Espiritualidade

A mão doce e forte do Mestre

Um professor não critica ou elogia, ele ensina.

É uma grande responsabilidade a nota do professor, ele não critica procurando rebaixar o aprendiz, apenas direciona, e nesse papel cumpre tentar mostrar o que seja certo ou errado. Assim faz um professor.

E usa sua própria experiência para isso. Muitas almas estão caindo nas garras desses muitos abutres místicos modernos por causa da omissão ou ausência de professores e orientadores capazes ao conselho e ao ensino diante de uma humanidade com pouco conhecimento sobre o assunto e que se ilude rapidamente por qualquer coisa que tenha apelo sedutor.

Alguns falam em um Jesus só como amor e mansidão, mas isso não é verdade, este não corresponde ao Jesus bíblico de fato, já que inclusive, ele próprio fala em Inferno e condenação às almas que traíram o Pai.

Jesus nunca foi um santarrão, foi apenas verdadeiro. Sentou-se com prostitutas, ladrões e pobres, mas apontou duramente a verdade contra a face dos hipócritas e fariseus de sua época.

Não se esqueça, Jesus foi duríssimo na crítica contra os fariseus e falsos líderes espirituais em seu tempo.
E também expulsou com CHICOTE E MALDIÇÕES os vendilhões do Templo.

Não foi só amor e mansidão, ele foi espada afiada também, quando isso era necessário. Essa é a arte da sabedoria. Sede mansos como pombas e astutos como as serpentes. Pra abordar gurus de mentira, temos que ser serpentes prudentes, e não pombas mansas, caso contrário, eles nos devoram. E isso não é bom.
Ele próprio, Jesus, foi pomba e foi serpente em diversas ocasiões.

Porque ele mesmo disse aos apóstolos: eu vos envio ao meio dos lobos, por isso, tenham a mansidão das pombas e a astúcia das serpentes. E a serpente fere, quando necessário. Porque ele igualmente notificou sobre a chegada dos muitos falsos cristos no futuro, para os quais era necessário estarmos precavidos.

E olhamos para os lados, eles estão em toda parte, e infelizmente, poucos tem consciência para notá-los, basta que falem em algumas palavrinhas de amor e mansidão para iludir e comprar suas almas adormecidas.

Está me parecendo que algumas religiões modernas estão transformando JESUS num ser bonzinho que nunca existiu, para acobertar certos delitos, vindo com aquele papo de que JESUS É PURO AMOR, TUDO PERDOA, etc etc… e não é bem assim.

Releiam por favor os evangelhos e resgatem Jesus como ele é, doce e forte, bom e severo, amoroso e rigoroso, e não um ser compassivo que se faz conivente com nossos delitos.

Até porque NEM TODOS ELE PERDOOU EM SEU TEMPO. Ele não perdoou Caifás e a corja do Sinédrio, mas perdoou somente os que se arrependeram e não tornaram ao erro.

Mas é óbvio que ele não irá perdoar todo aquele que continua em delito, e o transforma num santarrão bonzinho que está lá para alisar nosso ego.

O problema todo está no nosso conceito deturpado de Amor.

Achamos que amor só se manifesta com mansidão, perdão e “ser bonzinho”. O amor também sabe ser severo, ser duro e dizer não.

Graças a Deus eu tive na vida mestres de verdade, que não foram “bonzinhos” comigo, apenas justos e sábios, e souberam dizer NÃO na minha face todas as vezes em que eu estava errado e precisava ser corrigido.

Eles não me disseram as palavras que eu gostaria de ouvir.
Mas as palavras que eu precisava ouvir, mesmo não gostando delas. E eles me ensinaram hoje o caminho do verdadeiro professor.

Portanto, releiam com atenção o Evangelho. Amar não é ser “bonzinho”. Amar é ser justo e verdadeiro.
Ser bonzinho o tempo todo para agradar os outros é fácil.
Isso é o que os covardes, acomodados e fracos querem ouvir por verdade, ou seja, aquilo que lhes convém.

Ensinar não é isso. Curiosamente, eu sempre preferi os professores mais severos. Eram os melhores!

E nem precisamos ir tão longe. Geralmente, os filhos de pais “muito bonzinhos” que dizem SIM para todas as suas vontades e fecham os olhos para todas as suas transgressões sem nenhuma forma de punição, castigo ou repreensão, se tornam transgressores em maior grau na idade adulta.

Por favor, não confundamos AMOR com conivência ao delito.
O Amor também sabe ser severo, quando necessário.
Sem jamais deixar de ser AMOR.

Porque, antes de tudo, Verdade é a sua essência, e Justiça, a força de sua Mão.

E se o AMOR é o querer bem alheio, como poderia se calar com uma falsa mansidão diante dos erros que levariam as almas que ele ama ao abismo?
O Amor não é covarde e, portanto, nunca será omisso.

JP em 12.04.2022

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