A tecnologia se converteu no único ponto de referência e comparação para uma geração cada vez mais cega diante dos infinitos mistérios da Criação.Um jogo me soa meio leviano.
E nessas horas é que eu sempre recorro ao modelo de que mais gosto: o casal de jovens pais que tiveram seu primeiro filho. O universo é esse filho, que eles geram e acompanham em cada passo, cada experiência, cada tropeço, ajudando em tudo, guiando em tudo, até que o filho cresça e finalmente, com consciência, compreenda o amor dos seus pais em nível de retribuição, coisa que ainda não pode fazer enquanto pequenino. Por isso, não vejo o universo nem como um jogo, nem como um golpe do acaso, nem mesmo como um projeto.Eu o vejo e o sinto como um ato de amor. Os antigos viam e sentiam da mesma forma. O Universo é um ato de amor. Um jogo sempre admite a possibilidade de derrota, mas o ato de amor vai seguro da vitória até o fim. E no universo, nada se perde. Tudo se transforma, de uma forma ou de outra. De modo que, se nada é perdido, não poderia ser um jogo. Aliás, para o universo, ganhar ou perder não importa, o que descaracteriza a tese do jogo. O importante para o universo é dar felicidade a todos os seres. Nisso concordam todas as religiões.
Nossa busca é pela comunhão ou fusão universal.
Este seria o Game Over, se existir um.
Primeiro aspecto, é que o alvo da criação não é o universo de três dimensões. Tudo evolui e involui, repare, matéria e energia não foram criados para ter existência eterna, nem nada debaixo deste universo. Quando falei da comunhão, é claro que falo de um universo transpessoal, onde nem matéria e nem energia componham sua realidade, apenas a primeira energia, que é o Amor, aquela que liga todas as coisas entre si e as consciências se sentem infinitas por causa disso. Para esse alvo é que o universo ilusório trabalha.
Veja a vida dos santos e dos mestres, ela geralmente é marcada por falta de conforto, renúncia e sacrifício, porque eles entenderam a mensagem do desapego. Se a gente viver para sempre confortavelmente na matéria, com a tecnologia resolvendo todos os problemas, então se cria um falso paradigma, que contradiz diretamente o alvo do Universo, que é transcender matéria e prazer dos sentidos.
Todas as estrelas e mundos morrem, o nosso está a beira do colapso, muitos corpos físicos perecerão, mas o Amor divino não é medido pelo corpo físico.
Mas, a julgar pelo nível da mediocridade moderna, em par a maldade sem freios, realmente, o pior inferno seria se Deus deixasse a gente aqui para sempre nessa confusão que criamos por nossas próprias mãos. Ainda bem que Ele irá por fim a isso cedo ou tarde.
O duro para o doente terminal não é morrer, mas ficar vivendo desse jeito para sempre. Morrer, para ele, é o que vai deixá-lo feliz. Tudo é relativo quando a matéria é o foco da análise. Essa problemática tridimensional, cheia de dor e sofrimento, só se compreende como meio para um fim maior.
A dor, no final das contas, é criação nossa. Deus não criou a dor, a dor é um alerta para nos recolocar no caminho. Sem ela, a gente já nem existiria mais nesse planeta. Teríamos acabado conosco mesmos a muito tempo, se não houvesse a lei da dor para nos frear e nos ensinar a retomar o caminho do amor.
Ps: sobre a idéia do jogo me soar leviana, quis dizer que ela é muito pequena ou insuficiente para explicar a criação, somente isso.
Só posso dizer que, enquanto a gente tentar compreender o universo somente pelas regras do plano tridimensional, nunca vai transpor aquele beco sem saída do círculo sempre voltando para ele mesmo. Temos que buscar o centro. Ali está a resposta.
O nosso centro não é o cérebro, é o coração.
Jogos são coisas humanas. O nosso ego se polariza em ganhar e perder, em buscar prazer e fugir da dor…. nossa mente está presa no beco da dualidade, daí as tentativas rudimentares de comparação com modelos culturais atuais, como o jogo.
Mas o espírito vive e se move na Unidade do Amor, é daí que extrai sua Lei e Poder de Criação. Algo que nossa mente não enxerga e, portanto, ainda não pode compreender.
Não reais.