Acaso isso é bom?
Pois bem, nos mesmos escritos antigos está claro, Deus não tolera abusos. E então, quando as consequências funestas vem ao mundo por causa do próprio homem, então os de entendimento comum aplicam a culpa da maldade a Deus. Deus criou um mundo perfeito e colocou ali o homem para cuidar desse mundo.
Mas a partir do momento em que o homem começou a destruir tudo e a ferir o semelhante, quebrando todas as regras, é punido. Mas Deus antes envia uma lista enorme de profetas, anjos, iluminados e messias para tentar avisar o homem das suas maldades.
E o homem matou todos eles, calou-os, não os quis escutar, porque desejou viver a vida sem lei, sem regras, sem respeito a natureza e ao próximo.
Tudo isso procede da chamada Lei de causa e efeito.
E de mais a mais, os mesmos escritos antigos dizem que a morte não é má. Todas as coisas morrem para se reciclarem. Para um doente terminal de câncer sobre a cama, a morte é libertação, e nem ele desejaria viver mais assim, prolongando sua vida e sua dor artificialmente.
O mundo só será digno de ser vivido se estiver limpo de tudo isso, limpo de mentira e de injustiça. Não podemos viver a sombra do medo, sempre com receio de morrer no dia seguinte em função de toda essa situação. Viver assim, acorrentado ao medo, não é viver.
Nestes mesmos hieroglifos e papiros sagrados está escrito que a morte é a forma de a energia se reciclar, e de toda forma material se refazer de novo, limpa, pura, regenerada. A vida não termina com a morte, pelo contrário, ela apenas tem chance de ser renovada. Se não houvesse a morte, formas degeneradas seguiriam vivendo para sempre, fadadas à sua própria constituição involuída.
E a vida continuou.
São fenômenos em escala de perfeição que transcendem nossos conceitos pequenos e egocêntricos, quando julgamos que toda a vida do universo se resume ao que temos do lado de dentro de nossos portões e muros.
Só existe céu e inferno no sentido das ações e consequências do próprio homem, ele é quem concebe ambas realidades para si. Deus apenas cria o meio, as nossas escolhas é que constroem nossos destinos.
Sem a morte, não haveria vida. Viver para sempre debaixo de fome, dor e injustiça não é lucro para ninguém. Não podemos ser apegados nem à vida e nem ao planeta que nos fora dado. Chega uma hora em que temos que abandonar a forma e voltar para o lugar donde viemos, na dimensão do espírito.
Falar que Deus é mal só porque Ele vai reciclar um sistema material por Ele criado é uma visão muito superficial da cosmologia do universo e o fluxo dos espíritos no plano das formas. É uma lei cíclica, regular e muito benéfica. Até as estrelas morrem, porque esperar que o mundo, do jeito que está, tem que durar para sempre, sustentado artificialmente pela tecnologia e por pouco tempo?
Fomos criados para evoluir espiritualmente, e não para nos apegar à matéria, e a vida dos sentidos materiais. Isso é só uma escola. Aqui em baixo, somos todos viajantes.
Nosso Pai foi bondoso o bastante porque Ele já anuncia tudo isso a séculos. Mas o homem sempre se esconde de suas culpas, dizendo que Deus é mal, se fazendo papel de eterna vítima desentendida. Não. O homem tem aguda consciência dos seus erros, lá no fundo ele está pronto para o Juízo. Ele sabe onde errou. E sente que a resposta da natureza é toda para ele mesmo.
Os profetas fizeram a sua parte, anunciaram os males da alma humana.Mas agora realmente existe uma facção terrorista infiltrada nestes domínios que parece se agradar de cultivar o medo através destes anúncios. O medo só tem valor quando usado para nos frear em nossos erros. Por exemplo, o medo de pegar um câncer de pulmão se continuar fumando, ou o medo de ser preso se cometer algum crime.
Porque, no final das contas, o que salvou Noé naqueles tempos de tamanha barbaridade e corrupção instalada não foi a Arca, e sim, a sua integridade.
Segundo os mesmos ensinamentos da Sabedoria antiga, o homem perverteu completamente o sentido de sua vida na Terra. Vamos dizer assim, que a Bíblia e outras Escrituras eram o manual de instruções dado ao homem por espíritos de Deus enquanto sua existência limitada na Terra.
Se vive agora no máximo em função do materialismo e da posse, toda ação visa dinheiro e o mal é feito sem freios em nome do ego. Assim procedendo de modo geral, é evidente que a proposta de Deus para o homem na Terra foi violada, de modo que todo final cíclico de civilização se justifica plenamente.
Segundo o plano original, não era para o homem se apegar tanto à matéria e ao próprio corpo, ao ponto de esquecer suas moradas celestes e sua própria natureza espiritual, que, comparadas ao seu corpo e sua vida física, as tornam pura ilusão, já que todo apego é uma forma de ilusão que põe limites ao sentido da própria vida que tem escala cósmica, e à própria natureza do homem, que é muito maior que um corpo, e alcança níveis muito além da nossa esfera cotidiana.