Três setores específicos falam sobre esse universo dos relacionamentos:
Amigos (casa XI)
Inimigos declarados (casa VII)
Inimigos ocultos (casa XII)
Amizades são chamados de CONTATOS ESCOLHIDOS, diferentes daqueles contatos impostos ou obrigatórios, que temos por fatores familiares, como parentes de sangue.
No caso dos amigos, são contatos escolhidos não pelo sangue, mas pela semelhança de valores da alma. É raro, mas acontece de termos entre alguns parentes nossos melhores amigos.
Ou de tomarmos alguns dos nossos melhores amigos como nossos parentes.
As outras duas casas, VII e XII, falam de inimizades, e que também são, em certa medida, contatos impostos ou obrigatórios, e a menos que a pessoa seja masoquista, não vai desejar criar inimigos por vontade própria.
Parte desses inimigos são declarados e até movem processos contra nós, daí a relação com a casa VII e o matrimônio e sociedades com a parte jurídica das leis e dos processos(infelizmente, um dos lugares mais comuns para se arrumar inimigos é o casamento, advogados que o digam).
Mesmo assim, os inimigos mais perigosos são os da casa XII, porque são ocultos, isto é, não declarados ou facilmente revelados como aqueles da casa VII.
É interessante notar como eles, os inimigos dessa pior espécie, aparecem na casa imediatamente depois da casa XI, dos amigos, porque se temos toda a proteção junto dos nossos amigos de alma, somos submetidos a muitos perigos por aquelas entidades da casa XII.
Assim, com estas duas casas coladas, temos que amigos são nossa proteção e força, enquanto inimigos, nossa fraqueza, vulnerabilidade e perigo.
Porque se os amigos se aliam a nós pelas semelhanças, inimigos se oporão pelas diferenças, e esse contraste também ajuda a marcar a proximidade destes dois setores na nossa vida.
Inimigos, por fim, cumprem um papel expiatório e até espiritualizador importante (daí sua localização na casa XII) justamente por nos mostrar os pontos fracos e vulneráveis da nossa alma, já que eles sempre procurarão nos atacar a partir destes pontos de fraqueza que expomos à flor da alma.
Importante considerar a ação destes seres e dos inimigos na nossa vida, porque cada um deles terá uma lição importante a nos ensinar, quando o próprio Destino permite que eles avancem até certo ponto, o ponto de nos informar sobre nossos erros (que geraram possíveis inimizades) e nos revelar nossas fraquezas (que serão atacadas por essas inimizades, quer conhecidas, quer ocultas).
A casa XII não fala somente de inimigos ocultos invisíveis (entidades) mas também daqueles da pior espécie, que lhe traem no papel de falsos amigos.
Outra coisa interessante é que o setor dos inimigos está um grau mais alto que o dos amigos no giro zodiacal. Isso porque perdoar os inimigos exige muito mais amor incondicional do que amar os amigos.
O próprio Jesus observou essa questão:
“Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam;
Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.
Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses;
E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir.
E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também.
E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam.
E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo.
E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto.
Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.
Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.”
Lucas 6:27-36
Isso explica porque a casa XII está no final da jornada, e está associada aos inimigos, um setor antes dos amigos.
Amar e obter força dos amigos é relativamente fácil ao amor, mas quando esse amor precisa perdoar aqueles que lhe fizeram sofrer (inimigos) eis o teste supremo que representa a porta final que separa o EU do próprio Ser Cristo que idealizamos encarnar algum dia.
JP em 11.03.2023