Terra

A humanidade não está absolutamente pronta para a próxima erupção do supervulcão

Mesmo que consigamos evitar a autodestruição por outra guerra mundial ou mudança climática, existem muitas outras ameaças existenciais para as quais faríamos bem em nos preparar.

Na maioria das vezes você pode ouvir que um asteróide voará até nós do espaço, então a humanidade começou a se preparar para este evento desenvolvendo sistemas de monitoramento, porque não queremos acabar como os dinossauros.

Mas em um estudo recente publicado na Nature, especialistas dizem que o risco de asteroides ofuscou um que é muito mais provável: “No próximo século, erupções vulcânicas em grande escala são centenas de vezes mais prováveis ​​do que os impactos de asteroides e cometas combinados”.

Governos e corporações espaciais gastam centenas de milhões de dólares anualmente em defesa planetária. Por exemplo, a missão DART da NASA, destinada a testar a tecnologia de mudança da órbita de um asteroide, que acontecerá já em outubro, custou cerca de US$ 330 milhões.

É um preço pequeno a pagar, considerando que essa tecnologia pode nos salvar de sermos mortos por um asteroide no futuro, mas os cientistas veem o problema de que não há investimento comparável para se preparar para supererupções.

Os vulcões, ao contrário dos asteroides, já estão aqui na Terra. Eles não estão apenas espalhados por todo o planeta, mas muitas vezes cercados por paisagens pitorescas que escondem seu potencial destrutivo, como conta o site Anomalien.

De acordo com o US Geological Survey, a última supererupção ocorreu cerca de 22.000 anos atrás, e sua frequência é média a cada 15.000 anos, o que significa que podemos viver em um momento em que uma nova supererupção pode ocorrer.

A última erupção suficientemente forte, sem receber o prefixo “super”, com magnitude 7, ocorreu em 1815 no Monte Tambora, na Indonésia.

Cerca de 100.000 pessoas morreram então, e as cinzas e poeira lançadas na atmosfera baixaram as temperaturas globais em uma média de cerca de 1 grau Celsius, razão pela qual o ano seguinte entrou para a história como o “Ano sem verão”, seguido por quebras de safra e, como consequência, fome, surtos de doenças e violência.

Sim, o monitoramento da atividade vulcânica melhorou desde então, assim como nossa capacidade de mobilizar apoio global para o alívio de desastres, mas isso pode (provavelmente) não ser suficiente para compensar todos os riscos que enfrentamos agora.

A população mundial aumentou oito vezes desde o início de 1800, e algumas grandes áreas urbanas floresceram perto de vulcões perigosos.

A globalização de vários processos, incluindo o comércio, levou ao desenvolvimento geral, mas pode se tornar um problema, pois choques em uma parte do planeta podem causar escassez de alimentos e outras crises em outras.

Em um estudo de 2021 baseado em dados de núcleos de gelo antigos, os pesquisadores descobriram que os intervalos entre erupções poderosas são centenas ou até milhares de anos mais curtos do que se pensava anteriormente.

Mais estudos desse tipo, acreditam os especialistas, são necessários, bem como trabalho interdisciplinar destinado a desenvolver ferramentas para monitorar e prever consequências, identificando riscos para o comércio, agricultura, energia e infraestrutura, além de alertar.

Em geral, os cientistas acreditam que a humanidade hoje está completamente despreparada para esse perigo.

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