Espiritualidade

Religiões: o que aconteceu de fato?

Na atual concepção anti-religiosa, religião é assim definida por muita gente:

“A religião foi criada pelo Homem
para justificar ações comportamentos
para controlar e impor pensamentos
para agradar os seus fiéis para todo sempre amém…”

Mas existe um erro enorme aqui.

As primeiras religiões ou sistemas de crenças nasceram de mestres encarnados ensinando os fundamentos de sua sabedoria legítima aos humanos, e a forma como esses mesmos humanos caídos na matéria e na inconsciência poderiam ascender ao status original de divindade perdida.

Por definição, todas as religiões saíram da mesma Fonte, que é DEUS ou o Espírito da Verdade se comunicando com canais humanos preparados para o contato, e esse Espírito da Verdade, através de tais canais por Ele eleitos e preparados para isso, saíram em missão de ensinar esses preceitos da Luz ao mundo dos humanos em estado de ignorância.

Buda, Cristo, Hermes, Mitra, Odin, Quetzalcoatl, Fo Hi, Moisés, Platão, Pitágoras, enfim, mestres ou divindades encarnadas que cumpriam uma missão dentro de certos padrões justamente por terem sido esculpidos pela mesma Fonte de Inteligência: padrões como, seres nascidos de virgens ou mães especiais, seres com identidade solar, seres que alcançaram a imortalidade e a transcendência no final de seu sacrifício, etc.

Alguns ateus usam esses argumentos de forma equivocada, tentando fazer crer que eles provam a falsidade ideológica destes mestres solares, mas pelo contrário, eles provam que a identidade destes mestres comunga de uma mesma origem, procedência e estilo de missão.

É importante destacar que nem todas as religiões são verdadeiras, saídas daquela Fonte original. Muitas seitas, doutrinas e livros escritos se desviaram da Verdade, se contaminaram com ensinos impuros, inspirados por entidades caidas atuando no inconsciente coletivo, e com força aumentada a medida que o tempo passou.

Sabedoria é a arte de discernir entre um e outro.

Porém, pelo mesmo efeito do tempo, esses ensinamentos saídos de um sábio, um mestre, um anjo ou um deus visitando o mundo, prisão dos mortais, foi convertido em livros, em instituições.

E alguns homens de má fé usaram esse conhecimento de forma egoísta e ambiciosa, para controlar outros homens.

Mas outros homens usaram esse mesmo conhecimento de forma altruísta e sincera, para continuar o ensinamento daquele mestre que trouxe essa sabedoria.

Isso acontece em outros ramos do conhecimento. Não existe religião boa ou religião má. Religião ou doutrina é o que é, um conhecimento e uma ciência espiritual direcionada ao despertar da consciência.

O que acontece é que pessoas más usam um bom conhecimento com propósitos maus, e então, os ignorantes julgarão que mau é o conhecimento e não o humano corrompido que o modificou conforme seus interesses.

E a humanidade moderna, que detesta regras que limitem seu ego, atira generalizações contra todas as religiões, inventando falsas justificativas, de que foram inventadas pelo homem para controlar outros homens, vendo apenas um lado da questão, o lado que interessa aos seus egos desejando escapar das regras, dos procedimentos que limitem e restrinjam sua luxúria, sua violência, sua eterna predisposição a matar, mentir, roubar e enganar o semelhante.

Em muitos destes discursos parciais contra os valores religiosos, quem fala é o ego com medo de ser submetido à morte, à dissolução, para que sua consciência finalmente seja libertada.

Esse mesmo ego fala numa espiritualidade sem regras, e isso o acusa ainda mais perante a Verdade. Esse mesmo ego buscará todas as justificativas para anular nas doutrinas aquelas leis, sentenças e mandamentos que incomodam o seu conforto, a sua própria existência no berço da ilusão, a sua grande mãe (Maya)

E continuará na pior das prisões: a prisão da ignorância por ele mesmo construída…

Os deuses nos deram as doutrinas religiosas como armas de libertação. Mas se alguns humanos corrompidos usaram essas armas para oprimir o semelhante, isso não invalida o valor original da arma que ainda continua libertando muitas mentes que souberam aplicar seu poder sobre suas vidas.

Conclusão

Todas as religiões são incompletas, imperfeitas, e foram realmente manipuladas ao longo do tempo por humanos maus. Mas muitos humanos bons conseguiram realizar profundas e verdadeiras transformações espirituais em sua vida empregando a sabedoria das religiões de forma correta, tal como orientaram os sábios do passado que as ensinaram ao mundo.

No final, o que prevalece é a escolha certa. E escolher bem também é um indicador de Sabedoria. Agora, quem escolheu errado e se deu mal, não pode generalizar que doutrinas religiosas são más.

Má foi a sua escolha, a sua abordagem, a sua competência.
Não da doutrina.

Cada religião é ensinada ao povo conforme o seu nível de consciência.

Como o nível da humanidade era (e ainda é) extremamente baixo, humanidade cheia de violência, corrupção, imoralidade, mentira e fraude, então as Mentes iluminadas e livres do Universo espiritual não poderão ensinar a ela maiores verdades, até que a humanidade esteja pura e preparada para revelações de maior amplitude.

Simplesmente porque, se Deus se manifestasse em sua real expressão, seria a mesma coisa que o Sol brilhando acima de um bando de formigas.

Por mais que o Sol brilhasse, as formigas continuariam carregando terra em seus cotidianos de formigas…


Alguém disse:

“Cada religião assegura que todas as demais são falsas. E todas têm razão!”

Atualmente, temos que corrigir essa sentença:

“Cada PARTIDO POLÍTICO assegura que todos os demais são falsos. E todos tem razão.”

O fanatismo e a ignorância manipuláveis, a intolerência e o ódio da humanidade só mudaram de lugar… esse ódio apenas encontrou outro canal para extravasar tudo o que ainda existe de pior no ser humano, infelizmente…

Quando o ser humano não muda internamente, seu ego apenas mudará o canal de expressão de suas velhas maldades…

O tempo corrompe tudo, é natural o processo no mundo material.
As religiões se oxidaram, e precisam de uma renovação total.

JP em 02.04.2021


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