto do desejo sexual!
Capturado pelos filisteus, já sem forças, Sansão é preso a uma roda de mó (usada para moer grãos) e ali fica girando sem sair do lugar, e cego (os filisteus o cegaram), completamente sem forças…
Depois, durante uma festa no templo do deus Dagon, Sansão ora a Deus, arrependido, e recobra as forças, e derruba as duas colunas de sustentação do templo, matando aos filisteus reunidos e libertando Israel (através da morte).
Por isso, foi chamado de modelo de Cristo que, atado a cruz, nos libertou através de sua morte.
O homem foi criado por Deus a semelhança de Sansão, forte e livre.
Mas por puro adormecimento e desobediência, se deixa levar pelas tentações que, praticadas, rompem com a força do Sagrado e do Divino em sua alma, e o torna submetido aos inimigos e a tirania de outros homens.
A roda de Mó representa o karma e as reencarnações das almas humanas cegas e fracas, caídas de sua posição privilegiada de filhos de Deus e destituídas do seu poder e da consciência que já tiveram um dia.
Neste caso, só a morte de sacrifício nos libertará da Roda.
Um grande ensinamento acontece aqui: a triste realidade das reencarnações, essa Roda do Samsara onde todos giram, cegos e fracos, sem força alguma para quebrar as correntes.
A menos que tomem o exemplo da cruz…
Conclusão:
Aquele que não obedece as leis de Deus se torna escravo das leis dos homens.
JP em 26.08.2020