Do Paraíso ao Reino, a vitória de Cristo
E para começar o entendimento de tudo isso, uma passagem importante dos evangelhos: a crucificação do bom e do mau ladrão.
“E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.
Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?
E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.
E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.”
Lucas 23:39-43
Notem que a referência dada por Cristo ao bom ladrão não é a salvação de sua alma nos céus, mas sim, no paraíso, que assume outro contexto dentro das equivalências bíblicas: porque o Paraíso é aqui mesmo, na Terra. E não no céu.
Ou era, quando falamos do Éden original onde a humanidade foi criada. O que temos é que o Paraíso nunca deixou de existir, se tornando uma DIMENSÃO PARALELA intocável (a quarta dimensão) de tal modo que as espadas dos querubins guardiões são, na verdade, chaves de abertura de portais.
Tanto o Reino como o Paraíso são referências às dimensões perfeitas deste nosso mundo, e não dos céus, das quais guardam relações de espelho.
Isso quer dizer que, de alguma forma, Jesus garantiu a ressurreição do bom ladrão (como a sua própria) naquele pequeno concerto que ambos fizeram durante a crucificação, após a sua purificação (o simbolismo da cruz, o INRI purificador dos pecados).
No caso, para o bom ladrão, e não para Cristo, que era inocente, segundo a própria declaração do ladrão que, ao lado dele, reconheceu seus erros e lhe rogou por uma segunda chance.
Já o destino do mau ladrão foi outro, porque os dois ladrões representam como os pecadores reagem diante da Doutrina de Cristo: aceitação e mudança, ou rejeição do ego pecador.
Portanto, Paraíso e Reino são expressões relacionadas com este planeta, e não com as moradas superiores nos altos céus.
Gan Éden (Jardim do Éden)
Malkut (Reino)
Do Paraíso ao Reino, os caminhos da Providência Divina atuaram para entregar a Cristo o domínio completo.
Tanto que, no Paraíso, o governo foi dado a Adão, homem (ou humanidade) ainda inocente, e por essa razão, sucumbiram ao poder do tentador, a serpente original (no sentido negativo) que trouxe ruína, sofrimento e morte ao gênero humano, aquela parte de humanidade que foi expulsa do Éden (porque outra parte permaneceu ali, até os nossos dias).
Como se trata de uma dimensão paralela, não podemos vê-la, contudo, sistemáticos contatos são realizados com aqueles seres desde então, todos estes contatos que passam para o departamento dos mistérios da humanidade.
Do Éden ao Reino, a diferença toda está no governo de Cristo, que ele passa a assumir conforme os eventos proféticos do Apocalipse se materializem na nossa linha do tempo.
E já estamos sobre eles.
A diferença entre Paraíso (Éden) e Reino é que o Paraíso era ocupado por uma humanidade inocente e vulnerável, mas o Reino, na Unidade de consciência crística, será blindado contra todo o mal, poderoso e eterno.
O termo para Reino é MALKUT, que na verdade é um termo plural de MLK (reino)>
Malkut significa, portanto, REINOS.
Identificado como um Reino múltiplo, com lideranças espirituais sob o governo único de Cristo. Aliás, esse governo único tem sido desenvolvido na Terra por uma série de tiranos que deixaram seu rastro de sangue na História.
Contudo, trata-se de uma sombra da Nova Ordem Mundial, cujo ensaio se arrasta por séculos, milênios, e que agora se torna possível por causa da nova arma que a Ordem, hoje, possui, mas não possuia no passado,
a Tecnologia.
A própria oração do Pai Nosso insere a petição do Reino:
VENHA A NÓS O VOSSO REINO.
Isso significa que o REINO IDEAL em Cristo ainda não existe, e o Paraíso Perdido ainda espera pela vitória final de Cristo para elevar-se ao plano do REINO perfeito de Deus na Terra, tal como é nos amplos céus.
Passagens do Apocalipse deixam isso absolutamente claro:
“E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.
E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus,
Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste.”
Apocalipse 11:15-17
Nesta passagem, a expressão REINOS, que se agregam ao poder único de Cristo, e sob sua regência, se torna reino perfeito pela Eternidade, reunindo agora todos os redimidos de Cristo, aqueles que, no mundo antigo e moderno, se comportaram como o BOM LADRÃO diante dele no reconhecimento de seus erros, arrependimento e conversão, e não como o MAU LADRÃO, ego que procura justificar sua maldade em tudo.
O Paraíso ainda não estava completo, e notem, Deus não colocou ali para reinar, mas para CUIDAR do seu Jardim. E como ainda havia imperfeição na natureza humana, o drama do Éden veio a ser a causa de todo esse movimento bíblico preparando os caminhos para Jesus Cristo, o Filho Unigênito.
O Paraíso foi o ALFA da experiência humana na Terra, lá no primeiro livro do Testamento, o Gênesis, e ainda espera pelo ÔMEGA da mesma experiência que, hoje, alcança o tempo das profecias do Apocalipse, até que o Reino (Terra transformada) passe para o governo de Cristo.
E de forma bastante significativa, juntando as duas extremidades da Bíblia, o Alfa do Paraíso (Gênesis) e o Ômega do Reino (Apocalipse) e somando os capítulos de um e outro, 50 do Gênesis e 22 do Apocalipse, temos 72, a assinatura da Estrela Pentagrama (Vênus), número-mestre da Cabala.
E não estão as medidas do Reino (no arquétipo da Cidade Celestial do Apocalipse 21) cifradas em 144, que é o dobro de 72?
Este Reino que vai expressar uma unidade de consciência e poder entre Cristo e a humanidade redimida, quando todos se tornarão embaixadores e sacerdotes em sua presença.
E enquanto o capítulo 21 do Apocalipse fala da reedificação, o capítulo 22 termina falando do Reino maravilhoso da luz que nos aguarda, após a grande purificação planetária.
Reino pluralizado que também irá comungar com os outros reinos planetários do infinito céu, na unidade do Amor consciente, a grande Lei.
Quem poderia imaginar tamanha glória?
Glória pela qual valerá a pena toda espera e sacrifício…
“Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro,
no meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que dá doze colheitas, dando fruto todos os meses. As folhas da árvore servem para a cura das nações.
Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão.
Eles verão a sua face, e o seu nome estará em suas testas.
Não haverá mais noite. Eles não precisarão de luz de candeia nem da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão para todo o sempre.”
Apocalipse 22:1-5
JP em 20.01.2024