Ativado plano de emergência na ilha de São Jorge. Corredores de evacuação já estão preparados
Nos Açores, perante o risco de sismo e de erupção vulcânica, já estão a ser preparados os planos de evacuação e retirada da população da ilha de São Jorge. Entretanto, os utentes que estavam internados no Centro de Saúde das Velas, junto ao epicentro dos tremores de terra, já foram transferidos para a outra ponta da ilha.
“As pessoas devem preparar-se para a evacuação. Que tenham uma mochila pronta, com roupa, água, bolachas e medicamentos”
Está em marcha uma megaoperação para a retirada dos cinco mil habitantes do concelho de Velas, em São Jorge, nos Açores, devido ao agravamento da crise sísmica na ilha. Luís Silveira, presidente da Câmara Municipal de Velas, diz ao Expresso que a população deve manter-se calma, mas alerta – e preparada
Reforçaram os meios de resgate disponíveis no Município de Velas. De que forma?
Efetivamente, há um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, um planeamento com os serviços municipais de Velas e da Calheta em conjunto com o serviço regional da Proteção Civil dos Açores (que tem cá um técnico) para ajudar a coordenar a operação. Esta operação foi hoje aprovada. Neste momento, estão definidas as zonas de evacuação, por concelho e por freguesias, os corredores que as pessoas devem percorrer até chegar ao concelho vizinho. No fundo, Velas terá a responsabilidade de abrir os corredores e Calheta de receber as pessoas onde haverá equipas da Segurança Social, da Ação do Social, da Proteção Civil e da Saúde que fará o rastreio e a triagem das pessoas, dando prioridade aos idosos, mães e crianças e grávidas. Há algum aprovisionamento de água e produtos alimentares nessa zona de receção; usaremos a rádio e as redes sociais para avisar as pessoas, mas também os sinos das igrejas e os párocos e as juntas de freguesia estão avisadas para tal.
Estamos a falar de uma megaoperação para retirar as pessoas de Velas.
Sim. Estamos a falar da retirada das cinco mil pessoas que vivem neste concelho para o concelho vizinho. Se bem que há uma zona crítica, onde estão três mil pessoas.
E essa operação durará quanto tempo?
Em três, quatro horas. Esse é o tempo que temos programado para essa operação. É óbvio que depende muito do momento em que acontecer a operação, se antes do eventual sismo ou se durante o eventual sismo. A ideia é retirar as pessoas antes do acontecimento, se este vier a acontecer. Não conseguimos prever à hora, ao minuto de quando é que o sismo ocorrerá.
Quando é que começa a retirada?
Houve já uma evolução negativa [da atividade sísmica], portanto as pessoas que estão na Casa de Repouso João Inácio de Sousa, das Velas, vão ser transferidos na quinta-feira para a Calheta.
O que pode dizer à população num momento destes?
Que deem importância aos comunicados oficiais dos serviços municipais. Há muita contrainformação que não ajuda num momento como este. Estamos a fazer tudo para termos meios robustos para socorrer as pessoas se o acontecimento vier a ter lugar. É preciso manter a calma possível numa situação destas. Que mantenham as rotinas.
É importante, neste momento, que as pessoas se preparem para serem evacuadas: a mochila pronta, com uma muda de roupa, os seus medicamentos, a garrafa de água e um pacote de bolachas lá dentro. É importante que estejam preparadas para isto. Há a forte possibilidade de algo negativo ocorrer. E todos os que não tenham carro, que procurem uma forma de terem transporte junto dos seus vizinhos e amigos. Também poderão usar os serviços municipais, mas que serão prioritários para as pessoas mais frágeis.
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E os alinhamentos planetários mais a chegada o objeto P 7X continuam atuando por trás dos bastidores da Terra em convulsão…
JP em 25.03.2022