Não somente este ano, mas de muitos e muitos anos para cá, em todas as viradas, faço o mesmo ritual que realizo todas as noites, diante do meu altar pessoal, antes de dormir.
Estarei afastado de tudo, de círculos de pessoas, de comemorações, de comer e beber, de celebrar… o que celebro não são festas comerciais programadas, mas sim, as bênçãos e e dádivas que o Criador colocou na minha vida, como saúde, família, bons amigos e entendimento para as coisas elevadas da vida e do espírito.
O resto não tem valor algum para mim.
Na minha virada, estarei desligado de tudo, TV, celular (que nem tenho), computador, o que for.
Estarei marchando contra a correnteza, e enquanto centenas e milhares vão para as praias pular sete ondas, ou vão para os clubes, para as festas, as praças, os shows, as celebrações, comer, beber, fumar, transar, fazer tudo o que entope o corpo de prazer mas deixa a alma vazia… sim, eu vou para os braços do Pai em oração, surdo e cego para as obras do planeta mas totalmente conectado com a Presença do Pai, aquela mesma presença que todo mundo se esquece durante essa orgia dos cinco sentidos comum em datas como estas.
Aqui, me despedindo da família horas antes, será o momento sagrado de me recolher e encontrar a verdadeira família, aquela que não partilha o mesmo sangue ou presença física, mas está sempre comigo e com o mundo, mesmo o mundo fingindo que ela não existe.
A grande família espiritual que lamenta muito e chora muito quando a humanidade se entrega a esses festins da matéria e da hipnose coletiva, exilando do coração toda e qualquer lembrança do Pai em seus atos e comemorações de importância (e como sempre, apenas lembrando de Deus quando a dor acontece na sua vida).
Mas eu sempre mergulho na oração nesses momentos em que a humanidade mergulha nas trevas do materialismo e da ignorância, mal sabendo que quanto mais comemora a vida apartada do Pai, mais a sua vida se tornará pior no ano seguinte, e pior e pior e pior, num efeito cascata ou espiral involutiva.
O ano de 2022 foi terrível.
Mas fizeram os mesmos rituais no dia 31.12.2021.
E o ano de 2023 será ainda mais terrível, mesmo com todos os repetidos rituais de 31.12.2022.
E ainda assim, não aprenderam nada.
Repetem passos, repetem atos, repetem cenas, até palavras, roupas, tudo, como robos programados pelo sistema do adormecimento, que melhor manipula quem dorme.
Já não adianta mais falar ou ensinar.
É mais forte do que as pessoas.
A alienação comercial é grande, o apelo dos sentidos é irresistível, e a publicidade das ilusões passageiras é aquela que ainda fala mais alto na consciência desse mundo.
Mas que consciência?
Portanto, o que eu faço na virada?
Primeiro, não existe virada real, o calendário do tempo está deformado, não existe nele nenhum alinhamento com a realidade astronômica ou astrológica.
E mesmo que houvesse… para quem busca o real despertar da consciência, a única fórmula para isso é a conexão constante com a Fonte da Consciência, que nunca andou por este mundo, e pelo contrário, este mundo tudo faz para negar ou evitar o contato com ela.
É desse reabastecimento contínuo na Presença do Pai, principalmente nos momentos em que o Inconsciente Coletivo mais se entrega às suas celebrações vazias e alienadas, que o meu vigor, inteligência, força, saúde, propósito, destino e consciência encontram curvas cada vez mais elevadas na expansão do tempo … coisas que nunca poderiam vir de todos estes rituais tolos de uma humanidade cada vez mais perdida e confusa, mas que faz questão de fingir, todo final de ano, que tudo está lindo e ano que vem vai melhorar, sem que Deus seja convidado para suas festividades, sequer lembrado …
Nunca é demais repetir.
O adormecimento é uma entrega às correntezas do Coletivo
mas o despertar é sempre um esforço individual.
Portanto, o que eu faço na virada é a mesma coisa que faço nos 364 dias restantes do ano.
Procuro a comunhão com a Realidade para despertar a consciência.
Porque todos desejam um monte de coisas em seus novos anos.
Menos aquilo que é fundamental.
Consciência.
JP em 31.12.2022