Por décadas, cientistas têm debatido intensamente a questão de saber se um asteroide ou erupções vulcânicas massivas foram os responsáveis pelo fim da era dos dinossauros, ocorrido há cerca de 66 milhões de anos. Este evento resultou na extinção de aproximadamente três quartos de todas as formas de vida na Terra, incluindo todos os dinossauros que não evoluíram para pássaros, marcando o dramático fim do Período Cretáceo.
Agora, pesquisadores desenvolveram uma nova abordagem para determinar a verdadeira causa da extinção dos dinossauros: deixar que os computadores assumam a tarefa.
De acordo com os resultados deste esforço computacional, publicados na revista Science em 29 de setembro, a explosão massiva de gases resultante das erupções das Armadilhas Deccan parece ser a única causa capaz de explicar o evento de extinção. Essas erupções, que se estenderam por aproximadamente um milhão de anos, liberaram enormes quantidades de lava carregada de gases na região que hoje corresponde ao oeste da Índia.
O objetivo dos cientistas não foi abordar a questão com preconceitos, mas sim permitir que a evidência direta guiasse suas conclusões. Uma peça fundamental desse quebra-cabeça é a análise de núcleos de sedimentos oceânicos profundos, que contêm dados geológicos indicando explosões mortais de gases na atmosfera, incluindo dióxido de carbono (que contribui para o aquecimento global) e dióxido de enxofre (que acidifica os oceanos).
No entanto, a origem exata desses gases ainda era motivo de debate, pois poderiam ter sido resultado do impacto do asteroide, que incinerou rochas na superfície da Terra, ou das erupções das Armadilhas Deccan.
Diferentemente dos esforços anteriores que se concentraram em determinar o momento das erupções das Armadilhas Deccan, os pesquisadores adotaram uma abordagem que avaliou as emissões de gases em vez do fluxo de lava. Usando um modelo estatístico chamado “abordagem de Monte Carlo da cadeia de Markov”, eles calcularam a probabilidade de diferentes cenários de emissões de gases de várias fontes, convergindo para possíveis soluções à medida que os resultados das simulações se aproximavam das observações geológicas.
O que tornou esta abordagem especialmente poderosa foi o uso de 128 processadores diferentes para executar os cenários em paralelo. Isso acelerou significativamente os cálculos, transformando um processo que levaria anos em apenas alguns dias.
Os dados usados pelos pesquisadores foram coletados de três núcleos de sedimentos oceânicos, que abrangem um período de 67 a 65 milhões de anos atrás. Esses sedimentos contêm foraminíferos, microrganismos marinhos cujas conchas de carbonato registram informações sobre a química dos oceanos na época de sua formação. Isso inclui dados sobre as temperaturas globais passadas, a abundância de criaturas nos oceanos e a movimentação de carbono entre a atmosfera, o oceano e a terra.
As simulações computacionais concluíram que a quantidade de gases expelidos na atmosfera devido às erupções vulcânicas foi suficiente para explicar as mudanças nas temperaturas e no ciclo do carbono, como indicado pelos dados dos foraminíferos nos núcleos de sedimentos.
Em contraste, a análise sugeriu que o impacto do asteroide que formou a enorme cratera Chicxulub, no que hoje é o México, provavelmente não causou um grande aumento nos níveis de dióxido de carbono ou dióxido de enxofre.
No entanto, muitos cientistas permanecem céticos em relação a essas conclusões, argumentando que as conchas de foraminíferos podem não ser o indicador ideal para determinar as temperaturas antigas, já que a proporção de isótopos de oxigênio em suas conchas pode ser influenciada não apenas pela temperatura, mas também pela composição da água do mar. Portanto, diferentes proxies de temperatura poderiam levar a diferentes resultados sobre a liberação de gases.
Além disso, é importante notar que mesmo que o impacto do asteroide tenha liberado menos gases em geral, sua rápida liberação poderia ter tido efeitos devastadores, incluindo nuvens de fuligem e poeira que bloquearam a luz solar, induzindo um inverno glacial que afetou as plantas e os habitats.
Em resumo, embora esta pesquisa represente um avanço significativo no entendimento da extinção dos dinossauros, a questão complexa e de longa data ainda não está totalmente resolvida. As descobertas sugerem que as erupções das Armadilhas Deccan desempenharam um papel importante, mas o impacto do asteroide pode ter gerado consequências ainda mais mortais ao ambiente da Terra.
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Isso reforça e muito a cosmologia maia, que declarava que, a cada final de ciclo, o Sol entrava em hiperatividade, causando impactos violentos na Terra: ventos, fogo, dilúvio, vulcões.
E o fim da nossa civilização já foi inclusive determinado pelos maias:
4- CABAN (terremotos afundarão os continentes).
É esperar pra ver.
JP em 23.10.2023