Jesus, como todo mestre iniciado, tem suas páginas secretas, não divulgadas, e que realmente não são do interesse público, a partir do momento em que são esotéricas, herméticas, a parte do mundo profano, que certamente não as compreenderia.
Afinal, ele mesmo disse aos apóstolos que haviam ainda verdades mais altas para os quais eles não estavam preparados, o que Paulo de Tarso repetiu ao dizer: vós sois como crianças, comendo manjar líquido, porque não estão prontos para o manjar sólido.
O conhecimento espiritual tem dois níveis, o público e o secreto.
Este último é conhecido por Esoterismo. O período entre 12 e 30 anos de Jesus correspondem exatamente ao da sua intensa preparação à missão que lhe cabia, e esse período foi retratado justamente nos 40 dias não literais no deserto.
Este deserto simboliza justamente um tempo de retiro, de purificação, de afastamento, que ele pode ter cumprido num mosteiro, numa aldeia afastada, no Egito, na Grécia, na Índia, no Tibet, talvez um pouco em cada lugar, em contato com mestres, provavelmente endereçados pelos reis magos que o encontraram e o identificaram segundo a profecia da Estrela.
E o tempo deste retiro em 40 dias também não é literal, pode se aplicar facilmente aos 18 anos da lacuna bíblica, já que 40 é um número simbólico para representar justamente isso, afastamento do mundo profano, em lugar isolado, para purificação e estudo.
Lembrando os 40 dias e 40 noites de Noé na Arca, os 40 dias de Moisés no Monte Sinai e os 40 dias de Elias da mesma forma, exatamente os mesmos 40 dias de Jesus no deserto, vencendo suas fraquezas humanas, aprendendo a ensinar…
Não deveria mesmo estar na Bíblia tal informação em caráter público, já que sua natureza é esotérica e secreta, compreensível somente para iniciados, embora as chaves destas verdades estejam todas lá, nas e parábolas, nas metáforas e nos inúmeros códigos do Velho e do Novo Testamento totalmente interconectados.
O conhecimento que Jesus manifestou tinha traços sim de sabedoria hindu, de gnose greco-egípcia, de valores sobre morte e imortalidade oriundas do Tibet, da China, etc. Seus périplos com alvos de instrução e preparo são altamente coerentes, até porque o espírito de Cristo era perfeito e estava pronto, mas a mente e o corpo do ser humano nascido como um de nós, estes sim precisariam do batismo da Iniciação secreta. Aí sim, o espírito poderia penetrar no veículo humano e se levantar para a sagrada missão.
Isso foi confirmado naquele dizer: “o espírito está pronto, mas a carne é fraca!”
Mesmo o mais alto espírito do Universo, ao encarnar em corpo físico, precisa cumprir todas as etapas da preparação para a missão, foi assim com Jesus e com todos os outros mestres da Luz, tanto os que vieram antes dele, como os que vieram e ainda vêm depois.
A esse processo chamamos de Iniciação.
E a fonte da ciência em que se apóia, de Esoterismo.
Entre o Jesus esculpido pela crença popular e o Jesus real, humano e divino segundo a revelação da Luz mais secreta, existe uma enorme diferença.
Mas começar com aquele é o primeiro passo para se alcançar o outro…
No final, o que vai importar é compreender a sua mensagem de amor… o resto, o tempo vai trazendo conforme o merecimento e grau de compreensão de cada um.
Ele será, ainda assim, o Jesus de sempre. Tão humano e tão divino num câmbio místico que demonstra por fim que o objetivo de Deus é gerar na Terra instrumentos de Sua Luz, Poder e Amor. Como Jesus e tantos outros.
Só assim o homem poderá compreender um dia que Jesus não poderá salvar aquela alma onde CRISTO não pode nascer.
EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA!
A ciência secreta da luz distingue bem o Jesus humano e divino, mestre e instrutor da humanidade, e o Cristo interno, que precisa nascer dentro de nós para nos dar a real salvação de espírito.
Enquanto religiosos contemplam apenas o Jesus salvador externo, o Esoterismo conhece e trabalha com a ciência que dá nascimento interno do Cristo.
E transforma o homem num Filho de Deus, também instrumento do Pai, como Jesus.
E diante de tantas teorias conspiratórias e altamente especulatórias sobre a sexualidade de Jesus e o relacionamento oculto com Maria Madalena numa espécie de Iniciação Sexista… bem, o deserto da Iniciação não comporta nada disso, como atesta não só o exemplo de Jesus como o de todos os outros mestres antes e depois dele, de Moisés a Buda, de Elias a Francisco de Assis.
A finalidade expressa da sexualidade humana declarada na Bíblia é REPRODUÇÃO DA ESPÉCIE, e não iniciação oculta.
E isso é outra coisa que a Bíblia atesta fartamente ao dizer que o que é nascido da carne, é carne (mortal, passageiro) e somente o que nasce do Espírito, da água e da PALAVRA, este se faz imortal no segundo nascimento.
Portanto, se Jesus teve ou não um filho (ou filha) isso foi por pura questão de propagação de linhagem e não por finalidade iniciática.
O deserto é outra coisa, a Palavra é o Poder que edifica, não o sexo, chamado de RODA DAS ILUSÕES por Buda, por trancar a mente no desejo carnal.
E se existiu uma Instrutora Sagrada para Jesus, ela não foi Madalena, mas certamente, outra MARIA muito superior a aquela… Maria que continua instruindo o mundo em aparições milenares. Porque deseja se fazer nossa Mãe também, para que Jesus possa ser nosso Irmão.
Essa é a Voz da Divina Instrutora e Virgem Maria Mãe de Cristo que conta, que é real… enquanto que a identidade da outra Maria, suposta esposa do Mestre, não passa de um eco moderno de teorias não provadas e especulações difundidas. Não nego a possibilidade de uma descendência, o que nego é a imagem da iniciação no modelo de uma sexualidade mística e oculta.
Isso contraria o anúncio dos Evangelhos em tudo.
Não é que a Bíblia foi alterada, adulterada ou desfigurada.
Ela foi sucessivamente mal interpretada por teólogos e tradutores bem intencionados, mas que, não podendo verter-lhe os significados mais profundos, traduziram muitas passagens conforme suas mentes podiam compreender.
E foram muitos os tradutores e intérpretes que passaram os olhos sobre essa Esfinge do Conhecimento chamada Bíblia, sem sequer chegar perto da vida secreta do Iniciado maior deste mundo, Jesus Cristo, o Ungido do Peixe.
JP em 31.01.2019