Primeiramente, uma sinopse sobre as grandes mães bíblicas (biblicas porque nos permitem a análise cabalística).
- Raquel
Ela foi a mãe dos dois ultimos filhos de Jacob, aqueles que completaram o circuito de descendência das doze tribos de Israel.
Mãe do grande José, o filho mais importante dessa linhagem de Jacob, e de Benjamin, o caçula, onde ela veio a morrer (de parto).
O nome de Raquel (RChL) significa “ovelha” e, por extensão de significado, mulher “mansa”, “pacífica”
O valor do seu nome é RChL 238, que soma 13 (Arcano da morte) e ela realmente, como ovelha mansa, se sacrificou a dar luz ao último filho da coroa de doze estrelas da descendência de Israel (as doze tribos, os doze filhos de Jacob).
Aqui, o conceito de mãe e sacrifício se vinculam, o que não foi diferente com outras duas mães destacadas.
Jocabed, mãe de Moisés (Velho Testamento) e Maria (Miriam), mãe de Jesus Cristo (Novo Testamento).
2. Jocabed
IOKBD, “Glória de IHVH”, ou “Honrai IHVH”, o Senhor.
Valor cabalístico: IO + KBD = 16 + 26 = 42.
Note que o termo KBD (KaBeD) vale 26, o exato valor do Nome Sagrado IHVH, ou seja,
IHVH = KBD.
Outra conexão fantástica?
O termo KBD também significa Honrar, e ele aparece no quarto mandamento bíblico, “Honrai Pai e Mãe”, e é o único entre os dez que NÃO APARECE NA CONDICIONAL NEGATIVA (não matarás, não roubarás, etc), e ainda acrescenta:
“Honrai teu pai e tua mãe … para que você tenha longevidade de dias na terra que teu Deus lhe há de dar”!
IOKBD pode significar, nessa relação, HONRAI IHVH (na qualidade de nosso Pai espiritual, que elegeu nossos pais humanos como sombra de sua realidade divina, e faz do amor aos pais um ensaio para o amor a Deus, porque se um filho não é capaz de honrar seus pais, poderá honrar a Deus na mesma qualidade?)
Sei que muitos reagem dizendo:
“Mas meu pai nunca prestou, minha mãe fez mal aqui e ali…como posso honrá-los?”
Respondo sempre com outra pergunta:
“Se tudo é lei da atração, pergunte-se a si mesmo:
Por que tive que nascer deste pai ou desta mãe?”
Prosseguindo,
Jocabed foi uma mãe surpreendente que, no ápice da loucura do Faraó do Egito (época da servidão de Israel) diante de um decreto do Faraó para assassinar os primogênitos de Israel, ela coloca o bebê Moisés num cesto e o lança no rio Nilo, premeditando com isso que ele fosse encontrado pelas mulheres egípcias, para ser por elas adotado (como que seguindo uma premonição materna).
Ela, que também era escrava no Egito, tinha outros dois filhos mais velhos, Aarão e Miriam. E Miriam a ajudou em tudo nessa tarefa de salvar a vida do irmão, e cuidar dele no tempo em que foi adotado pelas egípcias.
Então, Moisés cresceu e o resto da história, sabemos. Libertou o povo de Israel por meio de dez pragas, e se a décima e derradeira praga foi a morte dos primogênitos do Egito pelo Anjo exterminador, o Faraó não tinha que reclamar quando os primogênitos do Egito cairam mortos, inclusive o seu próprio filho, o príncipe.. já que seu pai tinha feito a mesma coisa no passado com os primogênitos de Israel.
Assim, ele ficou aprendendo naquele dia alguma coisa sobre Karma, atração e retorno das ações.
3. Maria
Pois bem, temo agora a mãe Maria, mãe de Jesus, que nasceu num ambiente parecido com o de Moisés, quando Israel era governada por um tirano (o rei Herodes) que, com medo da profecia da estrela de Belém sobre o novo rei, também deu ordem para matar os meninos primogênitos de Israel, o que motivou inúmeras vigílias da Virgem Maria e fugas para o deserto para proteger seu filho predestinado.
Curiosamente, o nome Maria é o mesmo nome Miriam, da irmã de Moisés, transposto ao aramaico.
E, para fechar as conexões cabalísticas na Bíblia dentro de um harmonioso contexto, temos o Apocalipse 12, quando uma Mulher sagrada de coroa de doze estrelas (doze tribos) dá a luz novamente a outra “Criança predestinada” que o Dragão deseja devorar, fazendo que ela fuja para o deserto, em busca de abrigo.
Essa Mulher tem significados pessoais (relacionados com a proteção da mãe Maria) e também, proféticos (a proteção da Igreja ceifada de Cristo na Terra e sua estirpe sagrada de 144.000).
São cenas paralelas dentro de um mesmo significado: a Mulher, o Eterno Feminino e a “Igreja” (chamada de Madre, Mãe, por outorgar o segundo nascimento espiritual) fugindo de um governo tirano e inspirado pelas forças das trevas.
Porque esta “Mãe do Apocalipse” pretende não salvar somente o corpo físico dos eleitos, mas a sua estirpe sagrada, a sua semente espiritual que o Dragão militante na Terra procura perverter e contaminar de qualquer maneira.
Como faria qualquer mãe diante de um degenerado da rua tentando assediar sexualmente o seus filhos pequenos… porque o que mais vemos no mundo moderno são ideologias tentando perverter corpos e mentes na direção da confusão espiritual e da devassidão que assassinam a criança espiritual interior.
E vejam como a questão da “semente sagrada” é importantíssima para o Espírito em sua eleição de mães sagradas.
Raquel, mãe de José e Benjamin, fechou o circuito dos doze filhos de Jacob que seriam a base da descendência dos israelitas (as doze tribos).
E as doze tribos, ou os 144 mil das doze tribos de Israel (linhagens que se espalharam em toda a Terra) é marcada e selecionada no Apocalipse para ser ceifada desta Babilônia cheia de podridão e imundície.
Notem que, no Apocalipse, a atual civilização,comparada a Babilônia, é chamada de MERETRIZ, imagem que se opõe diretamente a Virginal Mãe de Cristo. Ou seja, a humanidade é filha de uma meretriz impura e devassa, que contamina suas raízes partilhadas entre vida e espírito, se tornado imprestável para a espiritualidade.
De um lado, uma Mulher santa e sagrada gerando a estirpe divina e, de outro, uma Meretriz ensinando imundiceis para criar e procriar os filhos da escuridão, inspirados por demônios.
E Maria, escolhida virgem, casta e pura em alto grau, por que?
Para transferir sua semente sagrada ao corpo também sagrado de Jesus Cristo, nascido sem pecado vindo de semente de descendência sexualmente transferida.
A serpente, o Dragão, sempre tentou “morder” os filhos de Deus “no calcanhar” (sendo este o significado do nome Jacob: aquele que suplanta).
Primeiro, porque Jacob era gêmeo de Esau, um irmão peludo e violento (o primogênito), e já no ventre da mãe Rebeca, Jacob lutava contra Esaú.
Ora, Jacó, ainda no ventre de sua mãe segurou o calcanhar de seu irmão a fim de suplantá-lo; mais tarde, como homem lutou com Deus.
Essas lutas de Jacó são simbolismos, de lutas internas para preservar sua semente pura, intacta, não misturada com povos de costumes impuros (pagãos) e suas práticas imundas.
Tudo começa no Gênesis 3 na compreensão dessa profunda simbologia:
“Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
Gênesis 3:14,15
E a serpente voltaria a batalhar contra a Mulher sagrada no final do ciclo da humanidade, conforme o Apocalipse.
Essa batalha entre o bem e o mal no nível espiritual tem profunda repercussão no nível corporal, físico e a questão da semente, da hereditariedade, do DNA, que pode ser tanto rarificado pela espiritualidade como pode se tornar degenerado e contaminado pelos maus costumes.
O Santuário do corpo físico é a morada sagrada do espírito de Deus em nós! E desde sempre, esse santuário tem sido o alvo dos ataques da serpente, cujo veneno contamina a carne e inviabiliza a presença do Espírito Santo ativo na nossa vida a partir de nossa existência física.
Eis uma preocupação enorme do Espírito de Deus, que se chamou Kadosh, o Santo, o Puro de Israel, quando elegeu super mães de homens predestinados não somente a grandes realizações, mas predestinados também a gerar semente espiritual e moral forte para que essa semente fosse empregada pelo espírito nos nascimentos dos filhos da sua raça eleita, hoje, eleita não mais segundo um DNA, mas segundo o pacto de amor redentor com Jesus Cristo, que prometeu uma intercessão espiritual e física junto aos seus eleitos capaz de nos dar nascimento espiritual e um novo corpo incorruptível, numa graça tão elevada que, reunida na promessa de ressurreição e vida eterna, encerra para sempre o dilema entre carne e espírito, e as batalhas morais entre vício e virtude que, consumadas na carne, selam o pecado cujo salário é a morte, como bem sabemos!
Porque uma raça eleita, pura e preservada da segunda morte, mas antes, tornada imortal pelo segundo nascimento, voltando a assumir a imagem e a semelhaça com o Espírito que a criou, precisa, antes de qualquer coisa, ter encontrado a concilição entre a carne e o espírito, cujo conflito é a raiz de todo o pecado contra o espírito, espírito este que divide vida e consciência em uma mesma raiz dentro de nós!
E exatamente pelo fato que a psique e a vida em nós dividem a mesma raiz, um pode purificar o outro, como contaminar.
Uma psique espiritualmente fortalecida tende a transferir sua força ao organismo via DNA, mas o inverso também acontece, uma psique inflamada por vícios deploráveis enfraquece sua virtude moral e força espiritual.
Vida e consciência em nós vem de uma mesma raiz, o espírito.
Eis o motivo de tudo isso.
Eis o motivo das estratégias da serpente, ferindo e manchando a moralidade sexual da humanidade em linha direta de ataque.
Enfim, juntando os nomes das três super mães da Bíblia, temos:
R Ch I (238)
I O/U K B D (42)
M R I M (290)
(238 + 42 + 290 = 570)
Duas palavras hebraicas assumem este número:
Sh Hw R: portal, portão
Hw Sh R: ser rico, enriquecer.
Ela, a Mãe Divina, é a porta das graças, das riquezas do Pai chegando ao mundo, da mesma forma que o salvador veio a nós por meio de uma Mulher sagrada, a porta da nova vida!
E tem mais.
Pegando as letras da segunda coluna dos três nomes emparelhados:
R U Ch
Este termo significa ESPÍRITO, e geralmente é associado ao Espírito de Deus nas Escrituras do Velho Testamento.
O Espírito e a Esposa trabalham juntos.
IO-KBD, IO é seu outro nome, a contração de IHVH, porque é Iod -HVH, uma semelhança proposital com Adão e Eva, o casal sagrado, pai e mãe da humanidade.
Porque não há filho somente de pai, e nem somente de mãe, por mais que neguem os evangélicos, é uma questão de pura e simples lógica espiritual, já que o que está em cima é igual ao que está embaixo.
Ele e Ela nunca operam em separado, porque somos filhos do Pai e Mãe divinos, a esposa e o espírito, conforme a chamada final do Apocalipse:
“E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.”
Apocalipse 22:17
Ou seja, somente mentes em estado de ignorância profunda podem chamar as super mães da Bíblia de “mulheres comuns”.
A verdadeira batalha não é entre o bem e o mal, mas entre a sabedoria e a ignorância.
JP em 01.08.2022
