A Lei Divina não tem esquemas, manobras e arranjos. Julga toda criatura não por seu status ou dinheiro, mas por suas ações. E paga sempre o justo.
A Lei Divina não tem falta de memória para arquivar crimes e torná-los esquecidos da opinião pública. Sua memória é eterna, e sua cobrança, no devido tempo.
A Lei Divina não pode ser comprada ou manipulada. Ela não é cega, como se crê, mas têm olhos bem abertos para ver as ações por dentro e por fora, tanto os atos como as intenções dos atos, por mais ocultas que sejam. E julga conforme as duas situações desnudas diante dos seus olhos, ações e intenções.
No Tribunal da Lei Divina não existem necessidades de provas e testemunhas para arrancar confissão de crime, já que, no dia do julgamento de alguém, toda a sua vida é exibida perante os Juízes, como um filme que se desenrola, com todos os detalhes, coisas que nem a pessoa se lembra mais… portanto, a Lei Divina não julga sobre argumentação de advogados ou provas limitadas: ela julga sobre a própria vida de ações e intenções demonstrada detalhadamente diante dos Juízes.
A Lei Divina não mede as pessoas por aparência ou poder social, mas pela qualidade de alma demonstrada nos frutos de suas mãos.
A Lei Divina não precisa de advogados para tentar defender os culpados, ou promotores para tentar acusar os inocentes. Ela faz exatamente o contrário, e seus advogados nunca tentam distorcer os fatos perante os Juízes, e sim, suavizar as penas diante do réu confesso. Afinal, é impossível aos réus esconder diante dos seus olhos tanto os atos como as intenções por trás dos atos.
Nas mitologias antigas, por exemplo, egípcia, Osíris é o Grande Juiz, e Anúbis, o medidor da Balança, enquanto Toth é o escriba e Ísis, a advogada e intercessora (numa interessante relação com Cristo-Juiz e Nossa Senhora e Virgem Maria intercessora).
Naquele tribunal, a deusa MAAT (nome que significa Mãe) é a Verdade-Justiça, ou seja, ela representa que é IMPOSSÍVEL realizar qualquer Justiça se, antes, toda a Verdade não seja apresentada diante dos Juízes, doa a quem doer, seja o réu um Anjo ou um homem comum, um rei ou um plebeu, um pobre ou um rico. Ela não julga por status ou aparência, mas por atos e intenções.
É tão forte esse argumento do OLHO QUE TUDO VÊ associado ao grande Tribunal da Lei que, nas cosmogonias dos sábios, ele foi situado no oitavo céu, na constelação de Órion, a constelação de Osíris, ao lado de Sirius-Isis, a estrela da esperança, a luz intercessora da Virgem Mãe, Ísis, assimilada no cristianismo por Maria.
O oitavo céu é governado pelos OFANIM (Auphnim), nome hebraico que significa RODAS, e estas rodas estreladas eram como Olhos do Universo, girando e iluminando tudo, cuja visão tinha o poder de olhar por dentro e por fora de todas as coisas criadas.
É inútil, portanto, para o réu, tentar simular, mentir, fingir loucura, esquecimento, incapacidade, ausência de culpa, ou qualquer outra manipulação do ego não querendo assumir o que fez, diante do Tribunal da Lei Suprema, porque todos os Olhos do Universo, feitos de pura Luz consciente, estarão voltados para ele, e dissecarão até as entranhas da sua alma, sondando não só todas as suas ações, em cada detalhe, como cada intenção, pensamento e desejo que atravessou o seu coração no instante exato e antes de cada ato cometido.
Portanto, é ingênuo o pensamento que crê que pode escapar da Lei Suprema, escondendo como pode os atos condenáveis de suas mãos, tentando atirá-los para debaixo do tapete ou do esquecimento.
Porque Deus jamais esquece.
Os homens podem até esquecer, e transformar demônios em santos, e vice-versa, e cultuá-los como deuses, mas tal situação só é prolongada pelo Pai de todas as luzes enquanto sirva de lição para os seus filhos. Uma vez concluído o processo, Ele intercede e o culpado cairá imediatamente, debaixo do fulminante raio da Justiça Cósmica.
Sendo Justa, a Lei é Misericordiosa, e antes de aplicar medida rigorosa, oferece mil oportunidades de arrependimento aos réus. Todos os réus são confessos perante o Criador. Não existem advogados do Diabo e nem Promotoria de acusação de inocentes. O que existe é a Lei Maior recolocando todas as coisas no seu devido lugar, recompensando as boas ações e punindo os crimes, com o devido peso, medida e retorno.
Deus não julga por simpatia, acepção pessoal, aparência, status, riqueza, nada disso. Quem julga dessa forma é o mundo dos homens, que tem olhos adormecidos, voltados somente para o lado de fora das coisas.
Deus não pode ser convencido por lábia, discursos, estratégias e justificativas do ego, esse réu eterno do universo, desordeiro conhecido dos deuses que sempre traz problemas nos lugares onde se instala.
Naquele Santuário da Balança Cósmica, o orgulho e a resistência em reconhecer a culpa funcionará como um martelo enterrando ainda mais fundo os crimes, enquanto que a postura humilde e arrependida suaviza bastante a culpa assim reconhecida quando a consciência começa a curar a si mesma sem a necessidade da Lei Maior aplicar os remédios que o orgulhoso recusa-se a tomar…
De modo que a Justiça divina não pode ser comprada e nem vendida. A Balança da Lei Maior está plantada no centro do Universo, ela é o coração de todas as coisas, e todo o Universo vivo e consciente flui através de seu eixo central, e esse fluxo de tudo o que existe é regulado pelo movimento de seus dois pratos, sempre corrigindo os excessos e trabalhando para colocar as coisas em ordem.
Não há uma só alma, uma só vida e um só pensamento que não atravesse, neste exato momento, o coração da Balança de Deus, plantada no centro do Universo!
Quanto mais uma alma negue ou fuja da culpa, mais ela será confirmada perante a Justiça Divina, demonstrando, de forma simples, que aquela alma está longe do amadurecimento da consciência que começa com o arrependimento, prisioneira que ainda é da própria ignorância do EU: e assim procedendo, é a própria alma que julga a si mesma com tal conduta ainda agarrada ao lado errado das coisas.
Ela é a maior força que existe, nada pode contra ela, e se todas as espadas dos Anjos têm uma chama de poder inigualável, que todos saibam que essas espadas estão a serviço incondicional da Lei Maior, contra a qual não há argumentação ou apelação, nem segunda, terceira, quarta e enésima instâncias de advogados tentando provar que o culpado é inocente.
Porque, se assim agissem perante o Juiz do céu, os advogados se tornariam igualmente culpados por tentar transformar um culpado em inocente.
Ninguém brinca com a Lei Divina sem pagar um alto preço.
E para todos os que acham que, neste mundo tenebroso em que estamos, não existe Lei Divina, e Deus se esqueceu de cobrar pelos crimes da humanidade, não se enganem: Ele está apenas esperando que todos nós possamos aprender como funciona a Lei do Universo, para que possamos nos apresentar diante dela, puros, simples e verdadeiros, sem tentar ludibriar a mais Alta Inteligência do Universo com as artimanhas do Ego, o que complicaria nossa situação.
Se o Juízo Final está demorando tanto, é para que nós tenhamos a chance de nos julgar a nós mesmos diante da verdade e da justiça de nossa própria consciência, eliminando assim rapidamente os erros e as culpas que, se carregadas depois da morte, complicariam a nossa situação do outro lado.
A longa espera da Justiça sobre a Terra é para que todos tenham a chance de calibrar as suas consciências conforme o peso, a medida e a regra da Balança do Pai. Porque, se aprendermos a julgar a nós mesmos, encontrando dentro de nós aquela Balança em nossa consciência, encurtamos o caminho dos Juízes do Universo ao consertar o pavio da nossa lâmpada e equilibrar os pratos da nossa Balança interior.
Por essas e por outras é que podemos contemplar a Magnificência do Pai e dizer:
Realmente, Deus é bom.
E o ser humano não merece (ainda) o Seu Amor…
Se o termo INVENCÍVEL pudesse ser aplicado a alguma coisa, seria certamente à LEI DIVINA e sua Justiça!
O que significa que, se andarmos ao lado dela, seremos igualmente invencíveis!
JP em 27.08.2019