Por várias razões.
A primeira aparece do ponto de vista arquitetônico.
Uma estrutura de base quadrada (4 elementos) que converge para um vértice de ascensão (o misterioso quinto elemento, a matriz comum daqueles quatro).
Na alquimia elemental, conquistar o quinto elemento é obter poder sobre a matéria. Com esse poder, os magos realizavam suas transmutações minerais.
Outra razão vem pela localização da pirâmide, geralmente com as 4 faces voltadas para as quatro direções cardeais do planeta – direções essas que comportam a energia dos quatro elementos, de acordo com os conhecimentos antigos.
Assim, a pirâmide era tida como uma bateria artificial acumulando energias das quatro direções (como os quatro rios do Éden original, o que representa as quatro fontes de energia que brotavam de uma matriz comum, o quinto elemento, elemento este que tem relação direta com a quarta dimensão.
Na pirâmide os quatro rios elementais da Terra retornam ao ponto de origem e encontro, simulando, por definição, o estado vibracional da quarta dimensão.
Qual a diferença essencial entre a terceira e a quarta dimensão?
Na terceira dimensão, os quatro elementos se encontram em estados separados (sólido, líquido, gasoso, energético ou plásmico, ou seja, terra, água, ar, fogo).
Mas na quarta dimensão, eles operam em estado de coesão energética, dando um status à matéria totalmente desconhecido pela ciência tridimensional limitada.
A pirâmide visava então produzir uma conexão direta com a quarta dimensão, essa dimensão que está entre a Terra e o céu, tal como a montanha, o templo, o arco-íris, os monólitos, obeliscos e tantos símbolos do mundo antigo.
Estar e situar-se entre o céu e a Terra é contemplar esse portal de ligação entre o mundo material e o espiritual, fechando então o objetivo místico das pirâmides como portais de passagem para a alma do faraó em sua ascensão pelas estrelas.
Portais são passagens de ascensão, e tal como o templo, a pirâmide representava essa ascensão no seu modo energético, e não apenas místico.
Curiosamente, uma passagem do livro do profeta Ezequiel fala que a MÃO DE DEUS lhe tomou em espírito ENTRE A TERRA E O CÉU.
Ora, a Merkabah de Deus é justamente o artefato ou veículo que permitia ao espírito o livre movimento por todas as dimensões do Universo, e sua estrutura é totalmente quaternária, como a Pirâmide (quatro criaturas, quatro rodas, quatro asas).
Um só conhecimento e um só segredo com muitas faces, modelos e simbolismos, afinal.
E era exatamente dentro desse estado de consciência e vibração que Ezequiel tinha a visão do Carro de Deus com seus querubins, como relata o capítulo 8, entre outros:
1.No quinto dia do sexto mês do sexto ano do exílio, eu e as autoridades de Judá estávamos sentados em minha casa quando a mão do Soberano, o Senhor, veio sobre mim.
2.Olhei e vi uma figura como a de um homem. Do que parecia ser a sua cintura para baixo, ele era como fogo, e dali para cima sua aparência era tão brilhante como metal reluzente.
3.Ele estendeu o que parecia um braço e pegou-me pelo cabelo. O Espírito levantou-me entre a terra e o céu e, em visões de Deus, ele me levou a Jerusalém, à entrada da porta norte do pátio interno, onde estava colocado o ídolo que provoca o ciúme de Deus.
4.E ali, diante de mim, estava a glória do Deus de Israel, como na visão que eu havia tido na planície.
Ezequiel 8: 1-4
JP em 25.08.2023