Manuscrito apócrifo traz outra explicação sobre o motivo pelo qual Judas beijou Cristo
Em 1910, uma coleção de manuscritos cópticos foi encontrada por acaso perto das ruínas do mosteiro de São Miguel Arcanjo do Deserto, perto de Al Hamuli, no Egito. Os textos teriam sido enterrados no local por monges durante o século X. Um dos fragmentos, traduzido apenas em 2013, trazia uma informação controversa a respeito de Cristo: Jesus seria capaz de mudar de forma.
Jesus metamorfo
O antigo manuscrito, escrito em nome de São Cirilo de Jerusalém, teólogo que viveu durante o século IV, conta parte da história da crucificação de Jesus com episódios apócrifos, alguns dos quais eram desconhecidos. O texto foi traduzido pelo pesquisador Roelof Van den Broek, da Universidade de Utrecht, na Holanda. Uma das passagens explica de modo diferente dos Evangelhos o motivo pelo qual Judas beijou Jesus na hora entregá-lo.
De acordo com o texto apócrifo, a razão pela qual Judas beijou Jesus foi porque Cristo tinha a habilidade de mudar de forma, ou seja, era um metamorfo.
“Então os judeus disseram a Judas: Como vamos prendê-lo [Jesus], pois ele não tem uma única forma, mas sua aparência muda. Às vezes ele é rosado, às vezes ele é branco, às vezes ele é vermelho, às vezes ele é cor de trigo, às vezes ele é pálido como ascetas, às vezes ele é um jovem, às vezes um velho”, diz o manuscrito.
Ainda segundo o manuscrito, Judas diz aos seus cúmplices que beijaria Jesus como forma de identificá-lo, pois poderia reconhecê-lo caso ele mudasse de forma. Segundo Van den Broek, essa interpretação pode ser encontrada em textos ainda mais antigos.
“Esta explicação do beijo de Judas é encontrada pela primeira vez em Orígenes (um teólogo que viveu entre 185-254 d.C.)”, escreveu o pesquisador. Na obra “Contra Celsum”, Orígenes dizia que “para aqueles que o viram (Jesus), ele não parecia igual a todos”.
O texto apócrifo traz outras passagens que contradizem a Bíblia. O manuscrito diz que Pôncio Pilatos, o juiz que autorizou a crucificação de Jesus, jantou com Cristo antes de sua crucificação. Nessa ocasião, ele ofereceu que seu próprio filho fosse sacrificado no lugar de Jesus, diferentemente do episódio que aparece nos Evangelhos canônicos.
(History Channel)
E ainda tem gente que insiste que Jesus era de uma cor determinada ou uma aparência determinada, tudo por causa desses estúpidos esboços científicos e inteligências artificiais procurando modelar o rosto de Cristo a partir de judeus comuns de sua época.
Como se o Filho de Deus fosse comum.
Mas não adianta, o entendimento comum é cego ao conhecimento incomum.
Mesmo com tudo escrito sobre a pessoa humana e divina altamente incomum de Jesus Cristo, a cultura moderna insiste em retratá-lo como homem comum, que casou, teve filhos e morreu.
A mente que nasceu para carreira de vela jamais contemplará o farol solar.
JP em 22.04.2023