Ao menos, o Sol no centro do sistema solar, ele codificou na sua Última Ceia, isso antes das publicações de Copérnico e Galileu Galilei sobre o assunto.
Argumentos filosóficos do heliocentrismo envolvem declarações genéricas de que o Sol, orbitado por alguns ou todos os planetas, está no centro do Universo, e os argumentos que sustentam essas alegações. Essas ideias podem ser encontradas em textos sânscritos, gregos, árabes e latinos. Poucas destas fontes originais, entretanto, desenvolveram alguma técnica para calcular qualquer consequência observacional de suas ideias heliocêntricas.
A primeira pessoa entre os gregos antigos a apresentar um argumento para o sistema heliocêntrico, entretanto, foi Aristarco de Samos (c. 270 a.C.). Como Eratóstenes, Aristarco calculou o tamanho da Terra, e mediu tamanho e distância da Lua e do Sol, em um tratado que sobreviveu à passagem do tempo. A partir de suas estimativas, ele concluiu que o Sol era seis ou sete vezes mais largo que a Terra e portanto centenas de vezes mais volumoso.
Seus escritos sobre o sistema heliocêntrico se perderam, mas alguma informação é conhecida a partir de descrições que sobreviveram e de comentários de críticos contemporâneos, como Arquimedes.
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E como Leonardo da Vinci era adepto do Hermetismo de Platão, não me estranharia o fato de que ele assumisse o Sol como centro do nosso sistema, diferente de como pensava e ensinava a Igreja de sua época.
Àquela época, o matemático e astrônomo polonês Nicolau Copérnico foi o primeiro a apresentar um modelo matemático preditivo consistente e completo de um sistema heliocêntrico. Ainda sem a acurada precisão e um pouco confuso, contudo, o modelo de Copérnico foi mais tarde reestruturado, expandido e aprimorado por Johannes Kepler.
A explicação física causal para o modelo de Kepler foi fornecida por Isaac Newton via lei da gravitação universal, sendo o modelo então estabelecido de grande valia até hoje.
A teoria do modelo heliocêntrico, a maior teoria de Copérnico, foi publicada em seu livro, De revolutionibus orbium coelestium (“Da revolução de esferas celestes”), durante o ano de sua morte, 1543. Apesar disso, ele já havia desenvolvido sua teoria algumas décadas antes.
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É provável que Leonardo da Vinci tenha entrado em contato com essas teorias.
Isso porque ele realizou a Última Ceia entre 1495 e 1498, décadas antes das primeiras publicações “oficiais” surgirem.
Além disso, ele tinha contato com as fontes do conhecimento dos antigos gregos, o que está demonstrado em inúmeras obras suas.
Basta analisar a sua Última Ceia.
A primeira expressão de uma teoria heliocêntrica ali codificada parte da analogia entre Cristo e os doze apóstolos com o Zodiaco e os doze signos, com Jesus Cristo no centro da mesa, representando o Sol central.
Além do contexto pagão de Cristo associado a uma divindade solar (como Mitra, Apolo, Rá e outras divindades antigas) temos, representado no teto da cena, um quadrilátero de 6×6 compartimentos iguais, que é exatamente o modelo de um quadrado mágico do Sol.
Quadrados mágicos eram associados aos planetas e aos seus anjos tutelares, espécies de instrumentos teúrgicos usados para a invocação dos Anjos.
E o Segundo Sol, onde apareceria?
Uma primeira pista está no apóstolo Tiago Zebedeu, pintado à esquerda de Cristo (à direita da pintura), abrindo bem os braços e se impondo em seu questionamento. Ele é, entre os doze, o apóstolo com traços mais semelhantes ao de Jesus Cristo, e na simbologia zodiacal, ele ocupa o signo de Leão, cuja regência astrológica é exatamente o Sol.
Uma segunda pista está bem do lado de Tiago apóstolo: o apóstolo Tomé, aquele que ergue o dedo indicador para o alto (o código Hermes). Isso porque o nome Tomé, do hebraico TUMIM, significa GÊMEOS, ou conforme o contexto:
“O Gêmeo”!
Ora, se Leonardo claramente ilustrou em Jesus Cristo uma divindade solar, e colocou ao seu lado um sósia na posição de Leão, o Sol, porque colocaria o Gêmeo Tomé exatamente entre o Sol central Jesus e o Segundo Sol, Tiago, abrindo seus braços, como raios brilhando em sua presença?
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Quanto mais eu estudo Leonardo da Vinci, mais eu me assombro com a sua clarividência científica!
O gênio de Leonardo da Vinci é realmente muito maior do que imaginamos…
JP em 29.10.2019