O Congresso dos Estados Unidos está atualmente conduzindo uma audiência sobre Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) e seu impacto na segurança nacional. Essa audiência tem gerado grande repercussão, especialmente por coincidir com o aniversário do evento conhecido como “Noite dos OVNIs no Brasil”.
No Brasil, os registros de OVNIs têm sido o acervo mais visitado no Arquivo Nacional por um tempo considerável. Além disso, desde a promulgação da Lei de Acesso à Informação (LAI) em maio de 2012, os OVNIs têm sido o assunto mais frequente em solicitações de informações dirigidas ao governo brasileiro.
Logo após a implementação da LAI, houve um aumento significativo nos pedidos de acesso a informações sobre OVNIs, totalizando 37 requisições. Esse aumento levou a Força Aérea Brasileira a transferir a maioria de seus documentos sobre OVNIs para o Arquivo Nacional.
O primeiro pedido de acesso a informações sobre OVNIs foi feito apenas um dia após a entrada em vigor da LAI, em 17 de maio de 2012, há aproximadamente dez anos. Nesse pedido, foi solicitado acesso a todos os documentos relacionados a OVNIs, e a resposta recebida foi que os documentos já estavam sendo transferidos para o Arquivo Nacional.
A coleção de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) continua sendo a mais procurada no Arquivo Nacional do Brasil até os dias de hoje. Essa coleção abrange fotografias, vídeos, gravações de áudio e documentos que variam desde relatos de avistamentos de OVNIs por indivíduos até relatos de viagens em naves espaciais, como conta o site Gov.br.
Com a transferência dos documentos para o Arquivo Nacional, ficou conhecido que o Brasil possuía um Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI), estabelecido em 1969 para investigar cientificamente os fenômenos de OVNIs que pareciam ser de natureza sobrenatural.
A Noite dos Ovnis
Para celebrar os aniversários da Lei de Acesso à Informação no Brasil e da Noite dos OVNIs, eventos que trouxeram mais transparência às nossas instituições, vamos resgatar algumas dessas histórias surpreendentes e compartilhar informações sobre os OVNIs de Varginha, o suposto sequestro de um porta-aviões e outras descobertas curiosas que podem ser encontradas no Arquivo Nacional.
Em 19 de maio de 1986, vários objetos voadores não identificados, alguns com até 100 metros de diâmetro, foram avistados por testemunhas civis e militares em quatro estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.
Esses OVNIs também foram detectados pelos radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo da Força Aérea Brasileira. Cinco caças da Força Aérea Brasileira foram despachados pelo Centro de Operações de Defesa Aérea para interceptar os supostos invasores.
“Às vezes, os pilotos tinham contato visual com os objetos, mas os radares não registravam nada. Em outras ocasiões, os radares detectavam a presença dos objetos, mas os pilotos não conseguiam vê-los. A Aeronáutica considerava apenas os avistamentos que tinham confirmação simultânea”, afirmou Sérgio Mota, controlador de voo.
Em 23 de maio de 1986, às 16h30, o então Ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima, convocou uma coletiva de imprensa para informar que cinco caças da FAB haviam perseguido 21 OVNIs.
“Não é sobre se você acredita ou não [em seres extraterrestres ou discos voadores]. Só podemos dar informações técnicas. Existem várias suposições. Tecnicamente, eu diria que não temos explicação”, declarou na época.
Ao final da coletiva de imprensa, que contou com a presença dos cinco pilotos da FAB e dos controladores de voo que estavam de plantão naquela noite, o Ministro da Aeronáutica declarou que o episódio seria apurado e que, em até 30 dias, publicaria um relatório completo dossiê.
Apenas 23 anos depois, em 25 de setembro de 2009, foi divulgado um relatório sobre o caso, assinado pelo comando interino da Aeronáutica (COMDA) José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque e datado de 2 de junho de 1986.
“Este Comando é de opinião que os fenómenos são sólidos e refletem, de certa forma, inteligência, pela capacidade de seguir e manter distância dos observadores, bem como de voar em formação, não necessariamente tripulada”, disse o dossiê.