
A raiz da inveja
O feio inveja o belo, mas não se esforça para assumir outros valores de beleza na vida.
Ainda que a beleza seja um conceito relativo, é sabido que o exterior é o reflexo do interior, e quem cultiva a beleza interior de caráter sempre parecerá belo aos olhos dos outros, e até a sua aparência poderá entrar em conformidade com a harmonia dos seus modos com o tempo.
Contudo, o inverso também é verdadeiro, e os defeitos da alma humana tendem a se plasmar na aparência com o tempo. Essa é uma lei elementar da dinâmica corpo/mente, que nunca foram aspectos separados entre si, mas profundamente interconectados.
O que pensamos, somos.
No que pensamos, nisso nos tornaremos.
O ignorante inveja o sábio, mas não se instrui e se dedica a estudar e aprender para adquirir sabedoria.
O pobre inveja o rico, mas não gosta de dar duro e trabalhar com afinco para ajuntar recursos materiais.
*(Só uma ressalva aqui porque, neste nosso país, dificilmente alguém ficará rico trabalhando honestamente, já que existem fatores de empobrecimento ativos e vigilantes na atual política).
O doente inveja o saudável, mas não cuida do corpo e da saúde e nem honra a morada sagrada do espírito quando extrapola em suas diversões, gulodices, abusos e prazeres ilícitos.
O prisioneiro inveja o livre, mas despreza as regras e leis da sociedade na prática do crime.
Enfim, o que não tem nada inveja o que tem tudo, mas nada faz para criar as condições de abundância e plenitude na sua vida.
Se ao invés de invejar, usasse sua energia para encontrar e aplicar na vida os caminhos da abundância, da beleza interior, da saúde, do direito e do dever, com certeza conquistaria tudo aquilo que inveja nos outros, mas não teve competência suficiente para adquirir.
Melhor é marginalizar os outros pelas suas posses e conquistas por direito do que assumir que os próprios erros e omissões é que estão causando o fracasso na vida.
A causa da inveja, portanto, é a incompetência. Porque Deus deu talentos especiais a todos os seus filhos, mas muitos deles, por negligência, preferem cruzar os braços e não dar duro para conquistar seus méritos e obras, criticando todos os que conseguiram, dentro da bolha de sua inveja tóxica.
Gente desse tipo fica feliz com o fracasso alheio, numa espécie de compensação vingativa do seu próprio estado decadente. E acabam provando do próprio veneno, segundo a infalível lei do retorno.
No mais, tais pessoas se tornam campeãs na prática do vitimismo e da autopiedade, culpando o mundo (e nunca eles mesmos) pelo seu eterno estado de derrota.
Não por falta de capacidade, mas por falta de trabalho, disposição e boa vontade.
São sementes que recebem o mesmo Sol que as outras, mas preferem cultuar as sombras, praguejando contra a luz.
JP em 21.05.2025