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*O enigma humano, genético e divino dos animais sagrados nos selos do vale do Indo muito antes do macaco de Darwin
Definindo as bases estruturais das escrituras do Vale do Indo
Mas antes de partir para uma decifração dessa escrita enigmática, é preciso visualizar todo o contexto no qual elas estão inseridas. Um contexto certamente que místico e que possui um incrível paralelismo com outras culturas sagradas e, de forma surpreendente, com os textos da Torah, especialmente o Gênesis, na parte da criação dos seres vivos.
Um paralelismo evidente aqui, onde espécies de animais consideradas mais “sagradas” do que outras (por razões ocultas que esse estudo procura desvendar) são identificadas e nomeadas, talvez associadas a atributos divinos ou deuses. Lembrando que, no livro do Levítico, da mesma Torah, os animais também são classificados em puros e impuros.
E uma vez que grande parte daqueles selos místicos expõe animais provavelmente tidos como sagrados naquela cultura, vamos começar a análise por este ponto.
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E vou começar meu estudo com uma afirmação perturbadora:
“Não viemos do macaco, mas dos bois!”
Um segredo genético que vai muito mais além da mera simbologia antiga porque, segundo o Gênesis, humanos e bois (gado em geral) foram criados no mesmo e último dia da evolução da vida na Terra!
Isso parece concordar com as mais recentes pesquisas genéticas sobre o boi e um ancestral comum da raça humana, justificando tantas evocações para o gado de modo geral nestas e noutras culturas.
O ancestral comum do boi e do homem é o auroque (Bosprimigenius), um bovino selvagem extinto.
O auroque era um animal de grande porte, com chifres grossos e cabeça grande.
O gado doméstico atual é menor que o auroque. O auroque foi domesticado há cerca de 10.500 anos no Crescente Fértil, região que abrange a Turquia, Síria e Iraque. A domesticação do auroque deu origem a dois troncos distintos: o Bos taurus (taurinos) e o Bos indicus (zebuínos). Estudos genéticos indicam que os seres humanos estão geneticamente mais próximos dos bois do que de outros mamíferos.
Estaríamos olhando para auroques nestes selos do Vale do Indo?
A domesticação do auroque deu origem a duas linhagens distintas: o Bos taurus (gado taurino) e o Bos indicus (gado zebu). Estudos genéticos indicam que os humanos são geneticamente mais próximos do gado do que de outros mamíferos.
Todas as espécies de gado eram consideradas sagradas nas civilizações antigas, por vários motivos além do segredo acima expresso, e entre os principais motivos estava a função nutricional do animal, além da ajuda no trabalho da terra, transporte, etc.
Há uma relação estreita entre o gado e animais quadrúpedes de rebanho e a criação do ser humano, ambos formados no mesmo dia criativo, o sexto e último, como estágios finais da evolução da vida desde as sementes vegetais do terceiro dia.
Animais que sempre acompanharam de perto a evolução humana, servindo de base alimentar para o nosso próprio desenvolvimento físico, algo muito relevante aqui, porque as Escrituras defendem que estes animais, qualificados como “puros” realmente foram criados com o objetivo de nutrir a humanidade, coisa que até hoje funciona muito bem.
E o sangue bovino tem tantas propriedades e similaridades com o nosso que já foi proposto o seu uso em transfusões humanas.
Em pesquisa recente, foi desenvolvido um composto sintético de gelatina com hemoglobina de boi que pode, no futuro, ser utilizado para suprir o sangue humano
Além disso, o sangue de boi é um dos mais ricos em proteínas e é muito utilizado na alimentação humana e na produção de rações para animais.
Todas essas informações dão respaldo à sacralidade dessa classe animal presente nos selos do Indo e em todas as culturas ancestrais.
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E outra vez, o gado é a primeira referência dessa tarefa de Adão. Estes selos, de forma similar, podem estar nomeando todos estes animais sagrados conforme suas atribuições divinas.
De forma especial, o gado e a humanidade compartilham raízes espirituais e provavelmente genéticas muito próximas umas das outras.
E o Gênesis acerta quando coloca a criação do gado e da humanidade no mesmo dia criativo, o sexto, finalizando o processo evolutivo envolvido desde o dia primeiro.
“O boi tem pelo menos 22 mil genes, dos quais 80 por cento em comum com os humanos – aliás, os cientistas descobriram que, em termos genéticos, o gado tem mais em comum com as pessoas do que com os ratos, e por isso podem ser mais úteis do que aqueles no estudo da saúde humana.”
A saúde é o centro da vida física. Sem ela, não há vida espiritual. O gado, portanto, tinha essa função e essa missão de doar vida à humanidade.
Fala-se que, do ponto de vista genético, o chimpanzé (macaco) é o nosso parente mais próximo.
Mas macacos não são expressamente mencionados no livro do Gênesis como o gado, pelo que devemos buscar aqui uma página na natureza não folheada por Darwin: a página que fala da INVOLUÇÃO das espécies, estabelecendo outra ligação entre o homem e o macaco: certas espécies de macaco, na verdade, são o resultado da involução de certas espécies primitivas de humanoides, o que acertaria a equação final da criação das espécies.
Faltou a coordenada INVOLUÇÃO aqui.
Mas isso é assunto para outro artigo.
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Vamos voltar ao Touro sagrado e buscar outras conexões.
Não foi Osíris, o deus assassinado pelo irmão rival Seth, transformado no boi ou Touro Ápis (e o deus Serápis), que passou a representá-lo em seus estágios de ressurreição?
O Minotauro de Creta, ainda que num sentido negativo, aponta também para esse hibridismo genético possível (?) entre seres humanos e bovinos.
Até nas antigas doutrinas místicas do antigo Oriente, o Touro possui grande relevância.
Na doutrina zen, “os dez touros” são um conto que ajuda a identificar-se e a evoluir. Um dos conceitos centrais do conto é a união com a natureza, o fluir ao sabor do que acontece, sem forçar ou resistir.
Por outro lado, no budismo tibetano, nas ilustrações do boiadeiro, o processo evolutivo de domar o touro é muito semelhante à visão Vajrayana da transmutação da energia.
O boi está perdido. O homem está perdido também, pois está apenas parado, olhando na mata densa e não consegue ter pistas do paradeiro do animal.
Os traços desse paralelismo estão em toda parte. O boi sempre foi um inegável símbolo de vitalidade, fertilidade, fonte da vida e renovação. Um companheiro vital da humanidade.
Touro de Mitra, Ápis do Egito, touros e vacas do sacrifício em muitas culturas, como Roma, Israel, Grécia e aquelas do Vale do Indo. Até hoje, a cultura moderna preservou isso, por exemplo, nas touradas.
Até na cultura sumeriana, o deus Touro sacrificado tem sua aparição, sob o nome Gugalana.
A época em que este mito foi criado, o Festival do Ano Novo, ou Akitu, no equinócio da primavera, devido à precessão dos equinócios não ocorriam em Aries, mas em Touro.
Aliás, não são poucos os selos sumerianos onde touros aparecem sendo sacrificados, e líderes espirituais masculinos trazem em suas cabeças coroas com dois chifres. Em outros selos, diante da árvore da vida sumeriana, outros quadrúpedes também aparecem, associados ao seu segredo vital.
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Entre os quatro animais do Trono sagrado está o touro (ao lado do leão, do anjo e da águia) e aqui, touro representa as relações mais diretas entre o espírito e a natureza material e física deste espírito na existência humana, o que explica muita coisa.
Nas esfinges da Mesopotâmia, o touro aparece na base dos seus corpos.
Na mitologia grega, o touro é um dos animais sagrados de Poseidon, o deus do mar. E não estão no mar as origens da vida na Terra? Touros eram sacrificados pelos sacerdotes atlantes em honra a Poseidon, para que as dádivas da vida nunca faltassem em sua sociedade.
O touro é um animal que também representa Zeus na mitologia grega, o pai dos deuses, que se transformou para seduzir Europa, uma princesa fenícia.
E na Índia?
Na Índia, o touro é considerado um animal sagrado em várias crenças, como o hinduísmo e o jainismo.
Nandi é o nome do touro sagrado do deus hindu Shiva. Ele é o guardião de Shiva e Parvati, e também serve de montaria para Shiva. A palavra sânscrita “nandi” significa felicidade, alegria e satisfação.
O Touro Azul, ou Nilgai, é outro touro sagrado na Índia. Ele é o maior antílope da Ásia e é associado à deusa hindu Durga. O Nilgai simboliza prosperidade e boa sorte.
A vaca também é sagrada, servindo igualmente de montaria de Shiva e carregando os atributos da paz e da espiritualidade submissa..
O gado que é frequentemente retratado nos selos do Vale do Indo é o Bos primigenius namadicus, semelhantes ao gado zebu, que ainda é comum na Índia e na África. É diferente do gado europeu e foi originalmente domesticado no subcontinente indiano, provavelmente nno Baluchistão.
O gauro, boi selvagem ligado às origens do Vale do Indo, é o maior boi selvagem do mundo.
Bos primigenius namadicus é o nome científico do auroque indiano, uma subespécie extinta de bovino selvagem. Ele habitou o subcontinente indiano e a Ásia Ocidental durante o Pleistoceno Superior.
Há uma longa história de interação entre auroques e humanos, incluindo humanos arcaicos como os neandertais. O auroque é retratado em pinturas rupestres paleolíticas, petróglifos neolíticos, relevos egípcios antigos e estatuetas da Idade do Bronze. Ele simbolizava poder, potência sexual e poder nas religiões do antigo Oriente Próximo. Seus chifres eram usados em oferendas votivas, como troféus e chifres para beber.
Então, temos aqui o “bos primigenius”, que alcança as origens comuns entre bovinos e humanos, o grande e central mistério destes selos do Vale do Indo, mistério que se torna a chave mestra na decifração dos seus hieróglifos.
Esta é a criatura mais sagrada daquela cultura, que realmente conectava o homem a Deus.
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Um touro sentado está sob as pernas do deus (imagem central)
Sangue de Cristo enviado ao sacrifício redentor, tal qual o sangue do Touro, que se tornou o segundo signo do Zodíaco, signo primaveril representando as posses materiais humanas, as quais, na antiguidade, eram contabilizadas em terras, propriedades, colheitas… e GADO!
O que parece ligar e seguir ligando cada vez mais os valores desta classe animal com a classe humana, tanto materialmente quanto espiritualmente.
E mais, parece existir um segredo genético que liga o gado bovino à humanidade por trás de toda essa reverência cultural dos sacerdotes, seus ritos e mitos.
Para ajudar essa visão, a simbologia hermética do Touro sempre representou o corpo físico que habita a alma humana, e que pode se tornar dócil condutor pelo controle da vontade, ou uma força passiva e cega capaz de destruir a sua montaria.
E claro que este controle sobre o corpo físico não poderia acontecer fora da transmutação ou alquimia dos elementos internos que o Taoísmo avaliou com refinada arte erótica, bem como o Tantrismo e outros fundamentos do Yoga, que possuem eco visível nas tradições secretas do Vale do Indo.
Touros, bois e corpo físico humano procedem de uma unidade simbólica que parece ter valor tanto do ponto de vista espiritual e místico quanto do ponto de vista genético.
A ciência já sabia que os homens e os bovinos divergiram de um ancestral comum que viveu há 95 milhões de anos (o auroque).
Segundo Harris Lewin, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, Estados Unidos, e um dos principais analistas do genoma bovino, apesar de um longo período de evolução, os bovinos e humanos ainda assim conservam um grande grau de similaridade entre suas arquiteturas genéticas.
O registro do Gênesis é similar às culturas antigas em relação ao contexto sagrado e até divino atribuído às espécies de gado.
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Essa relação começa pela definição cabalística e simbólica da primeira letra do alfabeto hebraico, ALEF, que significa TOURO ou gado em geral, mas simboliza o HOMEM, ou Adão, cuja letra inicial do nome é ALEF (A.DM).
Alef + DM (sangue), outra pista que vincula a criação com sacrifícios animais, isto é, o princípio Alef somado ao sangue derramado, o que também nos aponta relação com a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O fato de Adão (o primeiro homem) e ALF (gado) compartilharem essa letra em seus nomes, recebendo igualmente os mesmos princípios vitais para uma existência comum procedente de um poder divino e sagrado contido no elemento do sangue é uma das demonstrações mais elegantes e diretas da Cabala hebraica em torno desses mesmos mistérios dos selos do Vale do Indo.
E para estender mais parte do mistério revelado pela Cabala, eis que o inverso do nome ALF é FLA, que significa “algo maravilhoso”. Outro termo para touro é ShUR, cujo inverso é RUSh, o qual, transformado em RASh, significa “o primeiro”.
Combinando as duas coisas, temos “um ser maravilhoso criado primeiro”. Uma espécie sagrada de gado ou bovino que, como o ser humano, foi criada à parte pelo Senhor Criador da Terra, com propósito e finalidade muito especial para a vida humana.
Sacrifícios de animais quadrúpedes eram comuns na liturgia judaica da Bíblia, entre eles, ovelhas e cabras, carneiros e bois/vacas/novilhos.
Tanto no sentido espiritual (o conceito do sacrifício renovador da vida, purificador das almas) como no sentido prático (animais para corte, nutrição e trabalho) o gado em geral era a classe animal mais intima e vital para a humanidade, muito mais do que cachorros ou cavalos.
O ser humano é a obra mais sagrada da Criação, e com certeza, a classe animal que mais auxilia e sustenta a existência dessa obra sagrada, naquele tempo e no conceito dos antigos, é a classe gado vacum, especialmente bois, touros e vacas.
Vamos rever a criação do Sexto Dia do Gênesis 1:
24 E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi.
25 E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.
27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28 E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
(Gênesis 1: 24-28)
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A primeira classe animal criada no sexto dia foi o gado, e a espécie humana terminou a obra criativa do sexto dia.
O texto dessa passagem (versículo 25) também emprega o termo ChIT (seres viventes) na descrição.
Lembrando que o termo empregado para “répteis” no hebraico original é RMSh – ADMH, ou seres que se movem, pululam ou rastejam sobre a terra, distinto de BHMH, que se refere primeiramente, e com destaque, ao gado em geral e às espécies bovinas.
BHMH (Behemah), o primeiro nome invocado no Gênesis 1: 24, que significa GADO e, por extensão, animais quadrúpedes de corte domésticos, tração e montaria.
Note o paralelismo dos nomes:
B H M H valor 52
Y H W H valor 26
Sendo que 52 = 26+26.
E 26+52 = 78 = 6 x 13.
Se BHMH = 2 x YHWH,
isso é porque o Senhor Deus precisou criar os gêneros masculino e feminino em todas as espécies para garantir a reprodução e a perpetuação da vida.
O espírito de Deus se polarizou para multiplicar as espécies.
Aliás, o termo animal vem do latim “anima” que significa “alma vivente”, e nesse ponto, todos os seres têm uma origem comum, que é a fonte espiritual.
(6 x 13)
Sexto dia da Criação e o arcano 13, morte sacrifício, transformação.
Na verdade, o livro de Job declara a existência “pré-histórica” de duas criaturas, o Behemot e o Leviatan. Enquanto o Leviatan seria uma espécie de animal primordial que produziu todos os seres aquáticos, o Behemot (termo que é o plural de Behemah) seria a matriz animal de todos os animais quadrúpedes terrestres.
Behemot (BHMUT) significa “animais” (quadrúpedes), plural de Behamah.
Ele pode entrar em ressonância de identidade com o auroque e os ancestrais comuns do gado atual e do homem, em todas as espécies retratadas nos selos do Indo.
O sangue derramado do Touro sagrado (divindades) cai na terra e se torna barro vivente (Adão, barro vermelho, do termo ADAMAH).
Essa passagem certamente ecoa no importante ritual judeus do sacrifício da vaca vermelha.
O sacrifício da vaca vermelha é um ritual judaico que envolve a queima de uma novilha ritualmente pura e totalmente vermelha, sem manchas, para fins de purificação. A tradição judaica diz que as cinzas da novilha vermelha serão necessárias para a construção do Terceiro Templo em Jerusalém.
A novilha vermelha é mencionada na Torá e na Bíblia.
O ritual de sacrifício é descrito em Números 19: 2
“Esta é uma prescrição da lei que o SENHOR ordenou: Diga aos israelitas que tragam até vocês uma novilha vermelha, um animal perfeito, sem defeito, sobre o qual nunca tenha sido colocada a canga de um arado”.
Vaca vermelha, sangue vermelho, Adão feito de barro vermelho, argila, pó e sangue animal misturados.
E o Templo não significa primeiramente a morada sagrada do espírito, que é o corpo físico humano, criatura feita à imagem e semelhança?
A inauguração do templo é a imagem da própria criação do homem, ser vivente, dos mesmos fundamentos minerais da Terra.
Esses mistérios tocam as origens da humanidade no contexto oculto do Gênesis de Adão.
****
A questão é:
Teria o homem sido criado “pelos deuses” não a partir do macaco de Darwin, mas sim, dos touros sagrados e sacrificados de YHWH?
Existe um segredo genético incrível por trás dessa declaração que fortaleça os argumentos que identificam naqueles selos do INDO um poder secreto conhecido pelos sacerdotes, e que também foi conhecido pelos judeus do templo, por exemplo?
Isso mudaria todo o curso da série evolutiva natural que trouxe o ser humano ao cenário deste mundo, partindo não do macaco, mas do gado, especialmente o gado bovino.
O Senhor YHWH soprou vida em todas as suas criaturas, mas na criatura humana, soprou não somente vida, mas também, autoconsciência.
E se ele criou tanto o gado e animais quadrúpedes (como os que aparecem nos selos do Indo) como o ser humano no sexto e último dia da Criação, criando outras castas animais como répteis, peixes e aves no dia anterior, o quinto, eis que se torna muito significativo que GADO e HOMEM compartilhem o mesmo (e último) estágio da evolução criativa sobre a Terra.
Nas tradições judaico-cristãs, Moisés foi representado várias vezes com chifres, em parte, por causa de erros de tradução.
Mas nas culturas do Oriente Médio, os reis e deuses eram representados com chifres para mostrar o seu poder, o que reforça a ilustração de Moisés além de um mero erro de tradução (o verbo QRN, que significa tanto “resplandecer” como também “chifres” e “possuir chifres”)
Desse ponto de vista, a criação do GADO é tão ou quase tão sagrada quanto a criação do ser humano, daí as relações de proximidade entre as imagens e seus caracteres.
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Em se tratando do destaque dado ao homem na Criação (que veio antes da mulher), ele revela o motivo dos principais animais exibidos nos selos serem machos, identificados pelos chifres e outros adereços. O culto ao Touro tem diferenças marcantes do culto à Vaca por essa razão. O elemento masculino é considerado PRIMORDIAL na criação da vida, donde vem a semente e a fertilidade.
De alguma forma secreta e mística conhecida dos sacerdotes, a essência vital do Touro, bois e outros animais similares era transferida aos seres humanos, seja para curar doenças, para purificação espiritual, ou simplesmente para fins de alimentação. E talvez até de ressurreição (paralelo cristão).
Os símbolos e runas ou letras das imagens do Vale do Indo estabelecem essa relação sagrada entre a alma humana e a alma animal, especialmente a alma ligada aos bovinos, conforme a grande quantidade de mitos associados.
Acredito que tais frases ou nomes evoquem antes de mais nada o caráter divino e sagrado destes animais diante daquela civilização.
Macacos podem ser os animais mais próximos do ser humano geneticamente falando, mas em termos de vínculo espiritual nas origens de uma criação comum perante o Senhor da Criação, certas categorias de gado bovino seriam os nossos parentes viventes mais próximos, no conceito dos antigos.
Ainda falando da Bíblia hebraica, um dos quatro animais do trono sagrado do Senhor YHWH é um Touro (ShUR).
Outro termo hebraico para gado bovino é PR e PRH (gêneros masculino/feminino).
Tudo isso pode servir para ilustrar a identidade do Ser divino que também aparece ilustrado nos selos, com chifres, como que compartilhando três naturezas em uma única:
a natureza animal, a natureza humana e a natureza divina ou espiritual, estando a natureza humana entre ambas.
Uma modificação da Trimurti hindu e da própria Trindade cristã.
Essa entidade é uma conexão direta com o Senhor YHWH da criação, especialmente relacionada com os animais especiais que povoaram a Terra nos primórdios.
Por isso, alguns animais nativos da Índia aparecem enquanto outros, não.
A maioria dos animais parece retratar tipos diferentes de GADO ou, melhor, quadrúpedes com chifres, como bois, rinocerontes, elefantes (no caso, as presas) e uma espécie de unicórnio.
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Outra parte importante do mistério todo está nos chifres. Ele estabelece o paralelo oculto entre os animais destacados, os humanos e a divindade com dois chifres e três faces em uma posição que lembra o lótus da meditação budista.
No passado, entre várias culturas, o chifre simbolizava o poder. Certamente um poder que tem um fundo hermético envolvido porque, nas relações citadas entre o animal, o humano e o divino, com o humano a meio caminho dos dois, cumpre realizar um processo de alquimia das energias internas, especialmente, dos instintos, para que o tal poder representado pelos chifres na cabeça se manifestem.
Sabendo que as culturas do Vale do Indo têm conexão com as tradições indianas, já que elas foram o berço da civilização Harapense, que contribuiu para o desenvolvimento da cultura indiana, então podemos criar relações com esta divindade do selo Pashupati e a divindade Shiva, por exemplo, protetor das ciências herméticas do Hinduísmo que falam abertamente de transmutação das energias instintivas, chakras e a transformação do homem em uma divindade.
Os animais representariam determinadas faces do poder animal interior, algo que lembra o xamanismo e as relações do sacerdote com os poderes animais.
O sacrifício dos animais representa a transformação desses poderes em habilidades e potenciais humanos.
Os chifres na cabeça fazem alusão aos chakras superiores despertos e ativos.
O erro de tradução que levou as tradições judaico-cristã a representar Moisés com par de chifres veio do termo “resplandecer”, que é o mesmo para “chifres”.
Na passagem histórica-bíblica, Moisés ao descer do Monte Sinai, teria um “brilho” na sua cabeça, que no hebraico clássico se expressava como “chifres”, uma expressão de poder: ou da força animal elevada desde a base da coluna (Kundalini, núcleo instintivo) até a cabeça (transmutação, ascensão do Kundalini na coluna vertebral) na forma de chifres ou resplendor (dos chakras ativados).
Toda essa metafísica hindu permeia os textos e selos místicos do Vale do Indo.
Animais sagrados, chaves de sacrifício e transmutação, humanidade transformada.
O Grande Deus masculino da religião indo é o mesmo Grande Deus criador da Torah judaica, o grande Cernunnos das tradições europeias, o Deus fértil e procriador com simbologias animais, como vimos antes.
Grande parte da religião hindu conhecida está estampada na religião e valores do Indo.
Sabemos que Marshall identificou aquela figura como a forma primitiva do deus hindu Shiva, associado ao ascetismo, ioga e linga; considerado como um senhor de animais e frequentemente descrito como tendo três olhos. O selo passou a ser conhecido como o Selo Pashupati, por conta de Pashupati (senhor de todos os animais), um epíteto de Shiva.
Portanto, Shiva e YHWH possuem as mesmas relações no ato da criação animal e humana (porque humanos são animais racionais).
Esse é o elo a ser melhor investigado.
Há toda uma liturgia hermética e alquimista nestes selos, falando essencialmente de uma mesma coisa:
um determinado potencial psíquico e espiritual representado por cada animal, e um método de transformar esses poderes, tanto externamente (sacrifícios animais) quanto internamente (transmutação dos instintos) em elementos psíquicos sutis que outorgavam a Iluminação.
Não era esse o alvo do Yoga?
Portanto, essa escrita é essencialmente mística e devocional, relacionada com modelos de YOGA ainda desconhecidos, mas que possuem inúmeros paralelos nos conhecimentos hinduistas disponíveis.
Quando o Senhor YHWH ou Shiva criou a humanidade, ele a criou com o sangue derramado daqueles animais sagrados, especialmente o gado, e misturou com a argila vermelha, criando ADM, Adão. Essa é a origem de todos os rituais de sacrifício entendidos nas religiões como sustentadores da vida em processos cíclicos de renovação, como toda a natureza o demonstra.
Dentro de nós existe esse potencial animal embutido no poder do kundalini, o ponto de apoio da alavanca hermética e tântrica do Hinduísmo. Mas para que ele desperte e ascenda até a cabeça, concedendo ao devoto ou iogue os mesmos chifres reluzentes de Moisés ou do próprio deus do selo Pashupati, é preciso se guiar pelos ritos sagrados apropriados, de que tratam estes selos e símbolos.
Basicamente, o sacrifício contínuo dos animais dentro de nós, estes que sempre representaram os nossos instintos animais básicos em todas as linhas de estudo simbólico (dos sonhos, por exemplo).
A propósito, Áries, o primeiro signo, elemento fogo, representa o poder criador do espírito, e Touro, o signo seguinte, representa a resistência da matéria e do corpo físico, e no caso do corpo físico, uma resistência chamada INSTINTO.
A resultante destas duas forças antagônicas é a VIDA. O problema é que a tendência da matéria é amortecer o espiritual em nossas vidas, diminuindo a força ativa e consciente do espírito no corpo sabotado pelos instintos exacerbados e seus desejos descontrolados.
E olha que interessante: o signo logo a seguir é Gêmeos, o primeiro representado por duas entidades HUMANAS, e que, regidos pelo elemento ar, representam também o sopro vivente da vida consciente resultante do sacrifício ou transformação do signo anterior, Touro, transformação da matéria física (animal) até que ela pudesse assumir consciência (linhas de uma evolução programada nos códigos zodiacais e suas imagens nada aleatórias, mas intencionais, conforme um modelo conhecido pelos sábios do passado). Touro gerou Gêmeos, ou Adão e Eva, a partir do princípio espiritual de Áries.
E por tudo isso, a imagem do sacrifício como chave para libertar novamente o espírito vivente, aquele que traz renovação à vida e consciência. Essa é a senha secreta dos muitos deuses e mitos associados ao Touro, que representa o corpo físico e a resistência instintiva aos processos da alma.
Esse é o elo comum entre todas as religiões do passado e seus mitos.
Bois, Touros e gado em geral predominando naqueles selos se traduzem numa espécie de idioma destinado à certa literatura sagrada, entregue à humanidade pelos seus deuses locais falando aos sacerdotes.
Da mesma forma que os hieróglifos egípcios tinham uma finalidade acima de todas as outras, uma finalidade mística e preparatória para a alma do Faraó após a sua morte, em toda aquela liturgia nos textos dos pergaminhos e templos.
Os caracteres da vasta escrita do Indo têm o mesmo estilo dos hieróglifos egípcios, com os quais devem compartilhar uma origem comum.
São escritas com origens e finalidades compartilhadas. E estes são os modelos culturais e doutrinários que devem servir de guia para a decifração dos hieróglifos do Indo.
Não podemos ignorar que, na antiguidade desta e de outras culturas, o SAGRADO era a lei maior, e as leis do povo derivavam do Sagrado, leis e regras ditadas pelos deuses e compiladas pelos sacerdotes, deuses estes representados por seus reis e líderes políticos.
A mística estava impregnada em tudo o que se fazia naquele tempo, até o comércio.
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Dizem que maioria dessas teorias apresentadas ignora que tal escrita, composta de sinais e símbolos, aparece principalmente em selos de pedra usados para comércio, o que torna improvável que contenham conteúdo religioso ou mitológico.
No entanto, a estrutura do dinheiro em moedas na atualidade também tem uma origem mística envolvida, como as medalhas religiosas do passado e até os pantáculos de Salomão da Alta Magia, que continham símbolos, letras e signos para invocar divindades e não serviam ao comércio.
Da mesma forma que os selos em pedra do Abraxas, com letras, símbolos e divindades esculpidas por seitas gnósticas. São padrões existentes em muitas culturas antigas.
Quando Cristo foi vendido por trinta moedas de prata, simbolizou isso a traição dos seu ensinamentos sagrados em nome do materialismo que passou a predominar nas sociedades.
Tudo na antiguidade era dedicado primeiramente aos deuses, e o dízimo da antiga sociedade judaica é apenas um exemplo. Afinal, todo o comércio, agricultura, casamento, instituições, vida em geral, eram dedicadas aos deuses e tributadas aos seus benefícios, proteções e dádivas, uma espécie de ritual de gratidão ciente de que na divindade estava a fonte de tudo.
Não há nenhum problema em se visualizar esse cenário místico antigo.
A origem e finalidade portanto da escrita Indo e dos seus signos ocultos pode certamente ter sido espiritual, caindo em desuso com o tempo e a corrupção dos sacerdotes e o esquecimento dos conhecimentos originais de sua finalidade, o que não é uma exclusividade desta cultura em particular, mas de diversas outras também, contaminadas pelo materialismo vigente.
Temos que abordar as culturas antigas tentando capturar a forma como eles pensavam, e não a partir da forma como nós, os modernos, pensamos.
E os antigos viam o Sagrado e o Divino em tudo, donde tudo se derivava e sobrevivia em função, incluindo vida material e comercial das pessoas, sempre dependente da vontade dos deuses.
Atualmente, as pessoas inverteram isso, colocando o materialismo no centro dos seus interesses, superando até mesmo o espiritual.
A estrutura de vários caracteres da escrita Indo lembra muito o estilo rúnico germânico, e suas origens se mesclam e se confundem no tempo.
Conclusão
Sem a visão correta do cenário cultural e religioso das lideranças do Indo, nenhuma decifração será possível.
O maior tesouro da humanidade é o conhecimento. Por isso, creio que, antes de tentar se traduzir uma escrita qualquer, é preciso dar pleno reconhecimento do cenário cultural, intelectual e espiritual onde ela foi produzida, isso em qualquer civilização.
O maior tesouro da humanidade é a sabedoria, aquela que realmente fez do rei Salomão um homem rico e elevado entre os homens de seu tempo.
Tesouro que os deuses generosos nos entregaram no passado prometendo voltar no futuro para colher todos os nossos aprendizados.
Um futuro que é agora.
E também porque eu aprecio bastante esse tipo de abordagem sobre enigmas antigos e modernos e o entendimento dos mistérios ocultos por detrás dos símbolos, sempre em busca de um conhecimento comum que permeia todos eles, um fio condutor de compreensão de todos os segredos místicos do passado saídos de uma mesma origem tão demonstrada pelos paralelos evidentes.
Uma mesma verdade que foi partida em milhares de pedacinhos e espalhada ao redor do mundo, e cada pedacinho dela continua falando à nossa mente inquiridora, pedindo apelas uma coisa:
pela sua reintegração.
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Bom dia, mister RAO
Sou um pesquisador brasileiro de simbologias antigas e modernas, e diante do fato que o idioma dos símbolos foi o primeiro a surgir na humanidade (do qual saíram todos os alfabetos, antigos e modernos), apresento este trabalho com o objetivo de dar uma visualização mais ampla do cenário espiritual e tradicional da escritura do Vale do Indo, tocando em grande parte das tradições paralelas existentes na tentativa de criar um contexto de conhecimento mais plausível como ponto de partida da interpretação dos hieróglifos do Vale do Indo.
Em busca de desbancar o macaco de Darwin da teoria da evolução humana e colocar em seu lugar o seu verdadeiro representante, o animal sagrado do INDO, nosso elo perdido com a fonte da vida e da criação de todos os seres deste planeta.
Segue o artigo em PDF (inglês) e a publicação no dia de hoje no meu blog pessoal (em português).
Apreciaria a sua análise deste estudo.
Porque meu maior interesse nunca foi o dinheiro, mas o conhecimento da verdade.
Atenciosamente
Jonas Passos JP (10 de fevereiro 2025)