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O código da Vinci muito além de Maria Madalena – parte 21 – a Identidade da Monalisa

Monalisa (Lisa de Gioconda, 1503-1506)

Madame Lisa
O quadro dos quadros, a obra maior, o quadro mais famoso, visitado e cobiçado do mundo (embora eu particularmente considere a Última Ceia como sendo a obra maior e definitiva de Leonardo, em termos de conjunto e síntese da “doutrina davinciana”.

Senhora Lisa, a Gioconda (A Sorridente, no italiano).
A obra mais comentada e avaliada de todas, e aquela mais caricaturizada pelas mídias.

“Poucos outros trabalhos de arte são tão controversos, questionados, valiosos, elogiados, comemorados ou reproduzidos” (Wikipédia)

Mensagens codificadas, quer no simbolismo, quer no tema, quer nas camadas ocultas da própria pintura. Não há certeza sobre a modelo que inspirou e mesmo posou para este quadro. Alguns estudiosos já associaram-na à mãe de Leonardo, Caterina, já falecida na época da execução da obra, o que pode ilustrar um conteúdo fúnebre à pintura ( o luto pela mãe, já que ela parece estar vestida como uma viúva ou pessoa enlutada). Isso também explicaria, pelo menos em parte, a semelhança entre a estrutura de rosto da Monalisa e do próprio Leonardo, conforme seus desenhos.

Isso explica em parte a teoria de que Monalisa é como Leonardo retratado no espelho e projetado em sua mãe ou em sua alma de adoração platônica (e não um Leonardo travestido, como outras mentes decadentes sugeriram).
A temática psicológica é mais profunda do que um mero impulso transexual.

Aliás, um oceano de informações, palpites e teorias conspiratórias e especulativas tentaram decifrar a Monalisa, e a mais popular, e nem por isso, a mais correta, é aquela criada na ficção de Dan Brown, o Código da Vinci, sucesso de vendas… porque Leonardo da Vinci continua fascinando as gerações depois dele.

O Enigma do sorriso
Muitas teorias já foram concebidas aqui.
Um sorriso de alegria, satisfação, escárnio ou desdém?
Resignação, dor ou alguém que simplesmente guarda um segredo?
O segredo de Leonardo?

E o nome, Monalisa?
Madona Lisa de Gioconda é a definição mais aceita, porque Madona Lisa se contrairam em Monalisa.

Lisa vem de Elisabeth, nome hebraico que significa (AliShebat) Deus do Sete, ou Deus é o meu juramento!

Flor de Lis, a insígnia da França templária e da dinastia dos reis da linhagem sagrada?
Flor de Lis, flor de José e Maria, os pais de Jesus…

Obras como São João Batista, a Virgem do Fuso ou a Virgem dos rochedos tem uma carga prioritária de tons escuros numa mensagem intencionalmente associada à primeira fase da Alquimia, a fase negra, ou fase da dissolução, geralmente associada a cenários rochosos e secos, como desertos.
Esta fase é representada pela cor negra e pelo corvo, a morte, a putrefação da matéria-prima que conduz à dissolução, para que a matéria-prima seja reconfigurada conforme os moldes da “pedra filosofal” aspirada.

Monalisa carrega a face do Eterno Feminino mas não num sentido maternal, porém, justamente o sentido oposto, associado mesmo à morte, como na figura de uma viúva… a deusa em sua face morte, que aparece para o buscador da luz na fase da morte do EU para o renascimento do Ser… Arcano 13… quando o seu olhar enigmático se associa ao olhar da Medusa, qe converte em pedra os elementos negativos da psique.

Medusa
Inclusive Leonardo tem uma pintura sobre o tema!
Um quadro da Medusa na Galeria de Uffizi, considerada uma obra sua na juventude.

É como se a Medusa representasse a face da Mãe Morte no plano inferior inconsciente, encontro que todo discípulo terá ao enfrentar a primeira fase da alquimia que muda o homem em Anjo, o mortal em imortal, o imperfeito em perfeito. O olhar da Medusa é como o raio X da alma, que penetra fundo e enxerga todas as nossas maldades e imperfeições internas, estas mesmas que a deusa mãe ao contrário deseja eliminar, petrificando para sempre e reduzindo a poeira.
A monalisa nos olha como se nos conhecesse, e seu olhar atravessa as paredes da mente e alcança os níveis mais profundos do inconsciente, desconcertando-nos… e a proposta de Leonardo era exatamente essa: causar uma indagação perturbadora ao observador da deusa.

Madame Lis não é exatamente um andrógino, como São João Batista, obra que lhe seguiu… mas sim, a face morte do Eterno Feminino, a viúva.
Qual Ísis, que perdeu o marido Osíris, assassinado pelo irmão e rival Seth (Satan) e aparelha com sua magia o filho Hórus para vingar seu pai e reestabelecer a ordem no reino.
O filho da viúva representa o discípulo no começo de sua jornada iniciátiva, e mesmo não sendo o pai oficial de Jesus, Maria se tornou viúva de José logo no início da carreira messiânica de Jesus Cristo.
São paralelos evidentes.

A primeira etapa do discípulo é cruzar as portas do Arcano 13, a morte mística, para, depois, começar a ascender nos níveis luminosos da consciência desperta.

Nesse caso, Lisa pode ser mesmo um nome paralelo a Isis na qualidade de viúva, representando portanto a primeira fase da alquimia física, mental e espiritual, a metamorfose da alma em seu primeiro estágio, a larva.

No episódio bíblico do Dilúvio, já dentro da Arca, Noé soltou um corvo (ave negra) e o corvo sobrevoou as vastidões do mar da dissolução (cheio de criaturas e humanos mortos), sem regressar ao barco (nenhuma vida detectada), e essa passagem representa claramente a primeira fase da alquimia dos mundos, cuja lei, equivalente às leis da alquimia humana ou mineral, fala da mesma regra: a primeira fase, decomposição, putrefação, dissolução dos elementos primários: e do Caos primordial, se levanta o novo cosmos. Renovação.

Passado um tempo, o mesmo Noé soltou da arca um pombo, que regressou à Arca com um ramo de oliveira no bico (uma das árvores que simboliza a Árvore da Vida na Bíblia, como a figueira e a videira em outras ocasiões).

Da morte sai a vida nova: da matéria-prima desintegrada vem a matéria renovada, reconfigurada segundo os novos comandos da consciência, e se a consciência muda, ela precisa modificar os seus veículos de expressão, aprimorando-os conforme sua nova identidade (que sempre se renova e se aperfeiçoa, pelo que o exercício da alquimia ou mutação dos veiculos é infindo!)

Renovação através da nova raça que saiu de Noé, e que povoou as terras renovadas pela morte em massa.
Há muitos indicadores alquímicos nas Escrituras, e importantes mas veladas chaves de transmutação mental.
Porque, sem a matéria putrefata, a pedra filosofal não brilhará…

Há realmente muito da alegoria da morte, do arcano 13, dissolução e putrefação alquimista na Monalisa, e diferentemente das outras obras, não se vê árvore alguma aqui. Somente água e rochedos ao fundo, no cenário das montanhas. Água, o mercúrio filosofal, e rochas, a matéria-prima, ou ainda, a pedra oculta, que também aparece na primeira fase da grande obra alquimista.

Então, Monalisa aparece como uma espécie de Hécate, guardiã do submundo, já que os axiomas herméticos afirmam que é necessário descer primeiro para depois subir, ou dissolver antes (a matéria-prima) para coagular depois (lhe dando nova configuração, nova cristalização, como o carvão que se torna diamante, a mesma substância carbônica numa nova e superior configuração).

A Pedra Filosofal é a cristalização da Pedra Oculta, como o diamante é a cristalização do carvão.
E o carvão é o símbolo da matéria-prima submetida a morte.

V.I.T.R.I.O.L.
Visita Interiorem Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem
Visita o Interior da Terra e retificando, encontrarás a Pedra Oculta

A expressão, que é um acróstico para o antigo nome do ácido sulfúrico, é atribuída ao Alquimista Gnóstico Basílio Valentim. Através da pedra oculta, chegaremos à pedra filosofal, e através da morte mística, chegaremos ao segundo nascimento. A morte expõe e revela a raiz da vida, que então pode ser reconfigurada num segundo nascimento, se tornando a porta de entrada para a imortalidade (através do andrógino reconstituído).

V.I.T.R.I.O.L.

O ácido sulfúrico tem inúmeros empregos na indústria, mas é o seu alto grau de corrosão que se associa à fase da dissolução da alquimia, além de conter enxofre na composição, porque o enxofre é um dos elementos primários da grande obra. As vestes da Monalisa tem estranhamente o tom do ácido sulfúrico puro…
Outro detalhe: o enxofre é liberado na forma gasosa de corpos putrefatos, como o ovo podre.

Um vínculo entre o enxofre, a morte e a transformação da matéria como ponto de partida da Obra (Gás Sulfídrico, decomposição de material orgânico provocada por ação bacteriana, gás com cheiro de ovo podre).

Monalisa encarna o mistério de Madre Mortis, quando o discípulo, na descida aos infernos de sua própria psicologia animalesca submersa, ousa olhar nos olhos da Deusa guardiã do submundo, aquela mesma Medusa que ali está para petrificar os seus defeitos mais tenebrosos e inconfessáveis, ajudando-o no processo da dissolução do ego, sem o qual ele não poderia renascer em castidade, pureza e iluminação, livre de seus pecados.

Esse processo de morte do ego ou depuração psicológica equivale a purificação do mercúrio negro (matéria prima) em mercúrio branco, porque só estando muito puro é que o mercúrio se torna fecundo para a grande obra.

As preparações do mercúrio virgem, do negro (impuro) ao branco (puro) equivalem ao mistério da Virgem Negra e o trabalho com a face Morte da Mão Divina (signo de Virgem na face Escorpião-Plutão, Proserpina).

Monalisa é uma VIRGEM NEGRA!

E os cenários de pedra ao fundo da tela refletem as paisagens familiares aos olhos da Medusa.

Existem selos alquimistas em forma de estrela de sete pontas, com os sete planetas relacionados aos sete metais da forja sagrada (correlações da astrologia antiga) e justamente o raio planetário de Saturno, associado ao chumbo e à morte (a transformação/morte do chumbo em ouro através do mensageiro metálico, ladrão dos deuses, que rouba átomos e partículas do chumbo para convertê-lo em ouro…) sim, justamente a ponta de Saturno aponta para baixo, para o submundo, início da jornada do herói solar, Hércules, Quetzalcoatl, Orfeu, Cristo… que morre na descida para poder ressuscitar na ascensão, quando a humana personalidade de chumbo se torna a brilhante consciência renascida em ouro do espírito.
É preciso compreender todos estes mistérios via analogia.

Eis a mensagem de VITRIOL, a descida para o núcleo, a raiz do corpo-Terra, nosso mundo particular, e a pedra oculta ou fogo sagrado que se encontra no KUNDALINI… esta é a chama que vai alimentar todos os processos de metamorfose do humano mortal pecador em Filho de Deus imortal e perfeito.

Nosso corpo é mortal, mas a descida às profundezas do Inconsciente, onde vida e espírito dividem a mesma raiz, é o que nos permite reconfigurar toda a árvore da vida, que é este nosso corpo e mente, santuários da alma lutando pelo despertar da consciência. Porque essa árvore já foi imortal um dia, e a chave desta reativação está em elaborar o andrógino alquímico nas correntes da energia mental (atualmente defasada a partir dos dois hemisférios cerebrais). Essa raiz é o kundalini, chamada a semente da imortalidade enterrada nas profundezas do corpo, e que só pode germinar através do autoconhecimento e das chaves de operação alquímica, quando uma corrente de energia mental-nervosa em perfeita polarização lhe atravessar as fibras por inteiro.

Ela não só despertará como ascenderá e reedificará todo o templo do Espírito Santo, por ele e para ele, para um novo uso do proprietário, não você, mas Deus dentro de você. E se Deus nos transforma em Instrumentos da sua Vontade, faz todo sentido que Ele nos permita viver para sempre dentro de uma função do seu interesse e que só pode ser cumprida na Eternidade.

São coisas que a ciência ateísta e materialista da atualidade negam, inspiradas pela Mente do Inimigo, para que você nunca mais tenha acesso aos frutos da árvore da vida, que é a árvore renascida da alquimia e do autoconhecimento, perdendo todo o interesse numa coisa que ela fez você achar que é puro mito de povos ignorantes.

Na estrela do VITRIOL, Sol e Lua estão na parte superior, as duas polaridades do andrógino que derrota para sempre a foice de Saturno (morte) na ponta inferior da estrela, reunidas pela chave do binário contida no caduceu de Mercúrio.

Tudo isso é o que a ViÚva Isis, ou a Virgem Negra, guarda atrás das portas do Submundo, lá nas regiões do Inconsciente desconhecido, e que a jornada do autoconhecimento tem a função de revelar, envolvendo aí tremendas lutas contra si mesmo, contra o ego em todas as suas facetas monstruosas que a parte consciente desconhece e sempre esconde quando pode.

A Mão direita do Andrógino VITRIOL segura a tocha, o fogo sagrado, enquanto a mão esquerda segura o que parece ser um vaso ou tubo de vidro contendo mercúrio: fogo e água, enxofre e mercúrio, Sol e Lua, Yang-Yin, expressões que definem as correntes mentais-nervosas circulando em perfeito equilíbrio por todo o corpo e sistema nervoso, a chave para o despertar e ascensão do Kundalini, a renascida raiz da árvore da vida em nós.

Este é o Andrógino da Alquimia, e o primeiro movimento em sua direção acontece na descida (13, Saturno, morte) à raiz da Árvore da vida, quando o corpo e a mente devem sofrer um processo de morte consciente (dissolução) para que a raiz seja reconfigurada, e toda a árvore, em seguida.

Isso equivale a olhar nos olhos da Medusa, sem medo, e permitir que ela petrifique todas as nossas imperfeições, todos os nossos monstros ocultos, aqueles dos quais temos fugido todo este tempo e procurado esconder dos outros, de Deus, e pior, de nós mesmos.
Quem tiver medo jamais poderá entrar sob o primeiro arco das provas.
O Arco da morte mística.

Esse modus operandi existe em todas as escolas iniciáticas antigas, regidas pela doutrina autêntica, doutrina praticamente extinta no mundo moderno, que tudo transforma em filosofias materialistas.

Monalisa abre o acesso ao Umbral, à raiz do andrógino, ao reino de Plutão, e este nome se associa a riqueza, o que explica as fábulas da antiguidade sobre os tesouros ocultos custodiados por dragões e guardiões ferozes, e que poderiam ser encontrados somente pelos heróis de valor e coragem.
Querubins aos pares sobre a Arca, ou no Templo de Salomão, ou diante do portal do Éden, guardando o acesso a Árvore da vida.

A mão direita da Monalisa repousa suavemente sobre a mão esquerda, e não há qualquer tensão ou aperto entre elas, mas um encaixe perfeito, como o encaixe das metades do andrógino, solar sobre lunar, ativo sobre passivo.

E no meio de todo esse negrume sulfúrico de suas vestes (ou mortalhas), Vitríolo correndo sobre a matéria impura, eis que o leite mercurial da Virgem branca, sete vezes destilado, evapora em sua face, peito e mãos… trazendo a mensagem sutil de um renascimento (branco) a partir da morte (roupas escuras).

Então, a deusa revela o seu segredo de juventude e imortalidade ao sábio que soube procurar com paciência e fé pelo segredo maior da existência. É necessário, portanto, que o olhar intimidador da deusa guardiã afaste os tolos, os fracos, os covardes e os impuros da caverna da iniciação e seus tesouros dos quais não se fizeram dignos, pois esta é uma obra que convém aos sábios, e não aos tolos. Obra dos fortes e corajosos que não tem medo de olhar no espelho e enfrentar a face tenebrosa do ego dentro deles mesmos e lutar até a liberação, porque enquanto este ego esteja vivo, a ascensão estará impedida para a alma em conflito.

A morte foi um elemento plenamente explorado por Leonardo da Vinci em todos os aspectos: anatômicos, artísticos, alquímicos e metafísicos, a morte que ele tanto desejou desvendar e transpor, mas não conseguiu, ainda que a deusa Lis lhe tenha revelado algo de sua face por detrás do véu.

Isso demonstra que Monalisa pode ter muito da mãe de Leonardo, que ele venerava, mãe já falecida há muito tempo, quando ele criou Gioconda. Talvez uma necessidade premente de ressuscitar a mãe amada, venerada, pelos arcanos da magia alquímica…ao menos, mantendo-a sempre viva em suas memórias e em seus quadros, pelo poder da arte.

A Monalisa Gêmea

Descoberta recentemente no Museu do Prado, Espanha, ela é uma Monalisa de Leonardo pintada por um discípulo. Conservada no Prado desde 1666 (o que justificaria o número 666 assinado na obra?) se avalia que ela foi criada na Oficina de Leonardo ao mesmo tempo em que ele trabalhava na Monalisa original.

Como é sabido, a Monalisa de da Vinci recebeu camadas de pinturas por cima de um modelo inicial, e este modelo original pode ter então uma relação precisa com a Monalisa gêmea, a qual Leonardo teria modificado até que ela alcançasse o perfil final da sua Monalisa estilo viúva ou Virgem negra.

A paisagem rochosa e fluvial ao fundo não mudou praticamente, e nem mesmo a pose da modelo sentada, com os braços e mãos postas uma sobre a outra. Mas os detalhes ornamentais do muro contra o qual a dama espanhola aparece sentada, e que foram omitidas na Monalisa “oficial”, reforçam o código templário (duas colunas do Templo da iniciação), aliás, um código muito presente nas obras de Leonardo, sob diversas assinaturas, tal como vimos nas partes anteriores.

A técnica de Sfumato escureceu muito a Monalisa original de Leonardo, que supomos, tem muito em comum com a Monalisa gêmea, alterando também (e propositalmente) a sua fisionomia e expressão.

Na Monalisa espanhola, podemos ver outra assinatura templária interessante a código da Vinci em seu conjunto: a flor de Lis na borda da gola do seu vestido. Flor de Lis, dinastia merovíngia, as aparições de Maria, as Catedrais Notre Dame, os segredos do Santo Graal, enfim. A França da Ordem Templária, as catedrais Notre Dame no norte da França desenhando o Mapa da constelação de Virgem nas cidades assinaladas!

Como uma profecia erguida em pedra e vista das alturas no mapa da França, relacionada ao Apocalipse 12 consumado no céu e 23.09.2017.

A Monalisa gêmea usa roupas combinando preto e vermelho, além do véu branco de cobertura (Virgem velada, Isis e os mistérios da Iniciação), porém, tanto o vermelho como os véus brancos praticamente se dissolveram nos tons escuros da Monalisa “final” de Leonardo. Mas aquele dueto de cores da primeira, vermelho e negro, tem uma relação proposital e direta com a matéria-prima e o fogo sagrado, o ponto de partida da grande obra, mercúrio e enxofre.

E quando, na primeira fase que salta para a seguinte, o mercúrio negro se fizer branco pelo poder do enxofre, que se torna vermelho, isso quer dizer que os materiais da Obra estão prontos para a coagulação.

E a Pedra Filosofal resplandecerá!

“Eu sou Ísis, eu sou o que é, foi e será!
Nenhum mortal jamais levantou o véu que me cobre!”
(Mistérios do Antigo Egito)

Mas Leonardo desejou levantar esse véu e contemplar a face da Deusa, Isis, em cada retrato da Virgem Maria e de mulher que pintou.
E ambas as Monalisas estão com os véus descobertos e erguidos.

E talvez… a Monalisa espanhola seja o resultado da obra de dissolução e coagulação a partir da Monalisa oficial, aquela que deve morrer. Quando o negro se faz branco, quando o enxofre se torna vermelho, e quando a suavidade da juventude retorna ao rosto carregado de espectros da morte… uma pegadinha do Mestre?

De qualquer forma, é mais um local de seu trabalho onde encontramos o código dos gêmeos.

Salai

Mon Salai

O quadro mais misterioso de Leonardo da Vinci é, provavelmente, a retratação feminina (ou andrógina) do discípulo amado de Leonardo, Salai, talvez usado por modelo (e não Lisa de Gioconda, como defendem os historiadores da Arte).

Porque, primeiro porque “Monalisa” é um nome sem definição exata, porém, se encaixa perfeitamente no anagrama MON SALAI, isto é, Meu Salai.
Aparentemente, se refere a Madona Lisa (Mona, contração de Madona) e Lisa, nome da mulher supostamente retratada no quadro. Mas ha controvérsias sobre essa versão.

E, segundo, porque seu rosto lembra muito alguns desenhos e mesmo ensaios de pintura onde Leonardo retratou Salai (pseudônimo), cujo nome real era Gian Giacomo Caprottille.

Gian, João (em italiano) que foi pintado e desenhado em várias ocasiões na figura de João Batista e também usando Salai como modelo.

Dizer que um mestre tenha um discípulo amado e preferido não implica em paixão sexual ou ligação gay.
Naquela época, era comum que artistas adotassem pupilos e por eles devotassem algum amor de predileção.

Até porque o próprio Leonardo, em algum de seus cadernos, refere-se ao sexo como algo grotesco, da natureza animal do homem. Então, não acredito que seu amor por Salai tivesse contexto sexual envolvido. O mais certo aqui é que, como em todo o resto, Leonardo sublimou seus instintos em tudo, na arte e nos seus afetos.

O problema é que a consciência da humanidade moderna está sexualizada demais, e já não consegue separar um ideal de amor puro de desejos sexuais manifestados fisicamente.
A consciência moderna não está a altura de julgar o gênio de Leonardo da Vinci.

JP em 05.11.2020

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