Uma grande anomalia no campo magnético da Terra vem crescendo e preocupando cientistas. O fenômeno, localizado sobre o Atlântico Sul, especificamente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, faixa que se estende até o Continente Africano, foi batizado de Anomalia do Atlântico do Sul (Amas).
Monitorada pela Nasa, a anomalia se caracteriza pela diminuição de um trecho do campo magnético da Terra. Ela decorre de duas características do núcleo terrestre: a inclinação de seu eixo magnético e o fluxo de metais em seu núcleo externo.
O campo magnético situado ao redor do planeta age como um escudo protetor, repelindo partículas energéticas que vêm do Sol. O enfraquecimento de uma determinada região permitiriam que algumas partículas solares adentrassem mais perto da superfície do que o normal, causando grandes problemas para satélites e espaçonaves.
Isso ocorreria porque as partículas vindas do Sol poderiam derrubar computadores de bordo e a coleta de dados de satélites. Atualmente, operadores de satélites costumam desligar componentes não essenciais quando a trajetória passa pela Anomalia do Atlântico do Sul.
Segundo informações da CNN, além do funcionamento dos satélites, a zona de enfraquecimento pode tornar a região mais suscetível a tempestades magnéticas que podem afetar a tecnologia.
A Agência Espacial Europeia (ESA) já alertou para o crescimento gradativo da Amas entre 1970 e 2020. Segundo estudo publicado no ano passado, o campo magnético da Terra perdeu 9% de força nos últimos 200 anos, sendo o maior impacto na região da anomalia.
De acordo com a Fabesp, a anomalia não para de se mover, podendo desaparecer de um lugar e reaparecer em outro. Em tese, essa redução resultaria em uma inversão total dos polos magnéticos da Terra em centenas ou alguns milhares de anos, causando uma catástrofe climática e ambiental.
No entanto, cientistas que analisaram o registro magnético de estalagmites da caverna do Pau d’Alho, no município de Rosário do Oeste, em Mato Grosso, afirmaram que a Amas já passou por períodos de intensidade mínima em torno dos anos 850 e 1450, sem que os polos se invertessem.