Quem pensa ou entende que a Cabala é uma disciplina que nos habilita apenas a ler os significados ocultos da Bíblia, especialmente do Velho Testamento, está enganado.
A Cabala fornece instrumentos e argumentos para a leitura de tudo o que existe na Criação, e se há uma definição fundamental para ela, seria essa: A CIÊNCIA DO ESPÍRITO inserido no Cosmos, espelho de tudo o que há no espírito… daí tantas ressonâncias, analogias e equivalências.
Como esta:
A Cabala dos sete chakras
De baixo, para cima, do chakra fundamental (1) até o chakra coronário (7), as sete primeiras letras do alfabeto hebraico (de 22 letras) equivalem aos sete chakras, em atributos e propriedades.
- Aleph (significa Touro, Gado)
É a letra semente. A raiz da energia vital depositada no osso cóccix (kundalini).
A letra que identifica o homem, ADAM, primeiro ser vivo. A força vital, a base.
O núcleo vermelho de energias vitais concentradas, a sede dos instintos primários.
Daí a imagem do Touro (animal) - Bet (significa Casa, Receptáculo)
É o vaso receptor do segundo chakra, associado a Mercúrio e a cor laranja. O chakra da cura porque neste chakra se acumulam as correntes energéticas sublimadas desde o cóccix (o núcleo dos instintos) através da contenção dos instintos e trabalhos com a respiração controlada – a grande chave de poder deste chakra em particular. - Guimel (significa Camelo)
Literalmente, é camelo, e simbolicamente, guimel é o cognato de gamol, que significa “nutrir até que se esteja maduro”.
O terceiro chacra, chakra do umbigo, é o reservatório das energias vitais do organismo, não somente aquelas que brotam do núcleo instintivo, de origem interna, mas também, e principalmente, aquelas energias que absorvemos de fora, especialmente do Sol. Daí seu nome paralelo: plexo solar. Mesmo depois que o cordão umbilical é cortado, a criança continua recebendo alimento energético das fontes externas pelo umbigo, especialmente do Sol.
A conexão com o camelo, com suas corcovas de armazenamento de gordura, é apropriada aqui.
- Dalet (significa Porta)
Nada mais apropriado do que chamar o chakra do coração de Porta do Espírito, o altar sagrado do Deus interno no templo ou santuário físico.
É por esta porta que o devoto em meditação e mente em silêncio entra em contato direto com seu Deus interior. O nosso primeiro pulso vem do coração. O coração foi o primeiro núcleo de vida, o primeiro órgão que se formou no ventre materno. Onde o Espírito fez sua primeira conexão com a carne.
É a nossa porta entre os dois mundos.
- He (significa Ei – uma interjeição)
interjeição Expressão de ânimo, incentivo, estímulo: eh! Não desista!
Secretamente, He significa o alento respirado, e aparece na relação com o chakra da laringe, aquele onde produzimos sons, palavras, por causa do fôlego respirado.
Ânimo, alento e vigor vindos da palavra sustentada pela respiração. - Vav (significa gancho)
Ela lembra uma estaca fincada no chão, usada para fixar as tendas, e seu sentido é o de conexão e, em algumas vezes, sinal, marcação.
O chakra Ajna, o núcleo de poder da testa, onde os 144 mil recebem seu sinal de eleição.
Ajna faz a ponte entre os chakras inferiores e o psiquismo superior do sétimo e último chakra, o lótus das mil pétalas).
É por meio deste chakra que os poderes psíquicos são “fixados” no tabernáculo de carne.
Ajna é a primeira porta da paranormalidade, o terceiro olho.
- Zayin (significa arma)
Tem também uma conotação de raio, e por extensão, poder e iluminação.
O raio de Júpiter, pai dos deuses. O raio que desce dos céus e penetra na coroa aberta do alto da cabeça, conferindo intuição, percepção cósmica, conexão superior, iluminação!
A glândula pineal acesa.
Quando os seis chakras inferiores estão alinhados e bem alicerçados, o sétimo chakra se abre como um lótus de mil pétalas e muitas cores para receber as luzes do Sagrado Sol Absoluto.
Curiosidade:
As duas últimas letras reunidas, Vav e Zayin, tem som de UZ (ou OZ).
E o termo UZ, no hebraico (da palavra HwUZ) significa PODER.
Realmente, os dois últimos chakras, sexto e sétimo, abertos e ativos dentro do cérebro, conferem ao homem um duplo status de poder:
a) o poder que sai dele mesmo, advindo do auto-controle perfeito
b) o poder que recebe do Alto, externo, advindo das fontes de Deus.
A combinação entre os poderes internos e os externos é que produzem um legítimo Mestre!
JP em 03.06.2021