Impossível chegar diante da Catedral de Colônia e não se surpreender com sua altura. Você vai olhando pra cima e seu pescoço vai dando torcicolo, porque parece que as extremidades de suas duas torres não chegam nunca!
Nem preciso dizer que esta é a principal atração a ser colocada na sua lista sobre o que fazer em Colônia, né mesmo? Ela está localizada bem no centro da cidade e ao lado da estação central, facilitando a começar o percurso do passeio próprio a partir dela.
Como a maioria das igrejas góticas, é imponente e majestosa. É conhecida como Kölner Dom, mas seu nome oficial é Igreja dos Santos Pedro e Maria – Hohe Domkirche St. Peter und Maria, em alemão.
É o monumento mais visitado da Alemanha não só por sua imensa altura, mas também porque abriga as relíquias dos Três Reis Magos, levadas de Milão para Colônia pelo Imperador Barba Roxa. Na verdade, a atual Catedral de Colônia, foi construída para guardar essas supostas relíquias. Hoje, a catedral é um famoso local de peregrinação e Patrimônio Mundial da Unesco.
Sua construção iniciou em 1248 inspirando-se na arquitetura da catedral de Amiens, na França, sobretudo no que diz respeito a planta e estilo. Por falta de verbas, os trabalhos foram interrompidos em 1530 e, somente em 1842, com dinheiro da corte prussiana (Colônia pertência a Prussia nesse período) e da população, deu-se continuidade com conclusão em 1880.
E o resultado final, foi, e é surpreendente, com suas torres de bem 157 metros de altura, é a segunda igreja mais alta da Alemanha, perdendo para aquela de Ulm (completada em 1890), e a terceira mais alta do mundo.
Quando você visitar a Catedral de Colônia, vai notar os andaimes em torno a ela. De fatto, já após poucos anos do término de sua construção, percebeu-se que o arenito com que ela foi construída, era muito sensível às condições meteorológicas. A poluição, as chuvas e os escrementos dos passáros, fazem com que, desde 1904, a “Dombauhütte” – a empresa de construção civil que no final 1800 completou a construção da catedral – esteja constantemente fazendo-lhe trabalhos de restauração, especialmente do lado externo.
Até mesmo os 20 milhões de pessoas que a visitam a cada ano criam problemas – aumentam a umidade no interior da catedral – e, assim, contribuem, involuntariamente, o custo de manutenção que chega a cerca de 10 milhões de euros por ano.
O interior da igreja, com planta em cruz latina, é composto por uma imponente nave central ladeada por dois corredores de cada lado.
Certamente, você vai notar os 1350 metros quadrados de vitrais com representações de imagens retratando as histórias do Velho Testamento. Destacam-se as cores branca, vermelha, azul e preta, respectivamente símbolos de pureza, amor, castidade e inocência, e punição eterna.
A Catedral de Colônia há numerosas obras de arte, mas a mais importante é a Urna dos Três Reis Magos (situada atrás do altar mor), que segundo a tradição, deveria abrigar os ossos dos Reis Magos. A Urna mede 1,10 m e tem 2,20 m de comprimento, é uma obra-prima da ourivesaria medieval (remonta ao século XII). É o maior sarcófago da Europa e é inteiramente coberto com prata folheada e centenas de pedras preciosas.
A “Schatzkammer” (câmara do tesouro) abriga relicários preciosos, instrumentos litúrgicos, manuscritos, paramentos e insígnias dos arcebispos e do clero, que vai do sec. IV ao XX.
A câmara do tesouro se encontra no lado norte da igreja (no transepto norte) e para visita-la precisa pagar.
Horário De Abertura Para Visitar A Catedral De Colônia:
De novembro a abril todos os dias das 6h às 19.30 (recomendo a verificar no site da igreja os horários para o período de natal, ano novo e carnaval)
De maio a outubro todos os dias das 6h às 21h
Site: koelner-dom.de
A entrada para visitar a catedral de Colônia é gratuíta, é possível fazer visita guiada de segunda a sábado em inglês ou alemão. O bilhete custa 7 euros
Horário de abertura para visitar a câmara do tesouro:
De janeiro a dezembro todos os dias das 10h às 18h (recomendo verificar os horários no site da catedral para o período de natal, ano novo e carnaval)
Bilhete: 6,00 euros
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Hoje, dia 6 de janeiro, é Dia de Reis (a tradição dos Reis Magos da Estrela de Belém)
(Imagem, o sonho dos reis magos, escultura da Catedral São Lázaro em Autun, França)
Celebrado no dia 6 de janeiro, o Dia de Reis é popularmente conhecido como o momento em que se encerram as celebrações natalinas e a árvore de Natal é desmontada. Porém, a data carrega consigo uma série de significados e é comemorada das mais diversas maneiras ao redor do mundo.
No calendário cristão, o Dia de Reis marca o momento que três reis magos do Oriente foram visitar o recém-nascido Jesus Cristo. Segundo o professor do curso de pós-graduação em Fundamentos da Educação Cristã da Universidade Mackenzie Ítalo Curcio, a data é conhecida também como dia da Epifania ou Teofania. “Isso quer dizer a revelação, chegada ou confirmação de que Jesus teria chegado”, afirma.
Na Bíblia, a referência sobre os três magos está no evangelho de São Mateus. O relato conta que dias após o nascimento de Jesus, magos guiados por uma estrela foram visitar e ofertar presentes para o recém-nascido.
O docente também conta que não existe uma especificação na Bíblia de serem “três” os reis magos, podendo ser até mais. “Como foram três presentes, existe essa inferência de que cada um trouxe uma oferta.”(muitos acreditam que houve um quarto rei).
Os três presentes têm um papel importante na celebração. De acordo com a narrativa cristã, Deus provê para os seus fiéis sempre que precisarem. Assim, as ofertas dos reis magos eram parte dessa provisão divina. De acordo com Curcio, os presentes foram ouro, incenso e mirra, um óleo muito valioso usado para embalsamar mortos. Sendo que o ouro e a mirra foram essenciais para a sobrevivência dos pais de Jesus quando, para proteger o recém-nascido, fugiram para o Egito.
No entanto, o professor acredita que a tradição do feriado, por mais que tenha alusão a uma passagem bíblica, nasceu na Idade Média. Segundo ele, no Novo Testamento não existe a palavra “reis” para se referir aos visitantes. “Existia uma tradição medieval de usar a expressão “reis” para se referir a magos, e pode ter surgido desse uso.”
No século 7, um autor chamado São Beda, escreveu sobre a passagem dos reis magos. Segundo Ítalo, São Beda registrou que os homens que visitaram o menino Jesus seriam persas e praticantes da religião “zoroastrismo” e, provavelmente por isso, surgiu o uso da palavra “magos”.
As tradições da comemoração do Dia da Epifania e da noite de Natal se misturaram ao longo dos séculos. Por exemplo, a troca de presentes acontecia no Dia de Reis, quando de fato os reis magos presentearam o recém-nascido e não na noite de Natal. Por estarem em datas muitos próximas, os hábitos foram se alterando ao longo dos tempos.
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A Bíblia relata muito pouco sobre os reis magos.
O único relato consta em Mateus 2
“E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém,
Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.
E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.
E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo.
E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta:
E tu, Belém, terra de Judá,De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá;porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel.
Então Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera.
E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.
E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.
E, vendo eles a estrela, regoziram-se muito com grande alegria.
E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.
E, sendo por divina revelação avisados num sonho para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.”
Mateus 2:1-12
Na verdade, não fala nem que eram reis, e nem que eram três, e muito menos os seus nomes (Melquior, Baltazar e Gaspar).
Essas histórias foram agregadas pela tradição cristã dos séculos, talvez em função de escritos apócrifos.
O que sugere que poderia haver até um quarto rei (algo que muitos filmes já ilustraram).
O que se sabe é que eram MAGOS, talvez astrólogos, que calcularam A NOVA ESTRELA… se bem que a Estrela de Belém, o que ela realmente foi, é ainda algo mais misterioso que a própria identidade dos magos que a seguiram até Belém…
JP em 06.01.2022