O fenômeno do despertar da consciência ocorre quando expandimos as nossas percepções mentais para além das fronteiras dos cinco sentidos, e com os novos dados recolhidos na fonte das realidades superiores, como “testemunhas oculares”, vamos então construindo uma nova consciência com base nessas informações recolhidas de forma experimental objetiva, até mesmo dentro de uma postura altamente científica, diferente das formas subjetivas e indiretas de construção de conceitos existentes, seja por meio de livros ou pelo ensino de terceiros.
O papel dos mantrans nas práticas mentalistas são como o de ferramentas de expansão das faculdades sensoriais, como aberturas estreitas de uma casa que vamos aumentando, e com isso, fazemos mais luz entrar no ambiente interno da casa, que se torna mais claro e iluminado.
Os budistas falam no tempo mínimo de 108 invocações do mantra para que ele comece a fazer efeito, o que ilustra bem o exemplo da mola mental sendo esticada.
O problema é que nossa mente tem uma resistência muito grande às novas percepções, e a menos que trabalhemos duramente a respeito, o cérebro se comportará como uma mola elástica, que tende a voltar à posição original quando procuramos esticá-la. E os pensamentos dispersos são justamente essa resistência cerebral aos estados de concentração e serenidade mental como meios ideais de expansão de percepções.
Então, é assim que funciona quando tentamos desenvolver os poderes da mente, ela vai oferecer resistência no princípio às novas percepções, mas como é elástica, haverá de se expandir com o tempo e a prática correta. A menos que insistamos nisso, a tendência da mola esticada é sempre voltar à sua posição original.
É um tipo de trabalho que deve ser contínuo para mostrar resultados com o tempo.
Todo tipo de prática que sirva para esticar a mola mental de sua posição original de crenças, conceitos e limitações, será uma ferramenta valiosa no trabalho de construção de consciência.
Assim, não existe iluminação instantânea nem despertar da consciência automático.
Como tudo nessa vida, o que existe é um propósito como semente e um trabalho como cultivo, para que a iluminação venha como colheita no seu devido tempo.
JP em 26.01.2020