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Entre a Religião e a Espiritualidade, uma ponte

Entre a Religião e a Espiritualidade, uma ponte

Vamos considerar duas citações fundamentais dos ensinamentos de Jesus Cristo:

  1. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
  2. Conhecei a Verdade, e a Verdade vos libertará.

Para um religioso comum, basta aceitar o nome de Jesus e frequentar uma igreja qualquer para estar contado entre os salvos.

Mas para um espiritualista consciente, a necessidade de uma transformação interior profunda com base nos ensinamentos do Mestre Maior é a única forma de conquistar a salvação da alma pela intercessão de um Messias, tudo a partir da realização plena daquela Verdade na vida de quem realmente se redefine todos os dias como pessoa a partir dessa Verdade compreendida, fazendo dela o seu caminho de vida.

Porque a mais alta espiritualidade jamais percorre caminhos individualistas, o que pode ser facilmente manifestada por um ego místico qualquer. Quando falo em um intercessor, falo da necessidade de um mestre, um instrutor, um guia, até porque ninguém nasceu sabendo e nem desperto.

Todos somos atirados adormecidos neste mundo, e a medida que vamos entrando em contato com os melhores ensinamentos destes valiosos mestres da humanidade, a nossa própria espiritualidade adormecida começará a acordar.

Então, a mais elevada individualidade espiritual sempre tem como ponto de partida a intercessão de um espírito superior a lhe guiar, quer presencialmente, quer a partir de seus ensinamentos.

Messias significa UNGIDO, isto é, um espírito elevado assinalado pelo próprio Deus Pai para cumprir missão de resgate na Terra, e o resgate de almas começa exatamente no resgate da ignorância destas mesmas almas através de um ensinamento consciente e direcionado com um propósito maior.

Porém, religião olha na casca, e por isso, constrói crenças para se apoiar, colocando suas esperanças em salvadores mas sem qualquer esforço de transformação interior de sua parte, enquanto a espiritualidade olha na essência, e captura a verdade transformadora que, com sabedoria, conquista aplicar em sua própria vida.

Entre a Religião e a Espiritualidade existe uma ponte, porque nem todo mundo ainda está pronto para a revelação da Verdade em níveis superiores, começando então os seus primeiros estágios de despertar em alguma religião.

Jesus mesmo disse aos apóstolos, antes de partir, que existiam VERDADES que eles não estavam preparados para ouvir.

Assim, à medida que o despertar acontece gradualmente, a ovelha negra se separa do rebanho de ovelhas brancas, e sua religião passa a ser a verdade que compreende de Deus, do mundo e da vida, tentando incorporá-la em seus caminhos de reintegração.

Religiões se tornam necessárias para aquelas almas ainda muito inocentes, num plano inferior de consciência e que nada pode entender além da linguagem do castigo e da premiação, exatamente como uma criança pequena sendo educada pelos pais.

Agora, só porque alguém se tornou universitário, terá o direito de ridicularizar o valor do aprendizado fundamental que ele já superou há tempos? Não funciona assim.

Religiões serviram para limitar o mal inerente da alma humana. Mas todas elas perdem o valor diante do fanatismo. Esse é o grande inimigo das religiões, e não somente delas, mas de todos os assuntos de natureza humana onde a paixão e a idolatria substituem o bom senso.

Como a política, por exemplo, a nova religião da humanidade.

A definição original do termo RELIGIÃO vem do latim RELIGARE, que significa unir o menor ao maior, o humano ao divino, o individual ao coletivo, o EU ao TODO.

E nesse sentido, o termo continua sendo perfeito para definir ESPIRITUALIDADE.

O verdadeiro espiritualista não critica ou debocha das religiões antigas, apenas procura compreender os seus necessários mecanismos em um planeta de consciência média muito baixa, ainda em processo rudimentar de aprendizado pelo qual ele mesmo já passou um dia.

JP em 20.05.2024

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