Institutos de meteorologia alertam para a formação de um novo ciclone muito intenso para os padrões desta época do ano e que deve atuar ao largo da costa do Sul do Brasil. O fenômeno terá potencial para causar temporais e chuva volumosa localmente, além de muita ventania.
Imagem de satélite das 12:40 UTC desta quarta-feira mostra em vermelho fortes instabilidades entrando no Rio Grande do Sul. Há alerta para temporais e ventania. Crédito: Satélite GOES-16/NOAA/Apolo11
Segundo a MetSul Meteorologia, o ciclone deve se desenvolver entre esta quarta-feira e a quinta-feira, dias 3 e 4, mais precisamente sobre o mar na altura do sudeste do Rio Grande do Sul e a costa do Uruguai.
Nuvens pesadas associadas à forte queda da pressão atmosférica já começam a avançar hoje do norte da Argentina em direção ao Uruguai e ao Rio Grande do Sul provocando chuva torrencial, vendavais e granizo. A partir disto, amanhã o ciclone extratropical já estará formado com a chance da pressão central ficar inferior a 1000 hPa (hectopascais), fazendo dele um sistema muito forte.
Os alertas falam em fortes rajadas de ventos que poderão passar de 100 km/h nas partes sul e leste do Uruguai, incluindo Montevidéu, durante a quinta-feira. A intensificação dos ventos também vai ocorrer em território brasileiro, principalmente no sul e leste do Rio Grande do Sul. Alguns modelos meteorológicos projetam rajadas de vento entre 80 km/h até 110 km/h.
Os maiores riscos e danos decorrentes da passagem do ciclone são esperados durante esta quinta-feira e o fenômeno deve se distanciar da costa do Brasil a partir da sexta-feira, dia 5. Ainda assim, a presença do ciclone em alto mar irá influenciar as condições do tempo no continente por mais alguns dias mantendo as rajadas de vento, explicam os meteorologistas.
Que ciclone é esse?
A MetSul Meteorologia reavaliou sua projeção para o novo ciclone na tarde desta quarta-feira e afirma que o fenômeno poderá ser do tipo ciclone bomba. Até esta manhã, o instituto não confirmava a possibilidade de um ciclone bomba.
As novas atualizações dos modelos meteorológicos indicam que a pressão atmosférica no centro do sistema deverá cair rapidamente podendo ficar entre 978 hPa e 980 hPa. A queda da pressão poderá ser de pelo menos 24 hPa em 24 horas, configurando, portanto, a formação de um ciclone bomba, informou a MetSul.
A Climatempo meteorologia também avalia que há a possibilidade do fenômeno se transformar num ciclone bomba devido à rápida e forte queda da pressão atmosférica no seu centro nas próximas 24 horas. Esta é uma situação rara para o litoral brasileiro no verão.
No final de junho de 2020, um ciclone bomba atingiu o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná, provocando enorme destruição e prejuízos. Treze pessoas morreram, sendo onze em Santa Catarina.
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